segunda-feira, 12 de maio de 2008

Shows XXV - WHITESNAKE (11.05.2008, 20h, Teatro do Bourbon Country, Porto Alegre/RS)

Há pelos menos dois meses soube da confirmação da apresentação do Whitesnake em Porto Alegre para o dia das mães (11.05.2008), mas foi só na semana passada que pude ter a certeza (e a felicidade) de que tudo estava em ordem para poder acompanhar o evento. Só que ao contrário do show do Whitesnake de 2005, no qual eles abriram para o Judas Priest, no Gigantinho, a banda está em divulgação do seu disco mais recente (o muito bom "Good to Be Bad") e contou com bastante divulgação. Nessas condições, no jornal de sexta saiu notícia sobre o show, dando conta de que os ingressos disponíveis eram apenas para pista e camarote (130 e 180 pila, respectivamente). Assim, pouco adiantava falar com a Fernanda (que conhecia o local e uma vez tinha dito que uma determinada posição - tipo mezanino, não lembro - era melhor e mais barato do que outra, que em princípio deveria ser mais cobiçada). Sem muitas opções, resolvi encarar o camarote, e escolhi um que me pareceu bem centralizado.

Apesar do lugar marcado, procurei chegar com antecedência, e antes das 19h já tinha assumido meu posto. Não era tão bom para tirar fotos como pensava, então comecei a planejar como faria para conseguir bons ângulos. No sistema de som rolou umas boas músicas antigas do AC/DC, além de outras nada empolgantes de bandas que não conheço.

Os caras ingressaram no palco na hora marcada, e abriram com uma do disco novo: "Best Years". O som estava perfeito, e as guitarras estavam uma paulada, especialmente a de Doug Aldrich, que é favorecida em comparação com a de Reb Beach. Já tinha lido umas resenhas no Whiplash, então sabia que a faixa seguinte seria uma das minhas favoritas, "Fool for Your Loving" (que não havia sido tocada na outra apresentação de 2005), e assim me posicionei para registrá-la. A versão que essa formação toca é mais parecida com a tocada originalmente por Mardsen/Galley, com os solos da versão de Steve Vai (que eu prefiro integralmente). De toda maneira, é uma baita música, pena que Coverdale deixa o microfone para o público cantar o primeiro e significativo verso: "I was born under a bad sign (...)".

Fool for Your Loving



Não demorou para Coverdale demonstrar todo o seu carisma e a notável competência para interagir com a galera; o cara elogiou o teatro (realmente, muito bonito), definido como um belo lugar para terminar a turnê pelo Brasil, e fez questão de dizer que as gaúchas são as mais bonitas e que nós somos os maiores f.d.p´s de sortudos (o que é inteiramente verdade). Seguiram, então, com uma das minhas favoritas de um dos melhores discos dos anos 1980: "Bad Boys" do disco 1987. O riff inicial é espetacular, e ficou magnífico na Les Paul de Aldrich. Os caras ainda fizeram aquela citação do riff de "Children of the Night" entre os solos. Baita empolgação com essa música pesada e bem virtuosa, isto é, perfeita.

Bad Boys



Coverdale começou a introduzir uma "dedicada a Mel Galley", quando foi avisado que ainda não era hora de tocar uma "das antigas", e sim uma do disco novo, a boa "Can You Hear the Wind Blow", na qual o destaque, mais uma vez, foi a guitarra de Aldrich.

Agora sim, em homenagem a Mel Galley (guitarrista da formação pré-1987, e que está numa situação não muito boa de saúde), rolou a clássica "Love Ain´t no Stranger", que é o tipo de música que não tem como não gostar.

Durante "Lay Down Your Love", resolvi fazer a minha parte e arranjei um lugar na primeira fila do camarote, sentado no chão com as pernas cruzadas, e apoiando as máquinas numa providencial "prateleira" de madeira. Coverdale pergunta se Porto Alegre ainda era a cidade do amor, e então seguiu-se "Is This Love", que sempre é tocada bem lenta, num andamento e numa execução comoventes (não por acaso, trata-se de uma das maiores baladas - power ballads - de todos os tempos).

Há espaço para o duelo de guitarras entre Aldrich e Beach, um pouco diferente do tocado em 2005, e um pouco longo (talvez), mas me ocupei o tempo todo. Segue-se, então, outra da melhor época da banda: "Crying in the Rain", com direito a solo de batera de Chris Frazier, que foi o único que não veio em 2005, pois na época quem empunha as baquetas era o famoso Tommy Aldridge. Bem, já estou farto de solos de bateria, e esse de Frazier foi bem fraco (pior que o do Aldridge), mas por outro lado, o cara é melhor para tocar as músicas do Whitesnake (bate forte, mas não é do tipo "marreta").

Se tinha algo que não estava esperando era um momento acústico, e Coverdale e Aldrich ficaram sozinhos no palco para interpretar a bela "The Deeper the Love". Acho que Aldrich chegou a errar uns acordes no começo e no final, mas não comprometeu a execução dessa boa surpresa. Para minha felicidade, os caras não ficaram só nisso, e inseriram uma música extra no set list, mais adiante, com o resgate de uma das antigas, "Guilty of Love". Coverdale, ao final, disse "surpriiiise!", e durante a faixa, repetia "Rock in Rio", lembrando o histórico festival de 1985, no qual a banda foi uma das que se apresentaram (notável como teve banda boa nesse evento). As guitarras de Beach e Aldrich estava com o peso na medida certa, dando uma refrescada nesse bom rockinho acelerado.

The Deeper the Love



"Ain´t no Love in the Heart of the City" é outra das antigas, mas não é das minhas favoritas. Talvez seja uma boa para agradar o público feminino, por causa da sua levada mais sexy.

Bem, aí foi o momento de uma outra das melhores da banda, e um verdadeiro clássico do hard rock: "Give me All Your Love". É uma das minhas favoritas de todos os tempos, um baita hard rock. Gosto muito da versão do disco 1987, com o teclado bem marcante. Considero essa uma das músicas definitivas de hard rock, por esse teclado fazendo o riff dobrado com as guitarras, versos muito bem escritos ("When I first saw you babe, You took my breath away, I knew your name was Trouble, but my heart got in the way", ou então "I am blinded ´bout your smile, and crazy ´bout your walk, I shiver and shake when I hear your baby talk, I´m a fool for your lovin'"), e refrão pegajoso, sem contar o solo de guitarra muito inspirado de John Sykes (reproduzido com estilo pelo valoroso Aldrich). No show os caras fizeram uma versão matadora, que empolgou bastante a galera.

Give me All Your Love



Para liquidar, os caras tocaram outro clássico: "Here I Go Again", que ficou muito boa.

Após uma breve pausa, a banda voltou para uma versão arrasa-quarteirão do hino de sua época de ouro: "Still of the Night". Admito que nunca fui o maior fã dessa música, apesar de reconhecer que é uma baita composição; mas essa que eles tocaram em Porto Alegre foi a melhor versão que já vi/ouvi em todos os cds e vídeos que tive contato. Cara, essa versão de "Still of the Night" foi matadora do início ao fim. Felizmente tive a presença de espírito de registrá-la (ajudou ter ainda espaço na máquina para todas as faixas do bis).

Still of the Night



Um dos momentos que estava aguardando era o momento "a capella" de Coverdale para cantar "Soldier of Fortune", da época do Deep Purple (disco Stormbringer). Talvez fosse melhor com o violão acompanhando, mas ainda assim é sempre bom ter a oportunidade de ouvir a voz de Coverdale (o cara ainda manda muito bem, apesar dos anos de estrada). Seja como for, essa é uma música que considero muito especial e foi um verdadeiro privilégio ter tido a oportunidade de acompanhar uma das composições que sempre quis ver ao vivo.

Soldier of Fortune



Para finalizar, as músicas que tinham servido de abertura do show de 2005: "Burn", com parte de "Stormbringer" no meio, ambas da época do Deep Purple (a minha favorita, de 1974/1975). Aqui cabe registrar que Aldrich faz uma versão incrível do solo de guitarra de Blackmore, com direito a passagens extremamente virtuosísticas. Num dos raros momentos de destaque, o tecladista Timothy Drury fez um solo muito bom, lembrando bastante a versão de estúdio registrada por Jon Lord. Reb Beach é notoriamente um excelente backing vocal, além de exímio guitarrista, mas desta vez ele não repetiu o vocal estilo Glenn Hughes na parte "You know we have no time". Quanto ao baixista Uriah Duffy, bem, o sujeito fez o que se espera dele num elenco de estrelas: tocou corretamente todas as músicas, e ficou basicamente sem a atenção dos holofotes (Beach também não destaque... realmente, é Coverdale e Aldrich que dominam os spots).

Burn e Stormbringer



No final, estávamos todos muito satisfeitos e agradecidos pela excelente apresentação do Whitesnake. Um cara bem ao meu lado, mas que estava no outro camarote, resolveu fazer uma coisa que não tenho coragem de fazer, e conseguiu uma coisa que achei que jamais dariam para ele: o set-list dos caras da iluminação/som. Ele chamou a atenção e pediu para esses caras o set-list; o sujeito que estava embaixo não teve dúvidas e lançou a folha para cima. Pedi para tirar uma foto e dei os parabéns.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim, o show foi do car@lho! Coverdale tem o melhor gogó da atualidade. E a banda tava muito simpática e interativa. Foi muito foda!

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