terça-feira, 19 de agosto de 2003

Coisas que ando ouvindo

nesses últimos dias eu ouvi o "Dark Side of the Moon" (Pink Floyd) - motivado pelo dvd; "Spiral" e "Albedo 0.39" (Vangelis); o último do Sepultura (Roorback); além de estar empenhado em estocar material do King Crimson (tem algumas coisas bem interessantes, apesar do som ser meio intragável, de modo geral).

O "Dark side..." dispensa comentários. Os do Vangelis eu gosto bastante - não tanto quanto Jarre, mas as músicas são brilhantes quando são brilhantes. Algumas são daquelas que dão a impressão de que já ouvimos em algum lugar - e provavelmente já ouvimos mesmo. Esses discos (Albedo 0.39 e Spiral) foram gravados em 1976 e 1977, mesma época em que o Jean-Michel Jarre lançou Oxygene. Mas os sintetizadores de Vangelis parecem mais antigos e datados que os do francês - e menos sofisticados também. No entanto, esse detalhe faz parte do estilo de cada um - Vangelis é muito mais facilmente reconhecível (quem ouvir a trilha de Blade Runner pode identificar o som dos teclados do grego, que são os mesmos nos outros discos dos anos 70 - não vou tratar dos discos sinfônicos do Vangelis). Outra característica também é o uso de bateria "acústica", tocada por um baterista meio jazzy (será o própro Vangelis?).

Quanto as músicas, Albedo 0.39 traz a memorável Pulstar. Outro bom momento é Main Sequence, que começa com uma jam de prog rock, e que se estende por seus oito minutos - há até solo de teclado (solos não são muito comuns, por incrível que pareça). Nos derradeiros minutos dessa música, há uma atmosfera que lembra muito Patrick Moraz em Relayer (Yes). Outra música tão conhecida quanto Pulstar é Alpha, que tem UM só tema - repetido por quase seis minutos por diversos timbres de teclado. Mas ao invés de tornar a música enfadonha, Vangelis consegue cercar esse tema com outros sons, que a elevam e a tornam um clássico. Em seguida aparece Nucleogenesis part one - muito boa, com um clima meio sinistro, sugerido por uma nota repetitiva. Nucleogenesis part two parece ter sido feito sob medida para o Yes - encaixaria muito bem numa passagem instrumental de alguma música de 20 minutos da banda. Tem um ritmo mais acelerado, conduzido por uma bateria bem no estilo Alan White.

Spiral (de 1977) inicia com a faixa título - excelente, com uma melodia que fica circulando da esquerda pra direita no stereo. É uma faixa complexa, com um teclado que sugere uma sinfonia. Se encaixaria bem no Blade Runner. Dervish D é outra música excelente, num estilo mais "tradicional" - várias camadas de teclado, pulsando sobrepostas. A levada parece sugerir um rock´n´roll daqueles de 3 acordes (v.g., Mi-Lá-Si). To the Unknown Man é outra das conhecidas (ou pelo menos tudo leva a crer que sim). Começa bem delicada, com as notas suaves, e assim o tema vai se desenvolvendo, até que entra uma batera Alan White. As primeiras quatro notas de 3 + 3 eu tenho certeza que tocam na "Voz do Brasil". É outra baita música. O início é brilhante, mas aos poucos vai perdendo o objetivo nos seus quase dez minutos.

O Sepultura novo (que eu gostei bastante) e os King Crimson eu comento mais além.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails