LED ZEPPELIN – “Led Zeppelin IV” (1971)
Nunca fui fã de Led Zeppelin; pelo contrário, sempre cultivei certa reserva em relação a Robert Plant e Jimmy Page, sobretudo o primeiro. Já ouvi vários discos da banda e me vi obrigado, há mais de 10 anos atrás, a comprar a coletânea “Remaster”, exclusivamente para ter algum disco da banda (com boa parte das suas melhoes músicas). Jamais, contudo, consegui admirar o grupo de Plant, Page, Jones e Bonham (não por falta de tentativa, como sumariamente referi).
Mas isso, por outro lado, não me impede de considerar o Led Zeppelin uma das 3 bandas mais importantes do rock - ao lado (para mim, atrás) de Black Sabbath e Deep Purple - a partir dos anos 1970. Da mesma forma, impõe-se levar a sério um disco com músicas do tipo de “Rock and Roll”, “Stairway to Heaven” e “Black Dog”, como um autêntico clássico do gênero. E foi com tudo isso em mente que adquiri muito recentemente, exclusivamente após encontrar por preço atrativo, esse cd nas Americanas do Moinhos.
Como fã de Kiss, o disco, desde já, me oferece duas músicas de interesse relacionado, por assim dizer, uma vez que “Black Dog” foi “homenageada” por Paul Stanley em “Radar for Love” do disco Asylum (1985), e “Misty Mountain Hop” tem riff quase idêntico a “Firehouse” do disco Hotter Than Hell (1974); se no primeiro caso, a música do Led é muito melhor (“Radar for Love” é uma das piores faixas do Kiss, mas conforme o livro Por Trás da Máscara, Stanley reconheceu a homenagem e a falta de consistência da composição), no segundo caso a vantagem é totalmente em favor do Kiss (“Firehouse” é muito melhor que “Misty Mountain Hop”).
Pois bem, BLACK DOG abre o disco e tem aquele estilo muito copiado de pergunta-e-resposta entre vocal e riff de guitarra. É um clássico, mas não é das minhas favoritas, notadamente nas partes “ah-ah-ah” de Plant. Segue-se, então, talvez a melhor música da banda: ROCK AND ROLL. Realmente não são necessárias muitas palavras para dizer o quão legal é a introdução de bateria de John Bonham, o riff de Page, e até mesmo o vocal de Plant (“lonely, lonely, lonely time”). A música é tão boa que não soa nada pretensioso o título, que, afinal define exatamente do que trata.
Mas o disco talvez seja mais conhecido por conter STAIRWAY TO HEAVEN, uma faixa de 8min que TODO mundo conhece, para o bem ou para o mal (nesse sentido, convém lembrar Wayne´s World, o filme). Particularmente, a música é muito boa até a parte em que chegam as guitarras elétricas (para mim, despiciendas). O dedilhado todo de Page é memorável (evidentemente que tive que aprendê-lo, quando veio a transcrição numa revista de guitarra, e é aí que se consegue, pelo menos para mim, reconhecer a qualidade superior da composição), assim como a interpretação de Plant é correta. Mas a verdade é que o pessoal geralmente gosta da faixa inteira, inclusive com os solos de Page (considerados, volta e meia, por alguma lista top de revista como um dos 10 melhores solos de guitarra de todos os tempos).
As outras músicas, para mim, servem apenas para fechar o disco. GOING TO CALIFORNIA é boazinha, acústica e tal, com um Plant cantando em registro mais grave, o que é sempre muito melhor do que os seus timbres mais afetados. MISTY MOUNTAIN HOP tem um bom baixo de John Paul Jones. FOUR STICKS é a música para John Bonham mostrar algum virtuosismo, denunciado pelo título da faixa.
Aguardo, agora, promoções de "Led Zeppelin III", "House of the Holy" e "Phisical Graphitti", para dizer alguns.
3 comentários:
Na minha humilde opinião, o Zeppelin está a anos luz de qualquer coisa que o Sabbath e o Purple tenham feito. O Physical Grafitti está entre os cinco maiores de todos os tempos, foi o álbum (talvez junto com o The Wall) que marcou minha adolescência. Uma mistura perfeita de blues, folk e rock pesado. Satisfação garantida! Um abraço!
Só complementando. O Led Zeppelin III é mais acústico e o Houses Of The Holy antecipa um pouco o que viria no Physical Grafitti, muita variedade. Mas, se não gostas dos agudos do Plant, talvez sejam menos recomendados do que o álbum duplo. Ainda recomendo fortemente a faixa "Achilles Last Stand" do álbum "Presence" (76). Depois de ouvi-la, minha admiração pelo Steve Harris (Iron Maiden) diminuiu consideravelmente... Um abraço!
De fato, Achilles Last Stand é uma baita música e conta com uma bela versão cover feita pelo Dream Theater. Valeu a visita. Grande abraço.
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