quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

CD - Queen: "Live Magic" (1986)

No meu aniversário de 1988 ganhei de presente do Fabrício K., grande amigo daqueles tempos de colégio, um LP do Queen, o “Live Magic”, lançado em 1986 com registros de shows daquela que seria a última turnê da banda com Freddie Mercury. Lembro que minha mãe comentou a respeito de algumas músicas que fizeram muito sucesso no Brasil, notadamente no Rock in Rio (do qual eu tenho recordações dessa apresentação do Queen, além de outros como a folclórica Nina Hagen). Assim, depois de alguns meses com o LP parado na estante, acabei tomando gosto por “Radio Ga-Ga” e, por fim (como sempre acontece nesses casos) saindo pelas lojas do Centro atrás de outros LPs da banda. Eventualmente, apenas no verão de 1989, em Pelotas, ganhei da minha tia o lançamento da banda na época, o LP “The Miracle”. Nessas condições, esses são dois dos poucos discos que eu tinha em LP e agora tenho em CD.

Bem, em 1986 o Queen se empenhou numa extensa turnê mundial que culminou em um show no Estádio de Wembley. Os músicos estavam na melhor forma, e a gravação é perfeita: as performances de Freddie Mercury e de Brian May são as mais inspiradas.

O Queen é uma banda com repertório muito variado, com praticamente todo tipo de música, mas o material rocker é mais forte, e nesse “Live Magic” é o que prevaleceu. A mais rocker e a melhor é “Tie Your Mother Down”, que tem um riff matador. Todas as músicas têm umas guitarras muito boas fornecidas por Brian May, um dos melhores guitarristas britânicos (que talvez não tenha recebido, injustificadamente, os mesmos créditos de J. Page, T. Iommi, R. Blackmore e E. Clapton), além dos eficientes baixo e bateria de Roger Taylor e John Deacon.

É notável como os caras conseguem fazer umas músicas desse tipo, simples e diretas, mas ao mesmo tempo sofisticadas, como “I Want to Break Free”, "One Vision" e “Hammer to Fall”. Em apertada síntese, pode-se dizer que as músicas têm estrutura simples, mas lá pelas tantas há uma mudança de acordes, ou de andamento, ou então um mero arpejo colocado na medida certa (por exemplo, pouco antes do verso "Strange but it´s true" de "I Want to Break Free").

Não faltam os clássicos “We Are the Champions”, “We Will Rock You” ("Friends Will Be Friends" me parece meio deslocada entre uma e outra) e “Bohemian Rhapsody”, conquanto nesta última tenha sido cortada toda a parte “Oh mamma mia, figaro”. Gosto muito de uma bem curta (menos de 2min) com Mercury ao piano e muito melodiosa: “Seven Seas of Rhye”. Outra legal é uma totalmente calcada num riff de baixo: “Another One Bites the Dust”.

A banda vem tendo bastante audiência desde há um certo tempo, pois algumas músicas vêm sendo tocadas em inserções comerciais, como “A Kind of Magic”, e outras tocam com freqüência nas rádios, tipo “Under Pressure”. Além disso, os dois cds “Greatest Hits”, há anos nas prateleiras das lojas, vem tendo sucessivas reedições, provavelmente com boas vendagens.

Bem vistas as coisas, esse "Live Magic" é um dos melhores discos ao vivo de bandas de rock.

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