quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Shows XXI - Whitesnake - Judas Priest (06/09/2005 - Gigantinho - 21:00)


Dirigimo-nos, eu e Christian, ao Gigantinho perto das 20:00. Na chegada já tivemos o primeiro momento engraçado da noite, que foi no estacionamento, onde o Christian mostrou o crachá de funcionário e imediatamente os guardadores passaram a gritar histericamente uns para os outros "Esse é funcionário! Deixa passar! É funcionário!".

Na fila, logo localizamos a Raquel (com os acréscimos posteriores de Vanessa, Fernando e outros) e ficamos batendo papo - que foi curto, pois em seguida já entramos no Gigantinho e nos posicionamos à direita do palco, nas arquibancadas, lá em cima.

Fernando Noronha fez uma pequena apresentação solo, com as luzes do ginásio acesas. Após uns 5 minutos de pentatônicas, o blueseiro fez o que eu achava que ele tinha que ter feito desde o início: puxou um Hendrix (Voodoo Chile), e foi muito aplaudido. E o cover não ficou só no riff - Noronha arranhou um vocal, que ficou meia-boca, mas valeu pela bravura.

Finalmente, chegada a hora do Whitesnake, a apresentação iniciou com BURN. Coverdale estava em plena forma física, mas a forma vocal deixou a desejar em alguns momentos. Mesmo assim, Coverdale mandou muito, com aquele jeito poser tradicional. Reb Beach - de quem eu esperava melhor performance - fez o vocal da parte do Glenn Hughes, e foi o responsável por backing vocals muito impressionantes durante a noite. Não demorou muito para percebermos que o guitarrista MVP da noite seria o Doug Aldrich. O cara lembra muito Randy Rhoads ou Zakk Wylde (dependendo do ponto de vista) e dominou completamente as partes de guitarra. A todo o momento eu e Christian falávamos "esse alemão é f...!". É do tipo de cara que faz as coisas parecerem extremamente simples; deu vontade de tirar todas as músicas do Whitesnake.

Depois do solo de teclado de BURN, eles emendaram STORMBRINGER até o refrão, voltando então para o último verso de BURN. BAD BOYS foi sensacional, especialmente por causa de Doug Aldrich. Da arquibancada vimos que a galera na pista agitou bastante batendo palmas e erguendo o punho direito no ritmo das músicas. Foi realmente empolgante, sobretudo em músicas como LOVE AIN´T NO STRANGER, na qual Coverdale cantou perfeitamente.

SLOW AND EASY teve Aldrich com uma Telecaster e slide. Música perfeita para interação com a galera. GIVE ME ALL YOUR LOVE também causou comoção. Cabe destacar, também, a performance empolgante de Tommy Aldridge, que é o baterista mais performático que eu já vi (só perde para Mikkey Dee - Ian Paice não conta, pois este é de outro patamar). No solo de bateria, após alguns rolos e batidas tradicionais, Aldridge jogou as baquetas para o público e continuou o solo com as mãos, batendo com toda a força.

Teve um instrumental com solos de Aldrich e Beach, mas eu não identifiquei se era alguma música ou se era apenas alguns riffs de jam. O show teve ainda CRYING IN THE RAIN (que eu não esperava). IS THIS LOVE foi cantada pelo ginásio inteiro. Coverdale foi perfeito. HERE I GO AGAIN, provavelmente, foi a melhor música da noite. O show encerrou-se com STILL OF THE NIGHT, com uma versão matadora. Aquela parada no meio, que eu geralmente passo fast forward no cd, ficou muito legal ao vivo, notadamente pela atuação do MVP Aldrich.

O show foi curto mesmo. Faltaram, no mínimo, FOOL FOR YOUR LOVING (a minha favorita), SLIDE IT IN e alguma outra da fase Steve Vai, como NOW YOU´RE GONE ou DEEPER THE LOVE. Agora, dos caras que tocaram no Deep Purple, falta em ver Blackmore, Glenn Hughes e Joe Lynn Turner.

Vimos, então, o palco do Judas Priest sendo montado, que ficou muito maior que o do Whitesnake, com degraus e dois corredores suspensos, um de cada lado do palco. Antes da banda entrar no palco, nos posicionamos na pista à direita do palco, bem perto de onde ficaria KK Downing. Em seguida o sistema de som anunciou THE HELLION, que seguiu com ELETRIC EYE com a banda no palco. Rob Halford surgiu somente no início dos versos, num pedestal acima da bateria. Foi a visão mais sinistra que eu já vi em shows, pois o vocalista passou a música inteira cantando parado, segurando o microfone com as duas mãos, e de olhos fechados. Parecia bem demoníaco. METAL GODS seguiu, e o vocalista permaneceu robótico. Halford ganhou a noite pelos agudos altíssimos que alcançou. Realmente, o cara está cantando muito. Em RIDING ON THE WIND o vocalista se soltou mais, caminhando pelo palco. Sobre Halford cabe dizer ainda que ele sabe como ninguém interagir com a galera, sempre elogiando a agitação e o barulho do público com sinais de ok e alguns "C´mon!" fora do microfone (em uma música pudemos ouvir a voz do cara, mesmo sem o microfone).

TOUCH OF EVIL foi bem legal, com Halford "interpretando" a letra da música. JUDAS IS RISING foi a primeira do disco novo e foi uma paulada na orelha. REVOLUTION seguiu, e foi tão ruim como a versão de estúdio (é realmente uma música dispensável). Halford, então, anunciou uma música do British Steel, que não era outra senão BREAKING THE LAW ("Break the what?"). Legal que no início da música, com o riff característico, Halford palhetou a guitarra de Downing, que palhetou a guitarra de Glen Tipton, que palhetou o baixo de Ian Hill.

DIAMONDS AND RUST teve violões e foi legal, como sempre. Halford também interpretou essa música. A ordem das músicas eu não lembro exatamente, pois a essas alturas eu já estava bem cansado, sem voz e sem ouvido, mas teve duas músicas do disco novo (HELLRIDER, uma verdadeira paulada, e DEAL WITH THE DEVIL) e duas surpresas: I´M A ROCKER e TURBO LOVER. Em seguida dois clássicos: BEYOND THE REALMS OF DEATH (no qual Halford se poupou nos gritos do refrão) e VICTIM OF CHANGES (pela primeira vez achei legal aquela introdução com as duas guitarras).

Para minha total surpresa, os caras tocaram uma das minhas favoritas: EXCITER. Nesta o vocalista começou a declinar nas partes mais agudas, e seguramente foi a que teve a sua performance mais fraca. Mas a música ainda valeu. PAINKILLER foi anunciada e causou comoção. Scott Travis, que permaneceu apático o show inteiro, reproduziu aquela introdução de bateria sem maior esforço. O solo de Tipton ficou meio embolado no início, mas deu para reconhecer as partes principais, notadamente os bends. Halford também aqui teve de segurar alguns agudos.

No bis, Halford voltou a bordo de uma Harley Davidson (que eu honestamente não esperava que aparecesse) para HELL BENT FOR LEATHER. Após LIVING AFTER MIDNIGHT, começamos a nos movimentar para perto de alguma saída do ginásio. Mas o show ainda não havia encerrado, pois YOU´VE GOT ANOTHER THING COMIN´ (o trocadilho é inevitável). Nessa música Halford deu uma bitoca na bochecha de Tipton, que riu e permaneceu olhando pra galera aparentando tranqüilidade. Nós rimos bastante. O legal foi ver que os caras ainda têm fôlego e disposição para um show de 2 horas com som no volume 10. No entanto, entendemos que o set list foi um pouco excessivo, com sobra de umas 5 ou 6 músicas. O show encerrou-se definitivamente às 1h10min. Na saída, ainda deu tempo de encontrar de passagem o Sávio da Hibria, e também Bruce e Luciano, com quem bati um rápido bate-papo (aparentemente os caras chegaram com o show do Whitesnake já iniciado, e ficaram nas cadeiras especiais sem ônus).

Para 15/10 já estão anunciando um festival com Scorpions, Testament, Nightwish, Shaman, e outras bandas.

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