segunda-feira, 19 de março de 2007

Formula 1 (1.ª etapa, GP da Austrália, 18.03.2007, 0h)

Para a temporada 2007 várias (boas) modificações se fizeram em termos de pilotos e equipes. A McLaren estreou uma nova dupla com o bicampeão Alonso e o novato (e badalado) inglês Lewis Hamilton. A Renault, com nova pintura (o branco no lugar do azul foi bem criticado, mas eu achei que funcionou), manteve Fisichella e promoveu a estréia do promissor Heikki Kovalainen. A aposentadoria de Schumacher produziu muitos efeitos, dentre os quais o de abrir uma vaga na Ferrari, que afinal restou ocupada por Raikkonen (agora o finlandês terá a chance de provar o quão bom e talentoso ele parece ser); por outro lado, a disputa pela preferência da equipe fica, aparentemente, em aberto, dado que Massa encerrou 2006 em alta e nos testes pré-temporada sempre foi o mais rápido, sendo apontado por muitos como favorito ao título deste ano. Entre as equipes do meio do pelotão, a BMW parece que é a que tem o carro mais competitivo, e com uma boa dupla - Heidfeld e Kubica; a Williams, de motor Toyota, vai de Rosberg e (revigorado) Wurz; a Toyota não apresentou mudanças significativas; a Honda, que não andou nada nos testes, trouxe uma nova pintura, sem patrocínios, com uma vista do satélite do globo terrestre; a Super Aguri vem com um carro melhor e com uma dupla experiente - Sato e Davidson; a Red Bull acabou dando espaço para Weber ao lado de Coulthard; a Toro Rosso insiste em Liuzzi e Speed; por fim, uma "nova" equipe, a Spyker, com pintura laranja tipo Arrows do início dos anos 2000, agregou o novato Adrian Sutil ao já conhecido Albers.

Nos treinos classificatórios, Rubinho decepcionou ao fazer o 17.º tempo e ficar de fora das etapas posteriores; e Massa, por sua vez, que tinha grandes chances de fazer a pole, acabou tendo problemas com o câmbio e não fez nenhuma volta cronometrada na 2.ª parte do treino. Assim, o caminho ficou livre para Raikkonen marcar a melhor volta, seguido de Alonso, Heidfeld (com a veloz BMW), Hamilton (o "Robinho, como é chamado pelos brasileiros; anota esse nome aí, amigo"), "Kubitza" (afinal, aparentemente resolvida definitivamente a questão da pronúncia do nome do piloto polaco). Sato, com a Super Aguri (ou "Suzuki", como diz o outro), alinhou em 10.º, antecipando o que pode ser a supremacia da equipe sobre a Honda.

Antes da corrida passou um vídeo com alguns momentos do 1.º GP da Austrália, em Adelaide, em 1985. Felizmente consegui gravar tudo.

A largada foi sensacional com Raikkonen saindo na frente, seguido de Heidfeld e Hamilton (demorou para o narrador se dar conta de que o inglês, premido por Kubitza, deu a volta para o outro lado e passou Alonso por fora). Não demorou e o finlandês abriu larga vantagem sobre os demais. Legal foi ver Hamilton abrindo distância de Alonso. Massa largou em último - a equipe trocou o motor - e foi cauteloso, ganhando posição por posição. Quando se posicionou atrás de Rubinho acabou ficando retido pela Honda bem mais lenta de Button. Após mais de 10 voltas, Rubinho conseguiu passar do seu companheiro de equipe e conseguiu fazer quase 2s por volta - mas em seguida teve que fazer o primeiro pit-stop.

Dos estreantes, não há dúvidas de que Hamilton apresentou as credenciais de que se trata de um grande piloto e foi uma pena quando Alonso saiu do último pit na frente do inglês para chegar em 2.º. Kovalainen, por sua vez, não poderia ter sido mais desastrado; o cara saiu umas 4 vezes da pista, e se antes do início da temporada era Fisichella quem tinha o posto ameaçado pelo Nelsinho Piquet, agora as atenções se voltam para o finlandês novato (ainda assim o cara finalizou na frente do Rubinho).

Kubitza lamentavalmente abandonou, e Coulthard - literalmente - passou por cima de Wurz: quase que a Red Bull bateu na cabeça do austríaco.

A temporada inicia com a Ferrari disposta a retomar a supremacia exercida nos 2 útltimos anos pela Renauld (com Alonso). Mas a McLaren com a excepcional dupla Alonso/Hamilton promete poles, vitórias e pódios. Resta a Massa superar os incidentes do fim-de-semana e se recuperar já para o próximo GP da Malásia, onde terá oportunidade para desde logo partir para consolidar sua condição de postulante ao título.

Australian Grand Prix Results - 18 March 2007 - 58 Laps
1. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 58 1h25m28.770
2. Fernando Alonso Spain McLaren-Mercedes 58 7.242
3. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 58 18.595
4. Nick Heidfeld Germany BMW 58 38.763
5. Giancarlo Fisichella Italy Renault 58 1m06.469
6. Felipe Massa Brazil Ferrari 58 1m06.805
7. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 57 1 Lap
8. Ralf Schumacher Germany Toyota 57 1 Lap
9. Jarno Trulli Italy Toyota 57 1 Lap
10. Heikki Kovalainen Finland Renault 57 1 Lap
11. Rubens Barrichello Brazil Honda 57 1 Lap
12. Takuma Sato Japan Super Aguri-Honda 57 1 Lap
13. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 57 1 Lap
14. Vitantonio Liuzzi Italy Toro Rosso-Ferrari 57 1 Lap
15. Jenson Button Britain Honda 57 1 Lap
16. Anthony Davidson Britain Super Aguri-Honda 56 2 Laps
17. Adrian Sutil Germany Spyker-Ferrari 56 2 Laps
R Alexander Wurz Austria Williams-Toyota 48 Damage
R David Coulthard Britain Red Bull-Renault 48 Accident
R Robert Kubica Poland BMW 36 Gearbox
R Scott Speed United States Toro Rosso-Ferrari 28 Tyre
R Christijan Albers Netherlands Spyker-Ferrari 10 Accident
FASTEST LAP: Kimi Raikkonen Finland Ferrari 41 1:25.235

1. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 10
2. FERNANDO ALONSO Spain McLaren-Mercedes 8
2. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 6
4. NICK HEIDFELD Germany BMW 5
5. GIANCARLO FISICHELLA Italy Renault 4
6. FELIPE MASSA Brazil Ferrari 3
7. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 2
8. RALF SCHUMACHER Germany Toyota 1

1. MCLAREN-MERCEDES 14
2. FERRARI 13
3. BMW 5
4. RENAULT 4
5. WILLIAMS-TOYOTA 2
6. TOYOTA 1

domingo, 18 de março de 2007

Burnin´ Boat - Gravando de novo

A Burnin´ Boat reiniciou - ainda timidamente - suas atividades nessa semana com uma sessão de gravações de guitarras na casa do Bruce.

Maiores detalhes sobre essa sessão no blog da Burnin´ Boat.

Depois desse dia resolvi dar uma ouvida - depois de muito tempo - no cd "Damnation" do OPETH. Impõe-se valorizar a inciativa dos caras, reconhecidamente uma banda de metal muito pesado, de gravar um disco inteiro com guitarras limpas, sem distorções; serve para demonstrar, afinal, que os caras são muito bons músicos. As composições são boas, mas a inspiração parece que vai diminuindo conforme as faixas vão avançando - a primeira música é muito boa, a segunda um pouco menos, e assim por diante. Inegavelmente é um disco inspirador, mas não é um clássico para toda a hora.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Discoteca Erga Omnes - BRUCE DICKINSON

BALLS TO PICASSO (1994)

Quando Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden em 1994, eu já estava familiarizado com discos como “FEAR OF THE DARK”, e lembro de quando a ZH publicou uma resenha do primeiro álbum solo lançado pelo vocalista nessa fase pós-Maiden, na qual se disse que “BALLS TO PICASSO” tinha pouco que diferenciasse do trabalho anteriormente desenvolvido na banda de Steve Harris. Ouvi o disco na época e dei muito pouca atenção, a não ser pelo fato de achar TEARS OF A DRAGON uma música “ok” – afinal, é inegável que se trata de uma balada com estilo radiofônico, além de que se me fosse dado escolher algo do vocalista para ouvir, eu iria de alguma coisa do “POWERSLAVE” ou do próprio “FEAR OF THE DARK”. No entanto, a Saraiva anda fazendo uma promoção legal de cds, de modo que pude recentemente tomar novo contato com o disco. Algumas músicas, desde ALIVE IN STUDIO A, eu já achava estupendas como 1000 POINTS OF LIGHT e SACRED COWBOYS, que têm bons riffs e bons refrões, que, geralmente, é o tanto quanto basta para se fazerem boas músicas. Mas se impõe reconhecer que se “BALLS TO PICASSO” representa alguma coisa como um disco no repertório de Bruce Dickinson, tal se deve grandemente por causa de TEARS OF A DRAGON, que, de fato, é uma baita música – simples, mas muito eficiente e poderosa. Talvez seja fazer pouco da música dizer que se trata de uma música “simples”, sobretudo porque começa com um dedilhado, incorpora algumas guitarras, ganha velocidade no expressivo solo, e tem uma parada tipo “reggae”, para depois voltar ao dedilhado e ao refrão. Mas a simplicidade se dá porque o terreno percorrido por Bruce nessa música é conhecido (não por acaso, o vocalista compôs a música sem a participação do valoroso Roy Z). Cumpre, ainda, destacar a excelente interpretação de Bruce, que ganha a música - o refrão é, como se diz hoje em dia, tudo de bom. Bem vistas as coisas, pois, TEARS OF A DRAGON é (a) um clássico da sua carreira solo; (b) muito melhor que a balada do Iron – WASTING LOVE; (c) e mesmo melhor que muitas coisas que o Iron compôs.

ACCIDENT OF BIRTH (1997)

Após o resultado mediano alcançado pelo lançamento seguinte – “SKUNKWORKS” – foi sem muito entusiasmo que eu aluguei na saudosa MadSound o cd “ACCIDENT OF BIRTH”, conquanto a (legal) capa do disco contivesse o traço de Derek Riggs, e à banda de apoio capitaneada pelo Roy Z se tenha feito ingressar o mítico guitarrista Adrian Smith (não estranho aos fãs de Iron Maiden). Mas foi só botar o cd pra rodar que fiquei positivamente surpreendido com as boas composições do álbum; a faixa de abertura – FREAK – é muito boa. De pronto se percebe que o som das guitarras está diferente, e aparentemente tal se deve à afinação dropped-D e a incorporação de cordas mais pesadas ao instrumento. Seja como for, sempre me pareceu difícil, na audição do disco, imaginar as notas e as posições dos riffs. STARCHILDREN também é uma boa faixa, com um refrão muito bem aproveitado pelo vocalista. TAKING THE QUEEN tem uma bela levada no violão, mas o clássico do disco é a música seguinte – DARKSIDE OF AQUARIUS -, que durante um bom tempo foi cogitada – e ensaiada parcialmente – para compor o repertório dos shows da Burnin´ Boat. A música é boa, e utiliza a afinação drop-D de maneira bastante interessante, sobretudo no riff que acompanha os solos. ROAD TO HELL não é das minhas favoritas – parece uma música fácil demais (o teminha de abertura não me emociona), e o refrão parece ser daqueles pré-fabricados. Segue-se uma balada com pianos e tudo mais – MAN OF SORROWS – do tipo que Bruce sabe cantar muito bem. A faixa-título é pesada e boa, com bom riff e me lembra um pouco o Iced Earth, sobretudo pelas guitarras harmonizadas durante o refrão. THE MAGICIAN é outro tipo de música que parece que os caras fizeram em 5 minutos – mas pelo menos está em drop-D. WELCOME TO THE PIT lembra, de certa maneira, o que o Kiss e o Bruce Kulick acabaram fazendo no disco “CARNIVAL OF SOULS”. THE GHOST OF CAINS, em que pese o teminha de abertura, tem um bom riff principal e, sobretudo, um refrão legal. Essas últimas músicas são todas bem razoáveis, mas nada marcantes. Até que chegam as duas últimas: OMEGA e ARC OF SPACE. A primeira tem uma levada tradicional de Roy Z no violão e ganha corpo com umas guitarras, mas é a performance de Bruce que faz valer a música. A segunda fica no violão, mas ganha um apoio no sempre bem cotado Mellotron. Bruce ganha mais uma vez no vocal, e o refrão, notavelmente, é bem emotivo (“In my heart I reach you...”). Aqui o solinho de violão é muito legal, também. Nesse disco, em todas as faixas, sobressai o trabalho competente e seguro do baterista David Ingraham. Não consigo visualizar até que ponto o disco seria diferente se não contasse com Adrian Smith – afinal a grande maioria das faixas foi composta por Dickinson e Z -, mas, no mínimo, as faixas ganharam mais credibilidade com a presença do guitarrista.

THE CHEMICAL WEDDING (1998)

Do próximo disco – “THE CHEMICAL WEDDING”, adquirido de barbada numa feira em Itapema/SC no verão de 1999 – eu já sabia, basicamente, o que esperar: um belo disco. E a música de abertura – KING IN CRIMSON – superou as minhas expectativas, pois se trata de uma composição melhor que todas as do “ACCIDENT OF BIRTH”, pelo menos para o meu gosto. Os caras conseguiram fazer uma música ainda mais pesada, mas dinâmica, com um belo riff que acompanha os versos, finalizados com uma descidinha neo-clássica bem ao estilo Blackmore no Rainbow (DEATH ALLEY DRIVER). A faixa-título tem um belo refrão. THE TOWER é uma boa música que acabou sendo representada ao vivo pela Burnin´ Boat (tratou-se de um dos poucos casos nos quais ficou decidido que determinada música seria tocada e a mim caberia apenas aprender o que os outros já sabiam). O dueto (em que pese o baixo também reproduzir o riff) após os solos é sensacional. KILLING FLOOR é bem pesada e parece ser uma música decente. BOOK OF THEL é uma baita composição, irmã-gêmea de DARSKIDE OF AQUARIUS (lembro que o Bruce - o da Burnin´ Boat/Wordlengine - , na época, se abriu bastante para essa). Tem uns bons mini-solos de bateria lá pelas tantas. GATES OF URIZEN tem um estilo bastante familiar, com introdução lenta, uma encorpada no decorrer, mas nada muito significativo. JERUSALEN traz de volta uma interpretação bastante própria de Dickinson ("Let it rain, let it rain...") - o cara é mestre em criar momentos marcantes nas faixas. A levadinha no violão, como geralmente ocorre nas composições do Roy Z, é bem fácil e legal. O peso volta com força em TRUMPETS OF JERICHO (estranhamente, contudo, para abrir o disco ao vivo "SCREAM FOR ME...". Seja como for, não há nada de errado nessa música, ao contrário do que ocorre com MACHINE MEN, que não traz nada de relevante para o disco - exceto o solo com wah. Os versos de THE ALCHEMIST, da forma como cantados por Dickinson, lembram muito o Black Sabbath com Ozzy. REALWORLD fecha o disco, mas se trata de uma música dispensável, aparentemente fora de sintonia com o resto do álbum.

Da forma como Bruce Dickinson saiu do Iron para retomar sua carreira solo faz com que seja inevitável a comparação dos 4 discos lançados com os 2 álbuns registrados pelo Iron com Blaze Bailey, e é fácil concluir que Dickinson se saiu muito melhor, pois no mínimo ACCIDENT OF BIRTH e THE CHEMICAL WEDDING (que podem ser considerados em conjunto, pois têm sonoridade muito próxima, assim como ROCK AND ROLL OVER e LOVE GUN, e DINASTY e UNMASKED do Kiss) são discos mais interessantes e com melhores composições (pelo menos quantidade de melhores composições) que THE X FACTOR (que eu curto) e VIRTUAL ELEVEN.

No início dos anos 2000, Bruce e Steve Harris acabaram se rendendo ao apelo comercial que renderia o retorno ao Iron Maiden, e após uma turnê promoveu-se o lançamento de BRAVE NEW WORLD. O vocalista ainda lançou um disco solo - TYRANNY OF SOULS -, que não conta com Adrian Smith (as guitarras são empunhadas exclusivamente por Roy Z), e os músicos de acompanhamento são outros.

TOP 5 - Bruce Dickinson

1. King in Crimson
2. Tears of a Dragon
3. Freak
4. 100 000 Points of Light
5. Sacred Cowboys

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