sábado, 1 de julho de 2006

Copa do Mundo 2006 - Brasil 0x1 França (1.º/07/2006, sábado, 16h, Frankfurt, jogo V, quartas-de-final)


Robinho se lesionou nos treinos e teve sua participação na Copa ameaçada. A França, por seu lado, redescobriu o bom futebol após a vitória sobre a Espanha. Parreira resolveu atender às reclamações do país inteiro e colocou Juninho Pernambucano no lugar de Adriano, desfazendo o quadrado mágico e colocando Ronaldinho Gaúcho no ataque. Emerson, machucado, deu lugar a Gilberto Silva.

Os primeiros 10min foram dominados pelo Brasil. Parecia que o time tinha acertado a melhor maneira de jogar. Mas incrivelmente os brasileiros pararam em campo - só a França jogou. Parreira se recusou a fazer marcação especial em Zidane - pois o veterano craque francês se aproveitou muito bem disso; esteve sempre livre para receber, avançar, e passar com categoria. Zidane foi o melhor em campo.

Ronaldinho Gaúcho, por seu lado, sempre foi bem marcado. O melhor do mundo jogou muito pouco. Juninho Pernambucano não jogou nada. Cafu teve atuação ridícula e foi substituído muito tarde, só depois dos 30min do 2.º tempo por Cicinho, que entrou com muito mais vontade. Só Juan e Lúcio jogaram bem; os dois zagueiros se livraram da bobagem de serem os zagueiros que mais tempo jogaram sem cometer faltas, e levaram cartões amarelos (afinal, zagueiro tem que defender, e para defender com eficiência, às vezes, é necessário fazer faltas). Dida fez o que pôde. Kaká afundou. Robinho deu ânimo novo mas foi outro que entrou tarde. O Brasil só deu um chute para o gol de Barthez aos 45min do 2.º tempo, com Ronaldo.

O gol francês foi marcado no início do 2.º tempo, após um lançamento longo originário de cobrança de falta por Zidane - Henry, sem marcação (Roberto Carlos não acompanhou), completou para o gol.

A apatia dos jogadores e do técnico brasileiros foi irritante. Na entrevista coletiva ao final do jogo, Parreira confessou que não havia se preparado para a derrota - na verdade, parece que Parreira não se preparou para a Copa. A seleção não treinava, badalava. Em Weggis os treinos foram abertos e a tietagem, explícita. Argentina e França, pelo contrário, se fecharam nos treinamentos secretos até para a imprensa. Os amistosos preparatórios foram exibições burocráticas contra equipes inexpressivas; ao contrário das seleções européias, que enfrentaram equipes também classificadas. Durante a Copa, Parreira optou por não fazer treinos táticos, sob entendimento de que não havia "segredo" e que os fundamentos táticos já estavam na cabeça dos jogadores há mais de um ano.

Pois realmente nem Parreira nem os jogadores estavam preparados para o hexa, não estavam preparados para enfrentar seleções tradicionais como a própria França, ou para buscar um resultado.

A Copa prossegue na seminfinal com Alemanha x Itália e Portugal (Felipão) x França.

BRASIL: Dida, Cafu (Cicinho), Juan, Lúcio e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Zé Roberto, Kaká (Robinho) e Juninho Pernambucano (Adriano); Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira

FRANÇA: Barthez, Abidal, Thuram, Gallas e Sagnol; Makelele, Vieira, Malouda (Wiltord) e Zidane; Ribery (Govou) e Thierry Henry (Saha). Técnico: Raymond Domenec

Árbitro: Luis Medina Cantalejo (Espanha)
Cartões amarelos: Cafu, Juan, Ronaldo (Brasil); Sagnol e Saha (França)
Gol: Thierry Henry, aos 10 minutos do segundo tempo.

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