sábado, 18 de abril de 2009

Discos essenciais - Black Sabbath “Dehumanizer” (1992)

Antes do Heaven and Hell, o Black Sabbath, i. é, Tony Iommi, já havia tentado fazer o retorno da formação do disco “Mob Rules” de 1981, frutificando no excelente “Dehumanizer”. Esse tipo de reunião se tornou comum mais recentemente, mas o fato é que Iommi tentava manter o Sabbath em atividade com lançamentos regulares e Dio tentava manter sua carreira-solo da mesma forma. Não sei se a hora foi a correta, mas o resultado foi primoroso.

Lembro que “TV Crimes” passava no Gas Total. Na época não dei muita bola, mas fiz proposta para o meu colega de faculdade João Carlos e levei o disco para casa (10 pila, mesmo preço do balaio de uma loja de cds que tinha no 2.º andar da Galeria Chaves). O disco já abre com uma vigorosa introdução de bateria de Vinnie Appice em “Computer God”. Os riffs são meio incomuns, com várias paradas, mas o efeito todo é muito legal. Os primeiros versos são memoráveis - Dio sempre foi muito competente nesse sentido, e é senso comum dizer-se que ele é um vocalista com muito mais recursos que Ozzy.

Em “Dehumanizer” todas as músicas são boas. Em todas elas há momentos dignos de atenção, como os versos de “I”, o riff descendente e toda a interpretação de Dio em “After All (The Dead)”, o riff com Power chords, a levada na caixa da bateria durante os versos, o refrão arrasa-quarteirão, e a mudança antes do solo de guitarra em “TV Crimes” (a melhor faixa, sem dúvida, uma das minhas favoritas da banda), o riff e a levada de "Time Machine", entre outros.

As composições são fortes e altamente inspiradoras. Essa formação com Dio/Iommi/Butler/Appice atua, presentemente, sob o nome de Heaven and Hell e ouvi uma prévia do disco que está para ser lançado, "The Devil You Know". E o clima é bem parecido, com riffs bem pesados e andamento mais lento, bem ao gosto do Dio (como pude descobrir após uma entrevista do Doug Aldrich divulgada em um site nacional de música pesada há alguns anos). Particularmente acho que Iommi perdeu muito tempo deixando de compor e gravar com Dio, e o próprio Butler admitiu recentemente em entrevista divulgada pelo mesmo site nacional de música pesada que se a reunião fosse com Ozzy o ritmo teria sido muito mais lento, e poucas músicas teriam sido compostas. Sou adepto do entendimento de que as bandas importantes devem lançar discos regularmente e no caso do Black Sabbath isso fica mais fácil com Dio nos vocais (embora admita que algum outro vocalista como Tony Martin seria uma boa também).

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