adaptação de categorias do "Reader´s Poll" da revista Guitar World.
Most Valuable Player: Michael Romeo (Symphony X)
Best New Talent: n/a
Best Guitarist: Michael Romeo (Symphony X)
Biggest Disappointment: não ter ido nos shows do Rite of Strings e da Absence Of; Steve Vai e Glenn Hughes não se apresentaram em Porto Alegre.
Worst Band: são muitas...
BEST GUITAR ALBUMS OF 2007
Rock: "Live" - Winger
Metal: "Paradise Lost" - Symphony X
Other: "Oxygene" regravação comemorativa de 30 anos - Jean Michel Jarre
HALL OF FAME AWARDS
Best Guitarist: David Gilmour
Best Album: "Thriller" - Michael Jackson
Melhor DVD: "Live in your living room" - Jean Michel Jarre
Melhor Show: Symphony X no Opinião
Banda nacional: Dr. Sin
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
domingo, 30 de dezembro de 2007
Melhores discos de todos os tempos - MICHAEL JACKSON "Thriller" (1982)
Hoje em dia é tarefa difícil desvincular da figura de Michael Jackson os episódios bizarros que apareceram com mais intensidade a partir dos anos 1990. Nessas condições, torna-se complicado pensar que se trata (ou se tratou) de um artista talentoso, seja como performer, seja como compositor.
Na época de lançamento de Thriller (há 25 anos), no entanto, a situação era completamente diferente - e muito mais favorável. O cara já tinha uma trajetória consolidada ao lado dos seus irmãos no Jackson Five, e como artista solo havia lançado um disco merecidamente muito bem recebido (“Off the wall”, em 1979). Aliado mais uma vez a Quincy Jones, e com a colaboração de Rod Temperton, Jackson produziu Thriller, um disco que foi tão bem sucedido que na feliz expressão do allmusic.com o disco estabeleceu um novo patamar para o que se deveria entender por sucesso. Nomeadamente é o disco que mais vendeu em todos os tempos.
Lembro que na época a Pepsi chegou a oferecer um compacto em vinil com uma ou duas músicas do disco, e pessoas usavam roupas que lembravam as vestidas por Jackson no video de "Beat It". Thriller tornou-se um fenômeno popular. E foi a partir daí que a imagem do artista começou a atrair a mídia sensacionalista, sobretudo quando se noticiou que o cara dormia em uma câmara para impedir o envelhecimento – lembro dessa notícia dada num Jornal da Globo.
Diz-se que uma das razões que podem explicar esse sucesso monstruoso se deve ao fato de que Thriller reúne boas músicas de diferentes estilos musicais, e talvez por isso seja um disco alguns passos a frente de “Off the wall” (conquanto a isso se objete que “Off the wall” é mais coeso musicalmente). Com efeito, tamanho sucesso não teria sido possível se o álbum não contasse com um punhado de músicas brilhantes. E, de fato, há boas músicas funk, r&b, dance, disco, pop, hard rock e balada. Não deve ser menosprezado, no entanto, o enorme carisma que o cara conseguiu agregar em torno de si. Das 9 faixas, 7 foram lançadas como singles e atingiram boas posições nas tabelas.
De pronto é possível estabelecer que as músicas favoritas são a faixa-título, BEAT IT e BILLIE JEAN. Além dessas, HUMAN NATURE é uma bela balada, composta pelos integrantes da banda Toto. Mas o disco demora para empolgar, pois antes dessas faixas temos de ouvir 3 músicas apenas razoáveis. WANNA BE STARTIN´ SOMETHING é a melhor e é a que abre o disco, com uma levada dançante. Ouve-se um riff curto e repetitivo muito bom durante a música, mas o marcante é a levada mesmo além do canto “mama-se, mama-sa, mama-koo-sa" ao final. BABY BE MINE foi uma das 3 contribuições de Rod Temperton, e uma das duas que não foram lançadas como single (a outra sendo THE LADY IN MY LIFE). Contando com a participação de Paul McCartney, THE GIRL IS MINE foi a primeira faixa a ser gravada para o disco (e a primeira a ser lançada como single), e se destaca apenas pelo duelo entre Michael e Paul pela preferência de uma garota.
A primeira música excepcional é a faixa-título, composta integralmente por Temperton, que se utiliza muito bem de sintetizadores e de um naipe de metais (sempre presentes em todas as faixas de Thriller e de Off the wall). A interpretação vocal (com todos os famosos trejeitos vocais) de Jackson é muito legal e o refrão é matador (na 1.ª vez termina com um “toniiiiiiiiiight” muito afinado). Ao final tem-se um rap de Vincent Price, que contribui para o clima de filme de terror bem explorado no famoso videoclip (a gargalhada de Price, que finaliza a música, é memorável).
A minha favorita é BEAT IT. Trata-se de uma música perfeita; contém um baita riff de guitarra com distorção (contida) interpretada (acredito eu, pois os créditos do disco não são conclusivos) por Steve Lukather. Acompanhando o tema da letra, Jackson canta com mais agressividade, e nesses momentos o cara sempre se dá bem, e num registro bem alto (consultando o youtube se encontram vídeos de apresentações ao vivo de BEAT IT nas quais a afinação dos instrumentos é provavelmente um tom abaixo para facilitar a tarefa de Jackson). Eddie Van Halen faz uma participação especial no solo de guitarra, no qual utiliza todos os seus famosos truques e recursos guitarrísticos. No wikipedia encontrei várias notas interessantes sobre a gravação de BEAT IT e sobre esse solo de Van Halen, mas tenho alguma resistência em acreditar que o solo foi gravado em apenas uma tentativa – e que o guitarrista não recebeu honorários pela contribuição. Seja como for, o solo não é dos melhores do guitarrista: começa legal, com uns harmônicos e tal, mas depois é pura debulhação. A música inteira foi composta por Michael Jackson, assim como a faixa seguinte (BILLIE JEAN), o que serve para demonstrar que o cara é (foi) um baita compositor (e as descrições no wikipedia – conquanto não seja possível estabelecer até que ponto as informações são totalmente confiáveis – dão conta do perfeccionismo de Jackson).
É possível que a melhor música da carreira de Jackson seja BILLIE JEAN, composta por ele sobre uma mulher que alega ter um filho com o cantor - ou com um de seus irmãos, a história depende da versão de quem conta. Tem-se, aqui, mais uma vez, uma música perfeita (na edição especial consta uma versão demo caseira, com todos os elementos da versão final). A linha de baixo e o sintetizador com apenas 3 notas são as características mais marcantes, sem contar uns riffs curtos e muito eficientes de guitarra. A faixa serviu, ainda, para uma demonstração do talento de Jackson como dançarino, pois numa apresentação televisionada o cara fez pela primeira vez o moonwalk, que nada mais é do que aquele passo no qual Jackson anda para trás.
A primeira balada do disco, HUMAN NATURE, foi composta por dois integrantes do Toto (formada por Lukather e pelos irmãos Porcaro, dentre outros). A história de como essa música entrou no disco é contada por Q. Jones na edição especial de Thriller: segundo o produtor, CAROUSEL seria incluída, mas acabou sendo descartada e a banda Toto mandou uma fita com duas músicas que poderiam servir para o disco. Jones não se impressionou com nenhuma das duas, mas esqueceu-se de desligar a fita e deixou rolando até o final, até que após um grande silêncio surgiu um trecho gravado por Steve Porcaro: “why? Why? Da da da da da da da da why? Why?”. E esse é o melhor momeno da música – o refrão, que tem essa melodia comovente. No geral, a composição é bem suave, e Michael canta com delicadeza.
PYT (PRETTY YOUNG THING) é a única composta por Quincy Jones e é muito fraca, com um clima alegre um tanto forçado. O disco encerra com uma composição de Temperton: THE LADY IN MY LIFE, que não foi lançada como single, e é uma balada.
Levei algumas semanas elaborando a aquisição desse cd, após encontrá-lo no balaio da Multisom, há menos de um mês atrás. Jackson lançaria em 1987 o disco “Bad”, que alcançou boas vendagens, mas não repetiu o sucesso fenomenal de Thriller.
Na época de lançamento de Thriller (há 25 anos), no entanto, a situação era completamente diferente - e muito mais favorável. O cara já tinha uma trajetória consolidada ao lado dos seus irmãos no Jackson Five, e como artista solo havia lançado um disco merecidamente muito bem recebido (“Off the wall”, em 1979). Aliado mais uma vez a Quincy Jones, e com a colaboração de Rod Temperton, Jackson produziu Thriller, um disco que foi tão bem sucedido que na feliz expressão do allmusic.com o disco estabeleceu um novo patamar para o que se deveria entender por sucesso. Nomeadamente é o disco que mais vendeu em todos os tempos.
Lembro que na época a Pepsi chegou a oferecer um compacto em vinil com uma ou duas músicas do disco, e pessoas usavam roupas que lembravam as vestidas por Jackson no video de "Beat It". Thriller tornou-se um fenômeno popular. E foi a partir daí que a imagem do artista começou a atrair a mídia sensacionalista, sobretudo quando se noticiou que o cara dormia em uma câmara para impedir o envelhecimento – lembro dessa notícia dada num Jornal da Globo.
Diz-se que uma das razões que podem explicar esse sucesso monstruoso se deve ao fato de que Thriller reúne boas músicas de diferentes estilos musicais, e talvez por isso seja um disco alguns passos a frente de “Off the wall” (conquanto a isso se objete que “Off the wall” é mais coeso musicalmente). Com efeito, tamanho sucesso não teria sido possível se o álbum não contasse com um punhado de músicas brilhantes. E, de fato, há boas músicas funk, r&b, dance, disco, pop, hard rock e balada. Não deve ser menosprezado, no entanto, o enorme carisma que o cara conseguiu agregar em torno de si. Das 9 faixas, 7 foram lançadas como singles e atingiram boas posições nas tabelas.
De pronto é possível estabelecer que as músicas favoritas são a faixa-título, BEAT IT e BILLIE JEAN. Além dessas, HUMAN NATURE é uma bela balada, composta pelos integrantes da banda Toto. Mas o disco demora para empolgar, pois antes dessas faixas temos de ouvir 3 músicas apenas razoáveis. WANNA BE STARTIN´ SOMETHING é a melhor e é a que abre o disco, com uma levada dançante. Ouve-se um riff curto e repetitivo muito bom durante a música, mas o marcante é a levada mesmo além do canto “mama-se, mama-sa, mama-koo-sa" ao final. BABY BE MINE foi uma das 3 contribuições de Rod Temperton, e uma das duas que não foram lançadas como single (a outra sendo THE LADY IN MY LIFE). Contando com a participação de Paul McCartney, THE GIRL IS MINE foi a primeira faixa a ser gravada para o disco (e a primeira a ser lançada como single), e se destaca apenas pelo duelo entre Michael e Paul pela preferência de uma garota.
A primeira música excepcional é a faixa-título, composta integralmente por Temperton, que se utiliza muito bem de sintetizadores e de um naipe de metais (sempre presentes em todas as faixas de Thriller e de Off the wall). A interpretação vocal (com todos os famosos trejeitos vocais) de Jackson é muito legal e o refrão é matador (na 1.ª vez termina com um “toniiiiiiiiiight” muito afinado). Ao final tem-se um rap de Vincent Price, que contribui para o clima de filme de terror bem explorado no famoso videoclip (a gargalhada de Price, que finaliza a música, é memorável).
A minha favorita é BEAT IT. Trata-se de uma música perfeita; contém um baita riff de guitarra com distorção (contida) interpretada (acredito eu, pois os créditos do disco não são conclusivos) por Steve Lukather. Acompanhando o tema da letra, Jackson canta com mais agressividade, e nesses momentos o cara sempre se dá bem, e num registro bem alto (consultando o youtube se encontram vídeos de apresentações ao vivo de BEAT IT nas quais a afinação dos instrumentos é provavelmente um tom abaixo para facilitar a tarefa de Jackson). Eddie Van Halen faz uma participação especial no solo de guitarra, no qual utiliza todos os seus famosos truques e recursos guitarrísticos. No wikipedia encontrei várias notas interessantes sobre a gravação de BEAT IT e sobre esse solo de Van Halen, mas tenho alguma resistência em acreditar que o solo foi gravado em apenas uma tentativa – e que o guitarrista não recebeu honorários pela contribuição. Seja como for, o solo não é dos melhores do guitarrista: começa legal, com uns harmônicos e tal, mas depois é pura debulhação. A música inteira foi composta por Michael Jackson, assim como a faixa seguinte (BILLIE JEAN), o que serve para demonstrar que o cara é (foi) um baita compositor (e as descrições no wikipedia – conquanto não seja possível estabelecer até que ponto as informações são totalmente confiáveis – dão conta do perfeccionismo de Jackson).
É possível que a melhor música da carreira de Jackson seja BILLIE JEAN, composta por ele sobre uma mulher que alega ter um filho com o cantor - ou com um de seus irmãos, a história depende da versão de quem conta. Tem-se, aqui, mais uma vez, uma música perfeita (na edição especial consta uma versão demo caseira, com todos os elementos da versão final). A linha de baixo e o sintetizador com apenas 3 notas são as características mais marcantes, sem contar uns riffs curtos e muito eficientes de guitarra. A faixa serviu, ainda, para uma demonstração do talento de Jackson como dançarino, pois numa apresentação televisionada o cara fez pela primeira vez o moonwalk, que nada mais é do que aquele passo no qual Jackson anda para trás.
A primeira balada do disco, HUMAN NATURE, foi composta por dois integrantes do Toto (formada por Lukather e pelos irmãos Porcaro, dentre outros). A história de como essa música entrou no disco é contada por Q. Jones na edição especial de Thriller: segundo o produtor, CAROUSEL seria incluída, mas acabou sendo descartada e a banda Toto mandou uma fita com duas músicas que poderiam servir para o disco. Jones não se impressionou com nenhuma das duas, mas esqueceu-se de desligar a fita e deixou rolando até o final, até que após um grande silêncio surgiu um trecho gravado por Steve Porcaro: “why? Why? Da da da da da da da da why? Why?”. E esse é o melhor momeno da música – o refrão, que tem essa melodia comovente. No geral, a composição é bem suave, e Michael canta com delicadeza.
PYT (PRETTY YOUNG THING) é a única composta por Quincy Jones e é muito fraca, com um clima alegre um tanto forçado. O disco encerra com uma composição de Temperton: THE LADY IN MY LIFE, que não foi lançada como single, e é uma balada.
Levei algumas semanas elaborando a aquisição desse cd, após encontrá-lo no balaio da Multisom, há menos de um mês atrás. Jackson lançaria em 1987 o disco “Bad”, que alcançou boas vendagens, mas não repetiu o sucesso fenomenal de Thriller.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Atualizações em resenhas de shows e discos
Recentemente tive oportunidade de mexer em toda a tranqueira acumulada em casa ao longo dos anos e descobri algumas coisas que resolvi digitalizar e agregar em alguns posts antigos. Assim, nos posts dos shows do Deep Purple, Steve Vai e Hibria acrescentei os ingressos. Aproveitei, ainda, o ensejo para rever e aumentar o post de resenhas de cds do Yngwie Malmsteen (parte um e parte dois).
domingo, 23 de dezembro de 2007
CD - PINK FLOYD "The Wall" (1979)
Graças a um presente de aniversário equivocado para minha mãe é que pude adquirir alguns dias atrás um dos discos mais conhecidos do Pink Floyd. Uma das minhas lembranças mais remotas é a do imenso respeito e admiração que os meus pais tinham por esse The Wall, lançado em 1979. Desde essa época que já conhecia a clássica "Another brick in the wall part II", mas foi só no início dos anos 90 que resolvi dar uma ouvida na fita K7 com a gravação do disco. Também nessa época vi o filme de Alan Parker, e não posso dizer que tenha ficado positivamente impressionado com o disco ou com o filme. Só mais recentemente é que me familiarizei com o fato de que se trata de uma obra conceitual escrita quase exclusivamente por Roger Waters, e isso certamente explica por que as melhores faixas são as compostas em parceria com David Gilmour, e algumas faixas são realmente difíceis de ouvir. Assim, bem vistas as coisas, tirante a história toda que dá unidade ao disco (diversos sites dão conta de explicar o "conceito" da obra), o disco vale por um punhado de seis composições, a saber: IN THE FLESH?, ANOTHER BRICK IN THE WALL PART II, YOUNG LUST, HEY YOU, CONFORTABLY NUMB e RUN LIKE HELL. Desde já é bom que se diga: tratam-se de seis composições espetaculares, e não são muitos os discos que reunem tantas faixas marcantes, e isso pode autorizar a alguém preconizar The Wall como um dos 1001 discos para se ouvir antes de morrer.
IN THE FLESH? abre o disco com um instrumental pesado e lento, parecido com o que o Yes viria a fazer em "Machine Messiah" do disco Drama, e reproduzido pelo Dream Theater no disco "A Change of Seasons". É notável como uma guitarra com alguma distorção e umas poucas notas na região das cordas mais graves consegue ser tão expressiva. A música que todo mundo conhece é ANOTHER BRICK IN THE WALL (part II), e a vulgarização dessa faixa talvez esconda o fato de que aqui se encontra um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos (para mim, é o melhor). Esse solo de David Gilmour, bem ao final da música, tem o timbre bem característico da Fender Stratocaster, e é interpretado com bends muito legais, sobretudo pelo fato do guitarrista economizar nas palhetadas (o cara faz bends sucessivos de meio tom, um tom, um tom e meio, etc, com uma só palhetada, e isso é claro exemplo de domínio da técnica a serviço da musicalidade, o famigerado "feeling"). YOUNG LUST talvez não seja tão memorável quanto as outras, mas conta com o riff mais rocker do disco. HEY YOU é praticamente toda ela um dedilhado acústico (um Fender Rhodes muito legal acompanha esses momentos), tem vocais mais (digamos assim) desesperados, e tem uma parte pesada com riff que remete a ANOTHER BRICK IN THE WALL. CONFORTABLY NUMB é um clássico, com solos brilhantes de Gilmour, mas não é do tipo que dá para ouvir toda hora - é bem lenta e passa dos 6min. RUN LIKE HELL tem o característico riff com delay - esse timbre é memorável e identifica prontamente o disco inteiro (a primeira aparição do riff cavalgado e cavalar se dá na parte 1 de ANOTHER BRICK...). Outra boa música é THE HAPPIEST DAYS OF OUR LIVES, que serve como introdução para a parte 2 de ANOTHER BRICK (...). Em outras ainda há momentos bonitos como THE THIN ICE e MOTHER.
Há alguns anos atrás (em 2000), na Saraiva, comprei a versão ao vivo - não a lançada por Waters nos anos 90 (com artistas convidados), mas uma com o registro da turnê de lançamento do disco ("Is there anybody out there?", com livrinho e tal), com a expectativa de que a versão original de estúdio seria prescindível. Na época ainda tinha aquele espaço grande para escutar os discos, e lembro que fiquei bem impressionado com o som da guitarra em IN THE FLESH?. Seja como for, botei pra ouvir esse cd duplo muito poucas vezes desde então.
IN THE FLESH? abre o disco com um instrumental pesado e lento, parecido com o que o Yes viria a fazer em "Machine Messiah" do disco Drama, e reproduzido pelo Dream Theater no disco "A Change of Seasons". É notável como uma guitarra com alguma distorção e umas poucas notas na região das cordas mais graves consegue ser tão expressiva. A música que todo mundo conhece é ANOTHER BRICK IN THE WALL (part II), e a vulgarização dessa faixa talvez esconda o fato de que aqui se encontra um dos melhores solos de guitarra de todos os tempos (para mim, é o melhor). Esse solo de David Gilmour, bem ao final da música, tem o timbre bem característico da Fender Stratocaster, e é interpretado com bends muito legais, sobretudo pelo fato do guitarrista economizar nas palhetadas (o cara faz bends sucessivos de meio tom, um tom, um tom e meio, etc, com uma só palhetada, e isso é claro exemplo de domínio da técnica a serviço da musicalidade, o famigerado "feeling"). YOUNG LUST talvez não seja tão memorável quanto as outras, mas conta com o riff mais rocker do disco. HEY YOU é praticamente toda ela um dedilhado acústico (um Fender Rhodes muito legal acompanha esses momentos), tem vocais mais (digamos assim) desesperados, e tem uma parte pesada com riff que remete a ANOTHER BRICK IN THE WALL. CONFORTABLY NUMB é um clássico, com solos brilhantes de Gilmour, mas não é do tipo que dá para ouvir toda hora - é bem lenta e passa dos 6min. RUN LIKE HELL tem o característico riff com delay - esse timbre é memorável e identifica prontamente o disco inteiro (a primeira aparição do riff cavalgado e cavalar se dá na parte 1 de ANOTHER BRICK...). Outra boa música é THE HAPPIEST DAYS OF OUR LIVES, que serve como introdução para a parte 2 de ANOTHER BRICK (...). Em outras ainda há momentos bonitos como THE THIN ICE e MOTHER.
Há alguns anos atrás (em 2000), na Saraiva, comprei a versão ao vivo - não a lançada por Waters nos anos 90 (com artistas convidados), mas uma com o registro da turnê de lançamento do disco ("Is there anybody out there?", com livrinho e tal), com a expectativa de que a versão original de estúdio seria prescindível. Na época ainda tinha aquele espaço grande para escutar os discos, e lembro que fiquei bem impressionado com o som da guitarra em IN THE FLESH?. Seja como for, botei pra ouvir esse cd duplo muito poucas vezes desde então.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
sábado, 8 de dezembro de 2007
CD - WINGER "IN THE HEART OF THE YOUNG" (1990)
Só mais recentemente, há uns 5 anos, que comecei a ouvir bandas de hard farofa dos anos 80 como Bon Jovi, Skid Row, Dokken e Winger. Na época em que estavam no auge, desprezei completamente essas bandas todas, tanto pela aparência grotesca como pelas próprias músicas (ao contrário das colegas de colégio). O Bruce, pelo contrário, curtia bastante e inclusive adquiriu vários cds e lps muitos dos quais bem difíceis de ouvir de tão datados. Mas evolui ao me dar conta de que todas essas bandas de hard farofa têm em comum o fato de contarem com guitarristas excepcionais, geralmente acompanhados por bateristas/baixistas/tecladistas no mínimo competentes e vocalistas carismáticos.
Assim, lembro que o Bruce adquiriu esse "In the heart of the young" do Winger por tipo um dólar no "ibei" no início dos anos 2000, e na época achei todas as músicas muito ruins (pelo clima excessivamente radiofônico e meloso das composições - o disco já abre com uma galera cantando "I can´t get enough", que não pode ser mais poser), com exceção da excepcional power ballad MILES AWAY (que chegou a ser tema de novela da Globo nos anos 1990). Pois bem, posteriormente tomamos contado com outro disco do Winger, o "Pull", e descobrimos um álbum matador, mas que infelizmente está fora de catálogo no Brasil. Mais recentemente, descobri umas faixas de um cd acústico lançado pelo Kip Winger, com uma versão fora de série de MILES AWAY, e então, por tabela, comecei a gostar de músicas como EASY COME EASY GO e UNDER ONE CONDITION.
Nessas condições, em meados desse ano, quando o Bruce ofereceu uma lista de cds para troca, não tive dúvidas de pleitear esse cd do Winger, que afinal, é um belo cd de hard rock. Kip Winger é um dos melhores vocalistas do gênero, e é acompanhado de um guitarrista fenomenal, que é o Reb Beach, e de uma lenda na bateria, que é o Rod Morgenstein. Não estou certo de qual a participação do tecladista Paul Taylor na composição das músicas, mas bem ou mal os teclados estão presentes, e ainda que não fosse por isso, o cara é creditado como autor de MILES AWAY, que é a melhor power ballad de todos os tempos (superando FOREVER do Kiss, que considerei a melhor por muitos anos). É o tipo de composição própria dos anos 1980, mas com uma interpretação e um refrão muito poderosos.
As outras músicas são tocadas primorosamente e conferem a esse disco a qualidade de ser um dos mais representativos do gênero.
Assim, lembro que o Bruce adquiriu esse "In the heart of the young" do Winger por tipo um dólar no "ibei" no início dos anos 2000, e na época achei todas as músicas muito ruins (pelo clima excessivamente radiofônico e meloso das composições - o disco já abre com uma galera cantando "I can´t get enough", que não pode ser mais poser), com exceção da excepcional power ballad MILES AWAY (que chegou a ser tema de novela da Globo nos anos 1990). Pois bem, posteriormente tomamos contado com outro disco do Winger, o "Pull", e descobrimos um álbum matador, mas que infelizmente está fora de catálogo no Brasil. Mais recentemente, descobri umas faixas de um cd acústico lançado pelo Kip Winger, com uma versão fora de série de MILES AWAY, e então, por tabela, comecei a gostar de músicas como EASY COME EASY GO e UNDER ONE CONDITION.
Nessas condições, em meados desse ano, quando o Bruce ofereceu uma lista de cds para troca, não tive dúvidas de pleitear esse cd do Winger, que afinal, é um belo cd de hard rock. Kip Winger é um dos melhores vocalistas do gênero, e é acompanhado de um guitarrista fenomenal, que é o Reb Beach, e de uma lenda na bateria, que é o Rod Morgenstein. Não estou certo de qual a participação do tecladista Paul Taylor na composição das músicas, mas bem ou mal os teclados estão presentes, e ainda que não fosse por isso, o cara é creditado como autor de MILES AWAY, que é a melhor power ballad de todos os tempos (superando FOREVER do Kiss, que considerei a melhor por muitos anos). É o tipo de composição própria dos anos 1980, mas com uma interpretação e um refrão muito poderosos.
As outras músicas são tocadas primorosamente e conferem a esse disco a qualidade de ser um dos mais representativos do gênero.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
LIVRO: 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer
Bem verdade que o título do livro é deplorável (e parece fazer parte de uma série bastante popular atualmente), mas em se tratando de resenhas de quatro parágrafos a respeito de 1001 discos lançados a partir de 1950(não contei, ainda, se constam mesmo 1001 discos...), a aquisição durante a Feira do Livro 2007 foi mais do que justificada.
Da lista tenho apenas 37 discos (e minha coleção de cds é expressiva), que se concentram, basicamente, na década de 1970, bem equilibrada no livro. A partir dos anos 1980, encontram-se discografias completas de bandas como Radiohead, REM e U2 (ainda não tenho nada dessas bandas - já cobicei pelo menos o Ok Computer, mas basicamente aguardo por promoções). Nessas condições fica fácil montar uma lista de 1001 discos. E demonstra uma certa falta de critério, pois se todos os discos dessas bandas devem ser ouvidos antes de morrer, o que dizer da extensa discografia de caras como Miles Davis, Frank Zappa, Led Zeppelin, Black Sabbath, Yes, Genesis, todos lembrados com alguns álbuns.
Seja como for, muito mais do que cotejar essa lista com os cds que eu, particularmente, entendo como essenciais, o legal do livro é tomar conhecimento de alguns discos e bandas de todos os estilos que realmente são marcantes, e quem sabe ampliar a coleção (funcionou, pelo menos por ora, com o "Born in the USA" do Bruce Springsteen - há um mês encontrei na Gal. Chaves por 10 pila).
Da lista tenho apenas 37 discos (e minha coleção de cds é expressiva), que se concentram, basicamente, na década de 1970, bem equilibrada no livro. A partir dos anos 1980, encontram-se discografias completas de bandas como Radiohead, REM e U2 (ainda não tenho nada dessas bandas - já cobicei pelo menos o Ok Computer, mas basicamente aguardo por promoções). Nessas condições fica fácil montar uma lista de 1001 discos. E demonstra uma certa falta de critério, pois se todos os discos dessas bandas devem ser ouvidos antes de morrer, o que dizer da extensa discografia de caras como Miles Davis, Frank Zappa, Led Zeppelin, Black Sabbath, Yes, Genesis, todos lembrados com alguns álbuns.
Seja como for, muito mais do que cotejar essa lista com os cds que eu, particularmente, entendo como essenciais, o legal do livro é tomar conhecimento de alguns discos e bandas de todos os estilos que realmente são marcantes, e quem sabe ampliar a coleção (funcionou, pelo menos por ora, com o "Born in the USA" do Bruce Springsteen - há um mês encontrei na Gal. Chaves por 10 pila).
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