No começo dos anos 90 eu tinha a convicção de que Bon Jovi era apenas mais uma banda poser de rock farofa com músicas medíocres. Mais tarde evolui para firmar entendimento de que o Bon Jovi se tratava de uma versão juca-bala do Whitesnake, que por sua vez, essa sim seria uma banda de verdade.
O fato é que em 1999, após já ter visto os clips da banda na MTV algumas vezes, comprei na Multisom do Centro o Slippery When Wet numa promoção de barbada. Não por acaso é o melhor disco da banda, indiscutivelmente. Conta com 3 clássicos do hard rock dos anos 80: YOU GIVE LOVE A BAD NAME, LIVIN ON A PRAYER e WANTED DEAD OR ALIVE. As duas primeiras, compostas em parceria com o onipresente Desmond Child, são empolgantes e têm refrôes matadores; a última tem um riff antológico no violão, boa letra, boa levada e bom refrão.
O disco é todo ele um clássico do gênero, pois as demais músicas são boas como a bela balada NEVER SAY GOODBYE, e a boa genérica hard rock I´D DIE FOR YOU. Importa destacar, neste passo, que o álbum foi produzido pelo mitológico Bruce Fairbairn e teve como engenheiro o famigerado Bob Rock.
Mas foi somente em 2002, após as sessões de violão com o Christian, mas já com o ouvido afinado com o hard rock dos anos 80, que experimentou um revival no começo dos anos 2000, que eu fui atrás dos demais álbuns da banda. New Jersey abre com três músicas brilhantes: LAY YOUR HANDS ON ME (com refrão certeiro), BAD MEDICINE (que tenta repetir o riff de YOU GIVE LOVE...) e BORN TO BE MY BABY (cujo "You were born to be my baby and I was made to be your man" remete ao "I was made for lovin´ you babe, you were made for lovin´ me" de I WAS MADE FOR LOVIN YOU do Kiss). Outra música boa é a balada I´LL BE THERE FOR YOU. As demais composições são irregulares, num resultado que se seria recorrente nos álbuns seguintes.
No auge do hard farofa dos anos 80, o Bon Jovi não gravou mais álbuns e seus integrantes se dispersaram - Jon Bon Jovi gravou uma trilha sonora para Young Guns e conseguiu um baita hit na forma de BLAZE OF GLORY. Em 1992, no entanto, acompanhei (sem interesse algum) o renascimento da banda com a gravação de Keep the Faith, que se não me engano, é um dos discos favoritos do Bruce. E não há como culpar o baterista da Burnin´ Boat e líder da Worldengine: Keep the Faith é um álbum forte, com belas composições capitaneadas pela faixa-título, um desde já um clássico. A música de abertura, I BELIEVE, é uma música obscura do repertório da banda e muito boa. I´LL SLEEP WHEN I´M DEAD, salvo engano, tem uma inegável levada Rolling Stones. BED OF ROSES é a balada que fez bastante sucesso na época, mas a minha favorita do álbum é IN THESE ARMS, que tem uma letra interessante e um refrão tipicamente arrasa-quarteirão.
Lá em 2003 ou 2004 eu cheguei a ter o disco These Days, mas honestamente trata-se de um disco bem fraco (talvez não seja de graça que Desmond Child não tenha composto nenhuma das 12 faixas). Crush foi lançado em 2000, eu comprei em promoção na Banana, mas tomou o mesmo destino de These Days (a coleção de cds do Dioberto). As únicas músicas boas de Crush são IT´S MY LIFE e ONE WILD NIGHT.
Em 2002 a banda lançou Bounce, e as guitarras distorcidas de Sambora me impressionaram o suficiente para comprar o disco - mas as guitarras são ouvidas apenas em metade das faixas do disco, pois a outra metade é composta por baladas insípidas (uma delas chegou a fazer parte de trilha sonora de novela da Globo). Seja como for, UNDIVIDED, EVERYDAY (cópia carbono de IT´S MY LIFE), HOOK ME UP e BOUNCE fazem valer o disco.
Bon Jovi ainda lançaria um disco com versões acústicas de certas músicas (This Left Feels Right) e mais um disco de estúdio (Have a Nice Day). O que fica evidente é que Jon Bon Jovi vem perdendo a voz, e a banda, a qualidade das composições.
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