segunda-feira, 6 de outubro de 2003

Memórias de shows

- lá no HARDRADIO saiu a seguinte nota sobre essa semana na história (tipo túnel do tempo), sobre um fato que nos afetou diretamente (especialmente quem, como eu, esteve no show), e que ocorreu a exatamente dois anos (nem parece que faz tanto tempo...).

2001: at a gig in Porte Allegre, Brazil, after being booed for playing 'Star Spangled Banner', YNGWIE MALMSTEEN returns to the stage for his encore and performs the song for a second time, finishing off by telling the crowd, "God Bless America, and f**k YOU ALL".

Notável o "ALLegre". O show foi no Opinião, e a música que eu mais "me abri" foi ALL NIGHT LONG (cover do Rainbow). O show começou com RISING FORCE, e contou ainda com metade do disco que estava sendo lançado na época (War to end all wars). Doogie White esteve magistral. Derek Sherinian esteve discreto (afinal, servia só de suporte pro YJM) aproveitou bem os poucos momentos em que o teclado se destacava. O batera (cujo nome não me ocorre agora) nos presenteou com um belíssimo solo de batera, onde ele tocou várias introduções clássicas como Painkiller (Judas Priest), Sacrifice (Motorhead), I Love it Loud (Kiss), entre outras. O baixista (que era argentino!?) não acompanhou a qualidade dos demais.

Sobre os fatos que tornaram esse show célebre - tanto o comportamento do YJM (de ficar repetindo provocativamente o hino norte-americano) e o comportamento do público (que vaiou severamente o músico - e ainda fez coro "Osama, Osama") foram lamentáveis. Não tem como dar razão pra nenhuma das duas partes - o público brasileiro, notoria e sabidamente, não é muito simpático com essas demonstrações de "americanismo" ufanista. Qualquer músico que tocasse o Star Spangled Banner seria vaiado. Mas, em contrapartida, vivíamos um momento histórico extremamente dramático, sobretudo para os EUA - o show se deu algumas semanas após os atentados ao WTC/Pentagono. Hendrix imortalizou a interpretação guitarrística desse hino em Woodstock (onde o momento histórico também era importante - Guerra do Vietnã), e entendo que YJM aproveitou a oportunidade para promover (além de uma citação ao Hendrix) um tributo aos mortos no atentado. Talvez tenha faltado um pouco de sensibilidade ao público, que enxergou naquele ato mais uma manifestação de "americanismo" (que, em regra, é detestável mesmo). Não se tratava de uma vaia "pró-Osama", como, ao que parece, os músicos entenderam. De toda maneira, o pior de tudo foi o YJM, a todo momento, ficar provocando o público, tocando as primeiras notas do hino.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails