segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Discoteca Erga Omnes (Stratovarius)

VISIONS (1997)
Visions foi o primeiro cd que eu ouvi da banda finlandesa, em 1997, mediante locação na famigerada Mad Sound. A escolha foi basicamente pela capa e pelo nome (na parede havia ainda Dreamspace, Fourth Dimension e Episode - todos foram devidamente locados posteriormente). Enfim, a capa e o nome sugeriam que o som seria heavy melódico, e que provavelmente seria bom.

Na audição a primeira surpresa: em que pese constar do tracklist que a primeira faixa é KISS OF JUDAS, na verdade a música inaugural é a clássica BLACK DIAMOND. O riff de abertura (e do refrão) é interpretado por Jens Johansson no harpischord (cravo), bem no estilo do primeiro disco do Malmsteen. Enfim, é o clássico da banda, como SMOKE ON THE WATER é para o Deep Purple e PARANOID é para o Black Sabbath.

KISS OF JUDAS nunca foi das minhas favoritas, mas eu diria que funciona bem ao vivo. Começa com uma levada bem básica na bateria, que acompanha toda a música. O que funciona bem é a guitarra e o vocal de Kotipelto, além do refrão fácil.

FOREVER FREE começa do jeito que eu gosto, com um baita riff com a guitarra desacompanhada. A essas alturas eu já estava curioso para ouvir os outros cds da banda. É de notar que o solo de teclado é violento - geralmente os solos de Johansson não são tão expressivos. Antes do solo tem um teminha muito legal do Tolkki.

BEFORE THE WINTER é bem ruim, como geralmente o são as músicas com dedilhado do Stratovarius.

LEGIONS é outra daquelas que são o meu tipo de música: começa com um riff ouro de guitarra. A fórmula (verso-prechorus-verso-prechorus-refrão-riff-verso-prechorus-refrão-riff-solos-teminha-solo-riff-etc)que segue é batida, mas o riff é matador e ganha a música toda. Efetivamente, é um dos meus Top 10 Riffs de heavy melódico. O refrão, apesar de ufanístico e edificante, é legal, notadamente por causa do vocalista.

THE ABYSS OF YOUR EYES, PARADISE e COMING HOME são músicas que eu verdadeiramente não ouço. Todas têm alguns bons momentos, mas em regrão são dispensáveis (mesmo PARADISE, que foi requisitada no show do Opinião por parte do público, e COMING HOME que foi efetivamente interpretada).

HOLY LIGHT é a instrumental que o STratovarius costumava enfiar nos discos até então. É legal, mas não consegue disfarçar o rip-off do Malmsteen do 1.º disco (com aquela paradinha no meio para um dedilhado de violão, como em Icaru´s Fanfare).

A faixa título encerra o disco com bons riffs, mas tem quase 10 minutos, o que dispersa um pouco a audição.

É inegável a influência dessas músicas do Stratovarius sobre o estilo das músicas que eu costumo compor, notadamente no início do meu envolvimento com bandas (e particularmente, no caso da Burnin´ Boat). Não é a toa que os primeiros riffs que eu compus seguem bem a influência de Stratovarius e Malmsteen (v.g., I´LL SEE THE LIGHT TONIGHT), como nos casos de TIMESLIDE (música inacabada da Burnin´ Boat, que só tem a letra do Bruce e o riff) e de SLUTS OF JUSTICE (outra inacabada, embora nos últimos tempos - aproximadamente 3 anos - era interpretada na integralidade, geralmente sem vocais).

EPISODE (1996)

Episode é o álbum antecessor de Visions, e o primeiro com Jens Johansson. A primeira música, FATHER TIME, eu tive como a minha favorita da banda por muito tempo (até recentemente). O riff principal é formado nas mesmas posições de BURN do Deep Purple. WILL THE SUN RISE? é uma boa música, com soluções muito interessantes, especialmente o final do riff. No meio da música tem um interlúdio muito interessante, mas que só fica legal na versão de estúdio - ao vivo não flui.

ETERNITY não é das minhas favoritas, especialmente pelos versos com bateria, baixo e acordes no violão. As coisas melhoram, contudo, no pre-chorus e no refrão (este sim muito legal). Depois da instrumental EPISODE, tem a fantástica SPEED OF LIGHT. Efetivamente, não tem o que não gostar nessa música: um baita riff no início (desacompanhado), um dueto furioso de guitarra e teclado e um bom refrão.

UNCERTAINTY eu só curti realmente após ouvir uma versão ao vivo. O riff é muito bom, altamente influenciável. Após SEASON OF CHANGE (anunciada por Kotipelto no show no Opinião como a "mais prog" do repertório), segue a instrumental STRATOSPHERE; bela música, que evidencia a influência Blackmore/Malmsteen mais do que nunca. BABYLON tem o mesmo tom épico de UNCERTAINTY e também é muito boa - até a letra é decente.

A última música digna de nota é FOREVER, uma baladinha em que a dupla Tolkki e Kotipelto, surpreendentemente, acertaram a mão. A música ficou muito melhor na versão ao vivo do Visions of Europe, na qual conta com um backing vocal do público a la LOVE OF MY LIFE do Queen no Rock in Rio.



Fourth Dimension (1995)

Esse é o primeiro com o vocalista Timo Kotipelto, e inicia com um clássico da banda, AGAINST THE WIND. Essa música tem um dos pre-chorus mais legais, especialmente ao vivo onde Tolkki e Kotipelto cantam os versos alternadamente. DISTANT SKIES é uma das favoritas, principalmente pela versão ao vivo do Visions of Europe. O riff é muito legal, e os vocais são contidos e bons, sem aquela afetação tradicional dos vocalistas de heavy melódico. É o tipo de música que eu gostaria de tocar.

As duas primeiras músicas me empolgavam bastante na volta para casa nos tempos de PUCRS, no Campus Ipiranga. A terceira música, GALAXIES, é bem característica da banda, com um refrão muito bom.

STRATOVARIUS é um instrumental, basicamente igual a STRATOSPHERE (do Episode) e HOLY LIGHT (Visions). LORD OF THE WASTELAND é uma das melhores do disco, com um bom riff no harpischord, reproduzido em seguida pela guitarra uma oitava abaixo. Antes do 1.º verso tem um riff muito legal.

030366 (esse é o nome da música) é bem estranha, com umas quebradas bizarras (principalmente na parte só com o baixo), e os vocais com efeitos sombrios. Não sei o que os caras pretendiam com todas essas esquisitices. WE HOLD THE KEY só conta com um bom refrão. TWILIGHT SYMPHONY é outro clássico, mas não é das minhas favoritas. Tenta incorporar elementos eruditos, como o nome sugere, especialmente no interlúdio com guitarra e teclado no contraponto.


Dreamspace (1994)

Esse disco eu consegui emprestado com o Tiago, e é o último com o Timo Tolkki acumulando os vocais com a guitarra. Tolkki tem um alcance impressionante, e o disco tem três músicas que são das minhas favoritas da banda: WE ARE THE FUTURE, SHATTERED e REIGN OF TERROR. As três iniciam com riffs matadores. A última o Bruce costumava dizer que se tratava de um R.O. de SYMPHONY OF DESTRUCTION do Megadeth. Após os solos, Tolkki emite um agudo altíssimo, muito impressionante. SHATTERED é outra que é o meu tipo de música, com um baita riff, bem rápido, que também serve de refrão.

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