domingo, 22 de março de 2009

Discos Essenciais - King Diamond "Them" (1987)

Geralmente se diz que "Abigail" é o disco clássico de King Diamond, no qual ele conseguiu realmente escrever um álbum conceitual com composições boas de heavy metal europeu, mas o meu preferido é "Them", especialmente por contar com três músicas perfeitas: "The Invisible Guest", "Bye, Bye, Missy" e "Welcome Home". Essa última tem uma porção de riffs legais, e recentemente vi no youtube um vídeo de um cara tocando essa música na guitarra e o resultado é espantoso. Além disso, parece ser a preferida de todos os apirantes a King Diamond (existem vários vídeos de caras tentando alcançar os altos registros de King nessa faixa; inclusive isso apareceu, de certa forma, no filme "Clerks 2"). Para finalizar, a música é ainda conhecida pela introdução de bateria de Mikkey Dee: apesar de curta (dura aproximadamente dois segundos), tem um efeito notável e até serviu para Mike Portnoy "prestar uma homenagem" aplicando-a na introdução de uma faixa do Dream Theater ("Honour Thy Father").

"The Invisible Guest" é outra que tem riffs matadores na guitarra e andamentos empolgantes na bateria, e tem até um refrão pegajoso (pelo menos para o padrão King Diamond). "Bye, Bye, Missy" não é tão rápida e tem um riff pouco mais tradicional, mas a quebradeira dos tempos não demora e torna a música muito interessante. Essas duas faixas em versão instrumental, tirada de ensaios nos quais as guitarras são tocadas por Andy La Roque e pelo próprio King Diamond (o substituto de Michael Denner ainda não havia sido escolhido); essas versões são talvez mais fáceis de ouvir para quem não curte o vocal de King Diamond, e para mim serviu para reparar o quão bom é o trabalho de guitarras e bateria dessa banda.

Não lembro exatamente a partir de qual momento firmei a convicção de que tinha de comprar esse cd (i. é, se já tinha ouvido algum mp3, ou se já sabia dessas versões bônus instrumentais), mas o fato é que encontrei o disco depois de muita procura numa loja que já não existe mais na R. Senhor dos Passos, quase esquina com a Andradas, há uns 10 ou 11 anos atrás.

Esse disco é essencial pelo trabalho "flawless" de guitarras e bateria, no melhor estilo heavy metal europeu (muitos riffs técnicos e bastante semicolcheias, como dizem).

sábado, 21 de março de 2009

CD - King Diamond "Conspiracy" (1988)

Na véspera do 1.ª show da Burnin´ Boat adquiri um disco do King Diamond, "Conspiracy", que ouvi na loja mesmo (uma que ficava perto do atual Dado Garden) e curti alguns riffs. Na época não sabia, mas é possível afirmar que de King Diamond e de Mercyful Fate se podem esperar, sempre, um heavy metal muito técnico, executado com perfeição, e de muito boa qualidade. E com guitarras tão legais (cortesia de Andy La Roque e um outro guitarrista, sendo que King compõe a maioria das faixas - revelando um talento incomum para a criação de riffs cavalos) e bateria tão boa (Mikkey Dee é "o cara") fica fácil prestar atenção mais na parte musical e menos nos vocais de King Diamond. Admito que a tarefa de acostumar com as vozes que o dinamarquês adota (ora falsete, ora gutural) demora um pouco para se consolidar; mas o esforço compensa, pois os riffs e as levadas de bateria são matadoras.

Sabe-se que King Diamond é o vocalista do Mercyful Fate, que se lançou em carreira solo tão logo a banda dinamarquesa se dispersou após o lançamento de dois discos ("Melissa" e "Don´t Break the Oath", ambos tidos como muito importantes e influenciáveis discos de heavy metal). Nos seus discos solo, King Diamond desenvolveu o costume de escrever álbuns conceituais; geralmente acho que isso de "álbum conceitual" acaba comprometendo o resultado final, pois as faixas são colocadas em função da história a ser contada, o que pode perturbar a audição do disco com o tempo. Custou-me, então, vários anos para digerir boa parte do material do King Diamond, diferentemente do que se verificou com relação à discografia do Mercyful Fate (que adquiri inteira e cuja audição considero mais pacífica).

Vale a pena ouvir três discos do King Diamond: "Abigail", o seu maior sucesso, "Them", o meu preferido, e "Conspiracy", que é a continuação da história contada em "Them". Em todos o baterista é Mikkey Dee, e isso significa que se tratam de discos com uma levada de bateria heavy metal perfeita; o sueco é o melhor baterista do gênero que conheço, sendo capaz de criar partes tão memoráveis quanto os riffs e refrões das respectivas músicas. Esse "Conspiracy" foi o último de Dee com Diamond, e não estou certo porquê, mas foi o primeiro que adquiri da banda.

Apesar de ter gostado da prévia na loja (houve época em que havia um espaço destinado a audições, e costumava me valer disso; invariavelmente acabava levando algum disco por ter curtido algum riff ou levada que parecia inspirada ou inspiradora) não me abri imediatamente para o disco. Mas há que se dar valor a esse "Conspiracy", tirante a questão da execução das composições. Há bons riffs em "Sleepness Nights" (o riff inicial tem harmônicos artificiais à la Zakk Wylde), e choruses marcantes em "Sleepness Nights" e "A Visit from the Dead" (nesta a partir dos 3min25s); a dinâmica de "At the Graves", faixa de abertura, é muito boa, mas é preciso ter disposição para ouvir seus grandiosos 9min (é complexa, com muitas partes e andamentos diferentes). A complexidade das composições é uma característica de King Diamond nessa época - meados dos anos 1980 - e que acabou um pouco sacrificada durante os anos 1990. Então todas as faixas de "Conspiracy" - e dos discos anteriores em maior ou menor medida - contêm várias partes, algumas das quais bem elaboradas para guitarra e bateria, e certamente as mais rápidas e mais pesadas são as melhores.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails