terça-feira, 30 de setembro de 2008

Formula 1 - GP de Cingapura (15.ª etapa, 28.09.2008, 9h)

Talvez seja exagero, mas não consigo pensar em outra corrida tão legal de assistir quanto esse GP de Cingapura. Tratou-se do primeiro GP noturno da história da Formula 1, e os caras acertaram na medida. É um circuito de rua, com spots de luz por todo o lado, e as imagens aéreas mostravam avenidas sobre o circuito, nas quais circulavam carros de passeio. O visual ficou muito diferente e mais interessante (os carros pareciam mais bonitos, e a transmissão toda ficou legal). O treino de classificação teve desfecho empolgante, pois Hamilton tinha o melhor tempo até que Massa, na última tentativa e com o tempo esgotado, conseguiu a pole. A vitória do brasileiro parecia garantida, e só não se confirmaria se se operasse algum caso fortuito ou de força maior. Pois Massa largou bem, manteve a ponta, abriu distância, mas Piquet bateu sozinho (foi irritante ouvir o cara no rádio para a equipe "Sorry, guys" - ele pisou na zebra e perdeu o carro). O carro-madrinha ingressou na pista, as diferenças na pista foram eliminadas, mas já era hora dos primeiros pits. Tão logo foram liberados os boxes, Massa parou para abastecimento e troca de pneus, como programado. Mas a mangueira do abastecimento ficou presa, e apesar disso foi dado ao brasileiro o sinal de partida (muito se criticou o sistema de sinaleira verde/vermelho da Ferrari, ao invés dos tradicionais homens-pirulito). Massa arrancou e levou consigo o mecânico e a mangueira, e assim teve que ficar na saída do pit, esperando os mecânicos fazerem a parada de Raikkonen para retirar a mangueira presa. O brasileiro voltou em último, sofreu punição (drive through), teve dificuldades para se recuperar, e não pontuou. Alonso, que no treino classificatório teve que abandonar devido a problemas com o seu Renault (e se dizia que ele tinha chances de fazer o melhor tempo), acabou fazendo tudo certo e conseguiu uma vitória inesperada. Vettel manteve a boa fase, finalizando em 5.º. Outro alemão teve atuação destacada: Glock da Toyota. Hamilton chegou em 3.º e agora abriu 7 pontos de diferença sobre Massa.

Singapore Grand Prix Results - 28 September 2008 - 61 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Fernando Alonso Spain Renault 61 1h57m16.304
2. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 61 2.957
3. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 61 5.917
4. Timo Glock Germany Toyota 61 8.155
5. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 61 10.268
6. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 61 11.101
7. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 61 16.387
8. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 61 18.489
9. Jenson Button Britain Honda 61 19.885
10. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 61 26.902
11. Robert Kubica Poland BMW Sauber 61 27.975
12. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 61 29.432
13. Felipe Massa Brazil Ferrari 61 35.170
14. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 61 43.571
15. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 57 4 Laps, Accident
R Jarno Trulli Italy Toyota 50
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 49 Accident
R Mark Webber Australia Red Bull-Renault 29
R Rubens Barrichello Brazil Honda 14
R Nelson Piquet Brazil Renault 13 Accident
FASTEST LAP: Kimi Raikkonen Finland Ferrari 14 1:45.599

Standings
Points standings (after 15 rounds)
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 84
2. FELIPE MASSA Brazil Ferrari 77
3. ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 64
4. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 57
5. NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 56
6. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 51
7. FERNANDO ALONSO Spain Renault 38
8. SEBASTIAN VETTEL France Toro Rosso-Ferrari 27
9. JARNO TRULLI Italy Toyota 26
10. MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 20
TIMO GLOCK Germany Toyota 20
12. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 17
13. NELSON PIQUET Brazil Renault 13
13. RUBENS BARRICHELLO Brazil Honda 11
15. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 9
16. DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Renault 8
17. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 4
18. JENSON BUTTON Britain Honda 3

CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. MCLAREN-MERCEDES 135
2. FERRARI 134
3. BMW SAUBER 120
4. RENAULT 51
5. TOYOTA 46
6. TORO ROSSO-FERRARI 31
7. RED BULL-RENAULT 28
8. WILLIAMS-TOYOTA 26
9. HONDA 14

Formula 1 - GP da Itália (14.ª etapa, 14.09.2008, 9h)

Caiu um dilúvio sobre Monza, mas nem assim se poderia esperar um grid tão diferente nesta temporada. Afinal, Sebastian Vettel, da Toro Rosso, fez o melhor tempo, e os líderes do campeonato, Massa e Hamilton, ficara para o meio do pelotão. A largada foi atípica, com os carros em movimento, após umas três voltas, e Vettel conduziu-se de maneira perfeita. E a vitória do alemão foi significativa pois (a) tornou-se o piloto mais jovem a vencer corridas na Formula 1; (b) foi a primeira vitória da Toro Rosso (ou STR); (c) bem vistas as coisas, foi a primeira vitória da Minardi na Formula 1 (no site grandprix.com se diz que boa parte dos mecânicos trabalhava na equipe italiana adquirida pela Red Bull, e tiveram seus anos de lealdade finalmente recompensados). Hamilton fez uma das tradicionais corridas de recuperação que todos os grandes pilotos invariavelmente tem que cumprir, e conseguiu finalizar uma posição atrás de Massa, e assim a distância no campeonato de pilotos diminui para 1 ponto em favor do inglês.

Italian Grand Prix Results - 14 September 2008 - 53 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 53 1h26m47.494
2. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 53 12.512
3. Robert Kubica Poland BMW Sauber 53 20.471
4. Fernando Alonso Spain Renault 53 23.903
5. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 53 27.748
6. Felipe Massa Brazil Ferrari 53 28.816
7. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 53 29.912
8. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 53 32.048
9. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 53 39.468
10. Nelson Piquet Brazil Renault 53 54.445
11. Timo Glock Germany Toyota 53 58.888
12. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 53 1m02.015
13. Jarno Trulli Italy Toyota 53 1m05.954
14. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 53 1m08.635
15. Jenson Button Britain Honda 53 1m13.370
16. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 52 1 Lap
17. Rubens Barrichello Brazil Honda 52 1 Lap
18. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 52 1 Lap
19. Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 51 2 Laps
R Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 11 Accident
FASTEST LAP: Kimi Raikkonen Finland Ferrari 53 1:28.047

Formula 1 – GP da Bélgica (13.ª etapa, 07.09.2008, 9h)

Na Hungria, Massa fez uma largada espetacular, liderou quase toda a corrida, mas ficou a pé faltando poucas voltas para o final. Em Valência foi perfeição: pole e vitória de ponta-a-ponta. Para o GP da Bélgica, no lendário circuito de Spa Francorchamps, o brasileiro alinhou em 2.º; o líder do campeonato Hamilton fez o melhor tempo no treino de classificação. Mas pelo histórico recente, acreditava que Massa bem podia assumir a liderança já na primeira volta. O final de semana foi chuvoso, a pista estava úmida, e na largada Hamilton tracionou melhor e segurou a ponta; Raikkonen deu uma de Massa - saiu da 4.ª posição, ultrapassou Raikkonen, forçou para cima do brasileiro na reta que vem depois da Eau Rouge, e logo em seguida passou Hamilton. Aparentemente, o finlandês estava determinado a não perder a condição de postulante ao título, e andou forte. A chuva só veio nas últimas voltas. E serviu para modificar totalmente o resultado da corrida. Hamilton vinha descontando a vantagem de Raikkonen até conseguir a ultrapassagem numa manobra que gerou dúvidas sobre sua regularidade na hora: o piloto da McLaren retardou a freada, conseguiu a ultrapassagem, mas o fez perdendo a curva, e nessas condições seria obrigado a devolver a liderança; mas o cara deu uma leve diminuída no acelerador, deixou Raikkonen passar, mas pisou fundo em seguida e retomou a ponta. A leve chuva modificou as condições da pista, Raikkonen conseguiu se aproveitar e passou Hamilton, para na reta seguinte rodar sozinho e bater no muro. Massa vinha atrás, bem na manha, e assegurou a 2.ª colocação. Bourdais vinha num inacreditável 3.º lugar, mas na última volta vários pilotos entraram nos boxes para colocar pneus intermediários; a diferença de rendimento entre pilotos com pneus de pista seca e pilotos com pneus intermediários era tão grande que Heidfeld enfileirou várias ultrapassagens e finalizou em 3.º, seguido por Alonso – Bourdais chegou em 7.º. Barrichello abandonou com problemas na 6.ª marcha, e Piquet pisou na linha branca molhada, rodou e caiu fora quando estava em 11.º. A vitória de Hamilton com a 2.ª colocação de Massa deixava o inglês na liderança com 8 pontos de vantagem sobre o brasileiro. Ocorre que a corrida não acabou com a bandeira quadriculada, pois os comissários deliberaram sobre a manobra de Hamilton e decidiram pela sua punição: perda de 25s. Assim, Hamilton caiu para 3.º, Massa venceu, Heidfeld ficou em 2.º, e agora a diferença entre Hamilton e Massa ficou em apenas 2 pontos. Próximo GP é fim-de-semana que vem, em Monza, circuito tipicamente ferrarista.

Belgian Grand Prix Results - 7 September 2008 - 44 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Felipe Massa Brazil Ferrari 44 1h22m59.394
2. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 44 9.383
3. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 44 10.539*
4. Fernando Alonso Spain Renault 44 14.478
5. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 44 14.576
6. Robert Kubica Poland BMW Sauber 44 15.037
7. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 44 16.735
8. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 44 42.776
9. Timo Glock Germany Toyota 44 1m07.045**
10. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 43 1 Lap
11. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 43 1 Lap
12. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 43 1 Lap
13. Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 43 1 Lap
14. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 43 1 Lap
15. Jenson Button Britain Honda 43 1 Lap
16. Jarno Trulli Italy Toyota 43 1 Lap
17. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 43 1 Lap
18. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 42 2 Laps, Accident
R Rubens Barrichello Brazil Honda 19 Gearbox
R Nelson Piquet Brazil Renault 13 Accident
FASTEST LAP: Kimi Raikkonen Finland Ferrari 24 1:47.930
* Hamilton penalised 25 seconds for cutting the chicane.
** Glock penalised 25 seconds for ignoring waving yellow flags.

Formula 1 – GP da Europa (12.ª etapa, 24.08.2008, 9h)

Esse ano, Valência sediou o GP da Europa. Depois da decepção que foi o resultado do GP da Hungria, Massa e Ferrari vieram com tudo para circuito espanhol: o brasileiro marcou a 4.ª pole da temporada e venceu de ponta-a-ponta. No mais, a corrida foi sonolenta.

European Grand Prix Results - 24 August 2008 - 57 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Felipe Massa Brazil Ferrari 57 1h35m32.339
2. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 57 5.611
3. Robert Kubica Poland BMW Sauber 57 37.353
4. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 57 39.703
5. Jarno Trulli Italy Toyota 57 50.684
6. Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 57 52.625
7. Timo Glock Germany Toyota 57 1m07.990
8. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 57 1m11.457
9. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 57 1m22.177
10. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 57 1m29.794
11. Nelson Piquet Brazil Renault 57 1m32.717
12. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 56 1 Lap
13. Jenson Button Britain Honda 56 1 Lap
14. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 56 1 Lap
15. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 56 1 Lap
16. Rubens Barrichello Brazil Honda 56 1 Lap
17. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 56 1 Lap
R Kimi Raikkonen Finland Ferrari 45 Engine
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 41 Accident
R Fernando Alonso Spain Renault 0 Damage
FASTEST LAP: Felipe Massa Brazil Ferrari 36 1:38.708

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

10.º show da Burnin´ Boat - 17/05/2003 Guanabara Bar

Poucas memórias sobre esse primeiro show que fizemos em 2003 no Guanabara Bar (local que foi palco para um homicídio, alguns meses depois, numa festa hip hop). O Valmor Senior se fez presente, assim como o Bernard e o Gabriel, ambos ex-Bed Reputation; o último era o baixista da banda do Dioberto (Firewall), e ele, juntamente com o tecladista da mesma banda, foram os responsáveis por conseguir um bom público (parecia o recreio do Rosário). O show foi organizado exclusivamente pelo próprio Dioberto, em comemoração ao seu aniversário, de modo que ele tocou com sua banda de covers, e depois fomos nós (não lembro se teve outra no meio). O repertório não deve ter diferido muito do que executávamos na época: uns covers de Deep Purple, Black Sabbath, talvez algum Iron Maiden.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

CD ao vivo – Deep Purple “Come Hell or High Water” (1994)

O primeiro cd do Deep Purple que ouvi foi logo um dos melhores cds ao vivo de todos os tempos, o “Made in Japan”, isso em 1993, bem na época em que estava alugando tudo quanto era disco para conhecer tantas bandas quantas possíveis e tal. Sem saber de nada, previamente, sobre a banda ou o repertório, fui logo com a cara de “Highway Star” (sempre gostei de músicas rápidas, i. é, com andamento rápido) e, evidentemente, de “Smoke on the Water” (só era familiarizado com o riff, que todo mundo conhece). Mas foi apenas quanto tomei contato com outro cd ao vivo, registrado em data mais recente (1993/94), que comecei a ter o Deep Purple como uma das minhas bandas favoritas. Em 1995 adquiri por um preço bem acessível, numa loja no térreo da Gal. Chaves, o “Come Hell or High Water”. Esse disco, lançado em 1994, contém registro da última turnê de Ritchie Blackmore com a banda, no ano anterior, que promovia o disco de estúdio “The Battle Rages On”, e este, por sua vez, representava a volta (pela 2.ª vez) da formação clássica (Mark II) de Blackmore/Glover/Gillan/Lord/Paice, tudo isso em comemoração aos 25 anos de atividade da banda..

É curioso como dos inúmeros cds ao vivo (entre oficiais e bootlegs) de todas as inúmeras fases do Deep Purple, foi a partir desse “Come Hell or High Water” que comecei a querer ouvir (e saber sobre) a banda. É certo que o disco não conta com as melhores performances (só pude avaliar isso bem depois), mas, bem ou mal, é divertido de ouvir e particularmente foi suficiente para apresentar algumas faixas mais importantes, além de servir como prévia da notória característica dos caras de improvisar em algumas faixas. Um bom exemplo é durante “Speed King”, na qual após uma troca de licks entre Blackmore e Jon Lord, a banda toca por oito vezes o riff de “Burn” (que não faz parte do repertório desse Mark II, vez que, como se sabe, foi registrada pelo Mark III).

Se se pode opor alguma resistência à performance de um ou outro integrante, ou à execução de alguma música, o fato é que não há como reclamar do set-list, pois todas as faixas são muito boas ou excelentes: “Highway Star”, “Black Night”, “A Twist in the Tale”, “Child in Time”, “Anyone´s Daughter”, “`Perfect Strangers”, “Anya”, “Smoke on the Water” (Blackmore e Lord se revezam durante o solo que, na versão de estúdio, é de guitarra), “Speed King”. Pessoalmente, as favoritas são “Highway Star” (mesmo na fase com Tommy Bolin, qualquer versão dessa música é boa; nesse disco Lord acompanha Blackmore na parte rápida e mais famosa do solo de guitarra), “Black Night” (embora, atualmente, já esteja cansado de ouvir essa música manjada), “A Twist in the Tale” (riff rápido, lembra o Rainbow - talvez não seja por acaso que a faixa título de "The Battle Rages On" recicla, digamos assim, um riff que aparece no meio da faixa "Fire Dance" do disco "Bent Out of Shape" do Rainbow), “Anyone´s Daughter” (quase idêntica à versão de estúdio, e muito legal, com guitarra limpa, Hammond e meia-lua e bumbo de Paice), bem como a própria “Anya” (com riff de teclado legal e tudo). Além disso, aqui aparece a última versão defensável para “Child in Time”, pois a voz de Gillan já não acompanha mais os agudos e os gritos histéricos da parte final.

Nesse ano de 2008, o Marcelo "Osmar Band" tomou contato com o Deep Purple (e curtiu bastante) através de outro disco ao vivo, desta feita o registrado no famoso festival de Mountreaux, já com a formação mais recente (Airey/Gillan/Glover/Morse/Paice), o que me faz concluir que independente da fase, do repertório ou da formação, um disco ao vivo do Deep Purple sempre é um bom jeito para conhecer e virar fã da banda.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Aknowledgements

Nesses mais recentes três anos tive a oportunidade de conhecer pessoas realmente especiais, com as quais estabeleci muito mais do que relações profissionais; o convívio diário, em maior ou menor medida (conforme o caso), me permitiu conquistar amigos muito bons, que estou certo de que não encontrarei em outro lugar. Então, apesar de não ter tido a oportunidade de fazê-lo da melhor forma, ou da forma mais apropriada - por razões explicáveis e outras inexplicáveis - , quero expressar o meu agradecimento por ter conhecido e me tornado amigo de pessoas tão importantes: Anelise, Cláudio, Eduardo, Elenise, Gilberto, Karin, Marcelo, Márcia, Rafael; além destes, Aline, Cristiane, Simone e Vera (RIP). Realmente me sinto grato por simplesmente tê-los conhecido, e com eles tido convivência no dia-a-dia durante esses três anos, assim como me sinto privilegiado de dizer que são meus amigos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Livro – “Rough Guide to Led Zeppelin”

Da série “Rough Guide”, encontrei na Cultura (também por um bom preço) um volume dedicado ao Led Zeppelin, e fiz a aquisição pelos mesmos motivos que me levaram a trazer para casa o do Pink Floyd (com a diferença de que, ao contrário do Led, gosto mais de algumas músicas e discos da banda de Waters e Gilmour). Mas ao contrário da leitura guerreada que foi a do “Rough Guide to Pink Floyd”, esse do Led Zeppelin está muito bem escrito, tanto que resolvi ler praticamente capa-a-capa, desde o início, incluindo a infância dos quatro integrantes. O texto flui e as informações são colocadas com parcimônia nos parágrafos (não é preciso ficar voltando páginas atrás para conferir ou lembrar alguma coisa). E tem o esquema que achei muito legal: história cronológica, resenha disco por disco, comentários sobre as 50 melhores faixas (na opinião do autor do livro), dentre outras partes (resenhas dos vídeos, bootlegs, projetos paralelos, livros e sites).

Já havia aproveitado o balaio da Multisom para reunir todos os discos de estúdio, mas estava tendo dificuldades para depurar o que havia de bom a ser ouvido nesses álbuns, então a leitura veio em boa hora. Afinal, sempre me inquietou o fato de que o Led Zeppelin é considerado um dos fundadores do hard rock/heavy metal, em 1968, além de ter influenciado todas as bandas do gênero, sendo certo que existem outras bandas da mesma época (como Deep Purple e Black Sabbath, ou de data anterior, como Blue Cheer, Cream e Hendrix) que fizeram rock mais hard e metal mais heavy. Além disso, a discografia dos caras não me parecia permitir uma proeminência tão grande (se é certo que “Led Zeppelin IV” é um baita disco - já escrevi isso aqui - , o mesmo não se pode dizer de “In Through the Out Door”). Evidentemente que tenho ciência de que isso tudo é falta de visão de minha parte, e essa deficiência o livro ajudou a suprir.

Com efeito, o livro esclarece que a banda nasceu de uma idéia de Jimmy Page para superar o fracasso dos Yardbirds; essa banda, na qual já haviam tocado Clapton e Jeff Beck, era dedicada à produção de singles para os top 10 britânicos, com pouca atenção aos álbuns. Isso acabou refletindo na própria opção do Zeppelin de não lançar singles durante anos. Page encontrou Robert Plant, os dois passaram umas semanas na casa do guitarrista ouvindo discos e compondo músicas; Plant sugeriu John Bonham; Page já conhecia John Paul Jones de trabalhos prévios como “session musician” (os dois ganhavam uma boa grana com esses trabalhos, sendo incontáveis os singles dos mais variados artistas nos quais registraram participação); eis o Led Zeppelin. Mas a banda não seria o que acabou sendo se não contasse com um produtor eficiente, e esse papel foi exercido por Peter Grant. Page queria controle total sobre a 1.º gravação, então o cara custeou as sessões e apresentou o trabalho pronto para a gravadora, que apenas lançou o disco. Notável que o sucesso já veio desde o início, em muito maior medida nos Estados Unidos do que na Inglaterra. Então veio o segundo disco, ainda em 1969, que sedimentou a reputação da banda para o hard rock. Parece que não foi só a mim que causou estranheza o “Led Zeppelin III” (conforme já escrevi aqui), metade acústico, metade elétrico, pois o disco obteve “mixed reception”. Dispostos a fazer um disco espetacular, “que venderia muito de qualquer maneira”, os caras compuseram as músicas que imortalizaram o “Led Zeppelin IV”. Após um grande disco, veio o criticado “Houses of the Holy” (não concordei com os comentários a respeito de “The Song Remains the Same”, de que não seria uma música de abertura tão forte quanto a dos discos anteriores... acho uma baita música). Se algumas músicas de “Houses of the Holy” não foram bem aceitas, a banda resolveu levar adiante o projeto de um álbum duplo e reuniram sobras de outras gravações com composições novas e lançaram o muito elogiado “Physical Graphitti”. Em 1975, Plant sofreu um violento acidente automobilístico, e assim, inapto para uma turnê americana que se viu cancelada, reuniu-se com Page para compor e eventualmente gravar um disco, “Presence”, no qual desempenhou os vocais numa cadeira-de-rodas. Reabilitado para a turnê, o cara teve a devastadora notícia do falecimento do seu filho, que o retirou de circulação por um ano. Reunidos para gravar mais um disco, “In Through the Out Door”, o resultado saiu abaixo da expectativa, dado o ânimo dos integrantes (além da perda familiar de Plant, Page estava consumido pela heroína, Bonham loqueando como de costume; apenas Jones tentou seguir em frente, e não por acaso foi o principal compositor do disco). Com o falecimento de Bonham, não houve dúvidas de que a banda deveria encerrar suas atividades. O autor do livro chega a fazer um exercício de futurologia, dando conta de comentários posteriores de Page a respeito das idéias que ele tinha para o próximo disco; conforme esses depoimentos, Page declarou em algumas oportunidades que havia já conversado com Bonham que o próximo álbum seria de “heavy riffin´”. O próprio autor parece duvidar disso, o que me parece correto, sobretudo quando se sabe que Page não deixou de aderir ao Roland guitar syntesizer e ao som pop-rock típico dos anos 80, não havendo nada de “heavy riffin´” nos trabalhos de Page (e mesmo de Plant e Jones) no período pós-Zeppelin.

As descrições sobre gravações de discos e turnês são muito boas e bem distribuídas (diferentemente da biografia do AC/DC, que privilegia as turnês, tornando a leitura complicada em muitos momentos), além de registros sobre as reações de crítica e público em relação ao lançamento de cada álbum. Parece que não faltou nada: desde explicações sobre as capas dos discos, os “artworks” viajantes, a história dos símbolos do “Led Zeppelin IV”, o interesse de Page sobre ocultismo e outras questões místicas, tudo com detalhes, respeitando o estilo enxuto e os limites da obra. Notável como a banda conseguiu público expressivo desde o início nos Estados Unidos, e por lá realizou turnês com mais shows e com mais freqüência, e não tanto na sua terra natal. No livro constam ainda comentários sobre as notórias farras que os caras cometiam nos anos 70, especialmente nos EUA, inclusive com depoimentos de pessoas de fora da banda a respeito do comportamento inapropriado e de alguns eventos particularmente repugnantes (não descritos no livro), o que me permite concluir que os músicos, sobretudo Page, eram dados a experiências grosseiras e humilhantes, de certa forma. A boa sacada, que ainda não havia me dado conta, é da dinâmica “lento-rápido-agitado-calmo” que caracterizam parte do repertório da banda, sendo um bom exemplo “Babe I´m Gonna Love You” do 1.º disco: começa com um dedilhado, os “baby, baby, baby” que Plant imortalizou (e é uma das razões pelas quais ouço a banda mais pelo trabalho desenvolvido pelos outros músicos), e segue uns acordes descendentes Am-G-F#-F-E com guitarra e bateria à milhão, depois voltando para o dedilhado inicial com um solinho bem legal.

Das poucas partes que não gostei no livro, a principal foram os comentários gravosos ou jocosos em relação a outras bandas. Tipo, comparar Zeppelin com Black Sabbath, e sugerir que esta copiava aquela nos momentos mais hard ou heavy, não me parece nem um pouco apropriado. Cada uma surgiu, se desenvolveu e seguiu os seus próprios rumos, com maior ou menor êxito, e não vejo nada que permita concluir que uma possa ter influenciado a outra (a não ser na questão de aumentar o público e vender mais discos, e isso parece ser comum a todas as bandas da época). Além disso, o autor tomou partido em favor de Plant e aderiu ao coro dos que acham que David Coverdale, notadamente nos anos 80, foi uma espécie de cover do vocalista do Led. Nesse sentido, o cara destruiu o projeto Coverdale & Page de 1993, definindo como um disco fraco. Bem, particularmente sou fã de Coverdale, e acho que esse disco de 1993 é muito bom (prefiro este aos discos do Zeppelin, ou pelo menos a maior parte deles, conquanto não tenha o costume de ouvir nenhum deles regularmente). É possível que Coverdale tenha ido um pouco além na “influência Plant”, mas quem não o fez nos anos 80? Posso citar aqui Steven Tyler, Brett Michaels, enfim, todos os vocalistas das bandas de hard rock farofa dos anos 80. O autor do livro não fundamenta adequadamente porque o disco “Coverdale & Page” seria fraco; pois as músicas são boas, na maioria, e o resultado final é muito melhor do que todos os “Zeppelin friends & relatives” lançaram após a dissolução da banda (qualquer hora dessas vou dar uma ouvida no “UnLedded”, sendo certo que assisti ao especial na MTV, na época, além do show durante o verão no Hollywood Rock, e não fiquei entusiasmado com nenhuma performance). Realmente, acho que num livro desses não cabem comentários depreciativos em relação a outras bandas (a não ser que a piada seja muito boa, o que não foi o caso).

Durante a leitura, fiz um exercício de, num sábado a tarde, ouvir a discografia a partir do 1.º disco até o 5.º (passando algumas faixas, eventualmente). Minha mulher teve a mesma impressão que eu: algumas músicas são muito boas, mas em geral não dá para ficar ouvindo direto. E, nessas condições, continuo com a mesma opinião: sou mais Deep Purple e Black Sabbath.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

9.º show da Burnin´ Boat - 22.05.2002 – Teatro de Câmara Túlio Piva (com Trem Bala e Carbono)

O contato com o Hernani rendeu mais um fruto, desta feita no Teatro de Câmara Túlio Piva, que fica na R. República, perto do Colégio Pão dos Pobres. Esse foi o único show no qual não contamos com o Cláudio, que não estaria disponível tendo em vista uma viagem para Campinas/SP (acredito que era um congresso relacionado com a faculdade dele). Resolvemos que seria só eu o guitarrista, mas achamos que seria uma boa também ter dois vocalistas se revezando no palco, e depois os dois se juntarem no palco. Em relação ao repertório, as músicas não poderiam ser muito complicadas dada a minha limitação como solista, e convencionamos que as canções deveriam ser mais ou menos conhecidas. De músicas próprias, a serem cantadas pelo Luciano, escolhemos “Boats are Burning”, “Hidden” e “Ace´s High”, sendo que esta última era uma excelente composição do Daniel Ace Lairihoy (houve uma época em que o Bruce e eu fizemos algumas jams com ele, e um dos temas era esse, com um riff cromático, que vinha depois de um hipnótico riff principal. A idéia era excelente, e o Bruce inventou uma quebrada magnífica, que nos deixou desconcertados e nos deu trabalho para aprender a contar e tocar corretamente. Posteriormente o cara nos liberou essa composição, pois não pretendia utilizá-la em nenhum dos seus muitos projetos inacabados. Nós nos incumbimos de finalizar a música e o fizemos em ensaios, incorporando umas partes mais ou menos diferentes).

Valmor: Se o posterior show da Croco é ainda o mais memorável show da BB, guardo este como o show com o melhor som. Tenho uma vontade enorme de voltar a tocar naquele teatro, cuja acústica é fenomenal. Lembro que a sonoridade encorpada da minha bateria afetou substancialmente a minha maneira de tocar naquela noite.

Em relação aos covers, estipulamos “Mistreated”, na versão do álbum Made in Europe (contendo o clássico blues “Rock me Baby”), e o clássico “Smoke on the Water”, ambas do Deep Purple. Para fechar, duas do Kiss na versão do disco Alive III: “Rock and Roll All Nite” e “Lick it Up”.

GILBERTO: Eu lembro que a entrada de "Lick It Up" no set list se deu por iniciativa minha, grande apreciador de medleys. Ensaiávamos pela primeira vez tendo esse show em vista e ao acabar Rock "And Roll All Nite" eu engatei "Lick It Up" instintivamente, a banda abraçou, e o resto é história.

A noite era fria e chegamos por volta das 20h, encontrando todos do lado de fora do teatro. Não recordo da passagem de som, mas lembro um pouco da performance enérgica da banda que tocou antes de nós.

O legal era que se tratava de um teatro, e assim nos arrumamos com as cortinas fechadas. Iniciamos “Boats are Burning” e as cortinas se abriram. Permaneci tranqüilo, na medida do possível, e até aproveitei um pouco. O Gilberto sempre foi o mais performático e era muito legal vê-lo no palco, sobretudo pela interação com o público. Assim, o cara anunciou que a próxima música seria uma bem desconhecida, ao que eu iniciei “Smoke on the Water”. Foi muito legal a reação da galera a esse riff clássico (apesar de que errei feio no solo).

GILBERTO: fato é que eu sempre tentei compensar minha falta de grandes alcances agudos (totalmente dispensáveis) com uma boa performance e improvisação. Mas o crédito todo fica com o clima que emana de um palco e da iluminação que aquela estrutura nos oferecia - anima tocar num lugar próprio pra um grande show como foi aquele.

Valmor: Gosto muito de curtir em vídeo nossa auto-indulgente performance de "Mistreated" deste show, uma das nossas mais ousadas e longas.

Os shows das bandas que nos precederam não foram marcantes, senão pelo fato de que o vocalista da banda que subiu ao palco antes de nós estava visivelmente alterado (leia-se: sob efeitos de psicotrópicos).

Set list: Boats Are Burning, Ace´s High, Hidden, Smoke on the Water, Mistreated, Spectreman, Rock and Roll All Nite & Lick it Up.

GILBERTO: se não me engano, aquele foi meu "ticket de entrada" pra Burnin' Boat como membro efetivo.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails