
Ao que me parece, na mixagem as guitarras ficaram na mesma altura – Paul, no lado esquerdo, e Tommy, no lado direito, sendo que nenhum sobrepõe-se ao outro, na maior parte do tempo. É legal de ouvir DEUCE E PSYCHO CIRCUS onde dá pra perceber onde cada um toca diferente as mesmas partes. O som das guitarras tá bem ardido – alto e com boa distorção. Não é heavy como o Alive III, nem rockinho como o Alive! Ficou muito legal a parte de Paul em STRUTTER.
O que seria o aspecto negativo do disco – a bateria de Peter Criss – acaba não atrapalhando tanto. O instrumento ficou bem baixo na mixagem; e já é conhecida a falta de condições físicas do baterista pra acompanhar os demais. Contudo, se Peter fracassa em algumas faixas (DEUCE começa com Paul afuzel – quando a batera entra, a música claramente perde o pique inicial; FOREVER também é outra que ele se limita a acompanhar a levada), em outras demonstrou que funciona bem (KING OF THE NIGH-TIME WORLD, e outras). O disco seria perfeito com outro timbre de bateria (a caixa é irritante) e com o Eric Singer.
E a orquestra? Achei que a orquestra desempenha o papel ideal nessas ocasiões: a de ACOMPANHAR as músicas. Diferentemente do cd do Metallica com a orquestra, em que esta, às vezes, parece estar tocando outra música, no Alive IV há somente um reforço, que muitas vezes é imperceptível.
Por outro lado, é notório que o repertório do KISS não se presta muito para essas orquestrações – fica bizarro uma orquestra acompanhando músicas eminentemente rockers, tipo KING OF THE NIGHT-TIME WORLD, SHOUT IT OUT LOUD, entre outras. FOREVER também não souberam aproveitar adequadamente – inclusive, mudaram o jeito de tocá-la (o ideal teria sido Forever no acústico e EVERYTIME I LOOK AT YOU, nesse Alive IV). Também não ficou legal a reprise de músicas do acústico – GOIN´ BLIND e SURE KNOW SOMETHING. Deviam ter aproveitado a orquestra pra tocar outras músicas obscuras – alguma outra do solo do Gene, ou alguma do solo do Paul (TONIGHT YOU BELONG TO ME, TAKE ME AWAY/TOGETHER AS ONE são as que me ocorrem). De qualquer sorte, pelo menos teve GREAT EXPECTATIONS. BETH também serviu, mas às vezes a orquestra pareceu meio travada (especialmente nas partes “Beth what can I do”).
Ainda sobre o repertório, achei que faltaram I LOVE IT LOUD e HEAVENS ON FIRE.
Em que pese tudo isso, curti bastante o cd, e o MVP dessa formação é o noviço Tommy Thayer, que já compôs músicas pro KISS (Carnival of Souls). Vamos ver se ainda rola algum cd com músicas inéditas – absolutamente imprevisível.