quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Discoteca Erga Omnes (Yngwie Malmsteen) - Parte I

Logo que eu comecei a me interessar mais detidamente sobre música (música com guitarras), no começo dos anos 90, tomei conhecimento de um dos guitarristas mais controvertidos: Yngwie J. Malmsteen. As opiniões sobre o cara são do tipo amor-e-ódio, sendo que poucos são realmente indiferentes ao sueco. Cuida-se de um guitarrista que popularizou um estilo diferente de tocar guitarra; Yngwie não inventou o hard rock neoclássico, ou seja lá o que se pode chamar um estilo no qual a guitarra assume o papel do violino da música erudita, mas tornou popular o que guitarristas como Ritche Blackmore e Uli Jon Roth já faziam, com a palhetada já empregada por Al Di Meola e John McLaughlin. Muitos seguiram e copiaram esse estilo, sendo que os anos 80 se notabilizaram pela quantidade enorme de guitarristas excepcionais, especialmente no hard rock (praticamente toda banda contava com um guitarrista que estraçalhava notas do instrumento); num cenário acirrado assim, virtuosismo se tornou lugar comum, e é lícito dizer que tal tendência foi um dos fatores que determinou a reviravolta dos anos 90, nos quais o popular era justamente a pouca (ou falta) de habilidade com o instrumento, e a simplicidade das canções e letras (vide o caso das bandas grunge).

No meu caso, seja como for, não acompanhei a ascensão e o declínio dos guitarristas virtuosos, até porque pouco me interessava - como jamais me interessou - o que estava na moda em termos musicais. Para o bem ou para o mal, formei meu gosto musical por conta própria, empiricamente, ouvindo CDs alugados “só-para-conhecer” (e eventualmente gostar) e lendo revistas (Top Rock, Rock Brigade), sem contar as trocas de idéias com o pessoal do colégio (e no Sévigné havia uma turma altamente afinada com o bom hard rock/heavy metal, como o Gugu, Diego, Jorge, Dige, Cristiano, dentre outros).

No começo dos anos 90, era difícil encontrar CDs do sueco que não fossem importados, e mesmo estes eram indisponíveis para venda, ou então, o eram por preços exorbitantes. Para minha surpresa, uma locadora de CDs na Mal. Floriano, perto do Sévigné, disponibilizou o Seventh Sign para locação; era o lançamento do guitarrista na época. Imediatamente eu aluguei o CD, ouvi rapidamente, mas não me entusiasmei (só o nome do cara era muito legal).

Alguns anos depois, tornei-me sócio da CD Express, no antigo endereço na Av. Independência. A loja era grandiosa, tinha um espaço enorme para venda de CDs importados (por preços bem mais salgados que os normalmente praticados), e também um bom acervo de CDs para locação. Lá encontrei MAGNUM OPUS, SEVENTH SIGN, FIRE & ICE e ECLIPSE, sendo que apenas esse último eu não gostei.

MAGNUM OPUS (1995) começa do jeito que eu gosto que um disco comece: por uma música rápida, boa e com um nome muito legal - VENGEANCE. É realmente uma música perfeita. Na discografia de YJM, as melhores músicas têm nomes marcantes, do tipo que já dá para antecipar se a música será boa ou não pelo título da composição. Outras das minhas favoritas neste álbum são NO LOVE LOST, FIRE IN THE SKY (o duelinho do começo é matador), TIME WILL TELL (altamente inspiradora para músicas "egípcias") e VOODOO. A banda de apoio do sueco era brilhante (praticamente a mesma do SEVENTH SIGN), sendo que o destaque é o vocalista e compositor de algumas letras do disco Michael Vescera, em grande forma. Os dois discos com Vescera eu considero como os da melhor fase tanto de YJM como do próprio Vescera. Além deste, outro que manda muito no CD é o batera Shaane Gaalas. Trata-se, enfim, de um disco recompensador, pois na primeira audição eu já curti grande parte das músicas. Adquiri o CD em uma troca numa das lojas que ficam sob o viaduto da Av. Borges de Medeiros.

SEVENTH SIGN (1994) foi lançado antes de Magnum Opus, e abre com uma das melhores músicas do guitarrista: NEVER DIE, simplesmente destruidora no "solo de introdução", riff, versos, refrão, sessões de arpejos e solo (os bends na casa 21 são marca registrada - devidamente homenageada por Edu Ardanuy nos solos de FIRE e TIME AFTER TIME do Dr. Sin - e são sensacionais). Outros destaques são CRASH AND BURN, PYRAMID OF CHEOPS, SEVENTH SIGN, BAD BLOOD e HAIRTRIGGER. O baterista, neste disco, é Mike Terrana, muito conhecido na cena de heavy metal, e que também tocou com Axel Rudi Pell. Não lembro exatamente onde adquiri este CD, mas sei que é uma edição nacional e não custou muito caro.


FIRE & ICE (1992) foi o último lançamento do guitarrista por uma grande gravadora, em 1992. Na gravação do disco, Malmsteen cercou-se de músicos suecos desconhecidos, dentre os quais o vocalista, Goram Edman, que não é dos meus favoritos, mas cujo desempenho tornou-se aceitável pela qualidade de algumas músicas como FOREVER IS A LONG TIME e NO MERCY – não por acaso, as minhas prediletas. O clima poser marcou presença na faixa TEASER, totalmente hard farofa. O álbum inicia com uma instrumental imponente - PERPETUAL. Embora não sejam memoráveis, outras músicas são muito aceitáveis como ALL I WANT IS EVERYTHING, DRAGONFLY, I´M MY OWN ENEMY. Consegui esse CD, não lançado no Brasil, em alguma barbada na Classic & Rock da Gal. Chaves ou naquela da Toca do Disco.

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