A banda que capitaneou o nu-metal no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, sabe-se, foi o Korn. Nessa época estava nos meus últimos anos de faculdade, e um grande amigo, o Barboza, era – e ainda é -, um baita fã do Korn e do Jonathan Davis. Particularmente tinha dificuldade para ouvir mais do que uma música, pois o estilo é muito diferente do que estou acostumado. Em 2003 encontrei para vender alguns discos da banda com preços baixos, então trouxe para casa o primeiro dos caras, além de “Life is Peachy”, e “Follow the Leader” (disparado achei esse o melhor). Lembro que na época ainda havia o espaço para ouvir Cds na Saraiva do Praia de Belas, e fiquei animado com a quantidade de riffs fortes que abriam as músicas de “Life is Peachy”. Contudo, jamais consegui ouvir a banda adequadamente. Os vocais são perturbadores, e é difícil acompanhar o que as guitarras fazem. Diz-se que o Korn, na verdade, não faz músicas, e sim uma massa sonora com as guitarras, baixo e bateria. Assim, o ouvinte curte a atmosfera decorrente do som dos instrumentos e vocal, e não as músicas individualmente.
Fato é que de uma maneira ou outra fui acompanhando a banda, e me inteirando dos discos, ainda que precariamente. Quando do lançamento do álbum mais recente, “Korn III: Remember Who You Are”, assisti no youtube o vídeo para o single “Oildale (Leave Me Alone)”, a achei a música excelente. Com as expectativas otimistas, obtive o restante do disco e curti bastante. Diferentemente dos demais álbuns, as músicas contêm riffs de guitarra muito bons e bem característicos – o meu tipo de riff -, e têm dinâmicas bem diversificadas. Receita para um grande disco.
Trouxe para casa a versão normal, lançada nacionalmente, e depois achei na Cultura uma versão do tipo deluxe com DVD bônus, fabricado na Argentina. Esse extra tem a execução das músicas com cenas dos caras tocando em estúdio.
Destaques, além de “Oildale”, são “Pop A Pill” (riff com tercinas, tipo Tool), “Fear Is a Place to Live” (refrão assimilável), “Move On” (riff destruidor), “Lead the Parade” (riff com slides), “Let the Guilt Go” (belo groove), “Never Around” (riff bom, belo refrão), “Are You Ready to Live” (achei que já tinha ouvido esse refrão em outro disco do Korn...).
Os caras estão se saindo bem com apenas um guitarrista (para os shows há um contratado para fazer a segunda guitarra), e ainda estou avaliando se o batera Ray Luzier supre a falta do excelente David Silveria.
Melhor disco do Korn, particularmente, e melhor disco de 2010 (acabei não fazendo a tradicional lista de melhores do ano).
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