Desde o fim-de-semana passado, em Monza, a Fórmula 1 viveu dias de muitas notícias de bastidores a respeito das próximas duas temporadas. Desta feita, em Spa, confirmou-se a aquisição da Minardi pela Red Bull. Especula-se, por outro lado, que a McLaren terá um time B para 2007. Para 2006, a Bridgestone fornecerá pneus para Williams (Cosworth), Toyota, Jordan (Midland), Minardi e Ferrari. Também está garantido o motor Toyota para a Williams a partir de 2007. O mercado de pilotos também está movimentado, projetando-se as duplas Raikkonen e Valentino Rossi (Ferrari), e Schumacher e Montoya (McLaren) em 2007. Outros pilotos ainda têm chance de trocar de assento já para a próxima temporada, como Heidfeld (para a BMW), Fisichella (Williams), Weber (Renault), Button (BAR ou Williams), Davidson (Jordan ou BAR), Pizzonia (Williams).
Nos treinos de sexta só houve uma sessão de tempo: caiu um pau d´água invencível em Spa, que preveniu os pilotos de entrarem na pista. Na sessão de classificação de sábado (8h), que eu assisti na íntegra, o tempo estava nublado, com chuva fraca no meio do treino, mas sem comprometer as condições da pista. A dupla da Minardi andou bem (Doornbos e Albers, muito elogiados pelo Luciano Burti), classificando-se na frente da dupla da Jordan (Monteiro e Karthikeyan). Pizzonia teve problemas no 2.º setor e fez apenas o 15.º tempo. Massa andou corretamente, ficando em 7.º. Rubinho, que admitiu ter ido à pista com tanque cheio, foi apenas o 12.º; Schumacher, pelo contrário, largou com o carro leve, apostando na chuva para a corrida, fez o 6.º tempo. Fisichella fez a 3.ª volta mais rápida, mas por ter trocado o motor, perdeu dez posições, de modo que largou em 13.º. Na primeira fila ficou, pela primeira vez, a dupla da McLaren: Montoya e Raikkonen, seguidos por Trulli, Alonso e Ralfinho Schumacher. Ainda no sábado, o Nelsinho Piquet venceu, finalmente, uma corrida pela GP2.
Na manhã de domingo, por algum motivo, tive um desentendimento com o meu despertador, de modo que só pude acompanhar a metade final da corrida (por sorte o SporTV estava desembaraçado no horário das 22h - o Federer ganhou do Agassi no US Open, sem precisar de 5 horas de jogo...). De qualquer maneira, a largada não teve maiores incidentes. Na 10.ª volta, Fisichella saiu da pista e chocou-se no guard rail, dando ensejo à entrada do carro-madrinha (aka Safety Car). TODOS os pilotos aproveitaram para entrar nos pits, oportunidade na qual a McLaren foi brilhante pois Montoya, que era o 1.º, fez sua parada normalmente, ao passo que Raikkonen, o 2.º, para não ficar aguardando inutilmente a parada do colombiano, retardou a marcha de maneira que pôde fazer o pit sem prejuízo da sua colocação na corrida. Após a relargada, Sato colheu a traseira de Schumacher numa curva de baixa velocidade, tirando os dois da corrida. O alemão saiu do carro e dirigiu-se ao japonês visivelmente transtornado, culminando sua indignação com um tapa na viseira de Sato, que perderá 10 posições no grid de Interlagos por conta desse incidente.
A pista estava molhada no início da corrida, mas não chovia, de modo que em alguns pontos do circuíto foi-se formando uma trilha seca, o que empolgou alguns pilotos a ponto de trocarem os pneus intermediários por pneus slick. Tal estratégia, em todos os casos, revelou-se despicienda, notadamente nos casos de Pizzonia, Massa (jogou fora um pódio certo, pois estava em 4.º na hora do pit e, com os desdobramentos posteriores da corrida, teria chegado em 3.º) e Ralfinho (que estava em 2.º, muito próximo de Montoya, mas botou tudo a perder com a troca de pneus equivocada - rodou logo na volta à pista). Todos estes pilotos tiveram de voltar aos boxes para desfazer a bobagem. Rubinho acabou fazendo um bom trabalho, deixando para trocar os pneus para slick apenas faltando menos de 10 voltas para o final, quando já havia perdido posição para Button, e tinha grande vantagem sobre Villeneuve. Button fez excelente corrida, com boas ultrapassagens, especialmente uma por fora na curva sobre Villeneuve (se não estou enganado).
Após o incidente com Ralfinho, Raikkonen reduziu rapidamente a diferença (de 7 segundos) para Montoya; quando este foi para os boxes, o finlandês fez voltas lançadas o suficiente para garantir a 1.ª colocação, mesmo com seu pit. A estratégia foi perfeita, não dando qualquer chance para reclamações de jogo de equipe; quando Raikkonen voltou à pista, na imagem ao fundo aparecia Montoya fazendo a curva.
A despeito do insucesso de alguns, Spa proporcionou atuações brilhantes de alguns pilotos de menor destaque como Monteiro, que andou boa parte da corrida (e finalizou)na zona de pontuação (em 8.º).
Faltando 4 voltas para o final, Pizzonia, inexplicavelmente, acertou a traseira de Montoya e tirou o pódio do colombiano. A 2.ª colocação ficou, então, de presente para Alonso, que fez corrida cautelosa e segura. O brasileiro foi punido com multa após o GP.
Com o resultado em Spa, a decisão do título ficou adiada para o GP do Brasil, bem do jeito exaustivamente preconizado pelo Galvão, que a todo o momento dizia que "tá com cara de que o título vai ser decidido em Interlagos, amigo!", ou então que "tô apostando que o título vai ser decidido em Interlagos, amigo!". De toda maneira, seria sensacional se a decisão do campeonato ocorresse mesmo em Interlagos; mas para o esporte (!?), o ideal seria uma chuva torrencial em Interlagos e que a decisão perdurasse até a última corrida.
Por último, cabe o registro do brutal acidente que teve Ryan Briscoe nas 300 milhas de Chicago pela IRL. O australiano, ex-piloto de testes da Toyota, após roçar em Alex Barron, passou a sua roda dianteira direita sobre a dianteira esquerda de Barron; o carro decolou, chocando-se violentamente contra o alambrado e partindo-se em dois - o motor ainda foi jogado para longe. A colisão teve, ainda, labaredas de fogo. Apesar de tudo, o piloto saiu com algumas lesões, sem maiores conseqüências, aparentemente. O acidente foi um dos mais espetaculares que eu já vi, e remeteu imediatamente ao sofrido pelo sueco Kenny Brack na última etapa da temporada de 2003.
A corrida de Chicago teve a vitória do líder Dan Wheldon, seguido por Helio Castro Neves (0s0133 - diferença de centímetros). Tony Kanaan chegou em 5.º, praticamente sem chances de postular o título. A corrida foi tensa, com os carros correndo muito juntos; a todo momento parecia que haveria choque entre as rodas - Danica Patrick e Kanaan foram alguns dos que tiveram de aliviar o pé para evitar colisões.
BELGIAN GRAND PRIX RESULTS - SEPTEMBER 11, 2005 - 44 LAPS
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIRE TIME/RETIRE
1. KIMI RAIKKONEN Finland McLaren-Mercedes 44 1h30m01.295
2. FERNANDO ALONSO Spain Renault 44 28.394
3. JENSON BUTTON Britain BAR-Honda 44 32.077
4. MARK WEBBER Australia Williams-BMW 44 1m09.157
5. RUBENS BARRICHELLO Brazil Ferrari 44 1m18.136
6. JACQUES VILLENEUVE Canada Sauber-Petronas 44 1m27.439
7. RALF SCHUMACHER Germany Toyota 44 1m27.574
8. TIAGO MONTEIRO Portugal Jordan-Toyota 43 1 Lap
9. CHRISTIAN KLIEN Austria Red Bull-Cosworth 43 1 Lap
10. FELIPE MASSA Brazil Sauber-Petronas 43 1 Lap
11. NARAIN KARTHIKEYAN India Jordan-Toyota 43 1 Lap
12. CHRISTIJAN ALBERS Netherlands Minardi-Cosworth 42 2 Laps
13. ROBERT DOORNBOS Netherlands Minardi-Cosworth 41 3 Laps
14. JUAN PABLO MONTOYA Colombia McLaren-Mercedes 40 Accident
15. ANTONIO PIZZONIA Brazil Williams-BMW 39 Accident
R JARNO TRULLI Italy Toyota 34 Accident
R DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Cosworth 18 Engine
R MICHAEL SCHUMACHER Germany Ferrari 13 Accident
R TAKUMA SATO Japan BAR-Honda 13 Accident
R GIANCARLO FISICHELLA Italy Renault 10 Accident
FASTEST LAP: R.Schumacher Germany Toyota 43 1:51.453
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. FERNANDO ALONSO Spain Renault 111
2. KIMI RAIKKONEN Finland McLaren-Mercedes 86
3. MICHAEL SCHUMACHER Germany Ferrari 55
4. JUAN PABLO MONTOYA Colombia McLaren-Mercedes 50
5. JARNO TRULLI Italy Toyota 43
6. GIANCARLO FISICHELLA Italy Renault 41
7. RALF SCHUMACHER Germany Toyota 37
8. RUBENS BARRICHELLO Brazil Ferrari 35
9. JENSON BUTTON Britain BAR-Honda 30
10. MARK WEBBER Australia Williams-BMW 29
11. NICK HEIDFELD Germany Williams-BMW 28
12. DAVID COULTHARD Britain Red Bull-Cosworth 21
13. JACQUES VILLENEUVE Canada Sauber-Petronas 9
14. FELIPE MASSA Brazil Sauber-Petronas 8
15. TIAGO MONTEIRO Portugal Jordan-Toyota 7
16. ALEXANDER WURZ Austria McLaren-Mercedes 6
17. NARAIN KARTHIKEYAN India Jordan-Toyota 5
CHRISTIAN KLIEN Austria Red Bull-Cosworth 5
19. CHRISTIJAN ALBERS Netherlands Minardi-Cosworth 4
PEDRO DE LA ROSA Spain McLaren-Mercedes 4
21. PATRICK FRIESACHER Austria Minardi-Cosworth 3
22. ANTONIO PIZZONIA Brazil Williams-BMW 2
23. VITANTONIO LIUZZI Italy Red Bull-Cosworth 1
TAKUMA SATO Japan BAR-Honda 1
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