Ocupei-me boa parte deste feriado de Carnaval com a leitura da autobiografia do Eric Clapton, que havia adquirido há alguns meses. O depoimento do Marcelo M.A.B. serviu de incentivo e a época não poderia ser mais apropriada.
Já conhecia boa parte da trajetória do guitarrista (Yardbirds, John Mayall, Cream, etc), conquanto não seja muito familiarizado com boa parte dos seus discos. Já tive uma coletânea "The Cream of Eric Clapton" e o cd "Unplugged" (acho que negociei os dois com o M. Pacheco, há uns dez anos atrás), mas ressalvados os maiores sucessos, desconheço grande parte da discografia de Clapton. Tenho apenas um belo cd lançado no começo dos anos 1990, FROM THE CRADLE, que comprei numa época em que estava procurando um determinado tipo de blues, e intuitivamente achei tudo resumido nesse disco (acho que é mais do que oportuno fazer uma resenha desse disco em breve...). Como sempre achei essas músicas mais conhecidas tipo "I Shot the Sheriff" e "Wonderful Tonight" um tanto comerciais para o meu gosto, e pelo fato de não me sentir muito influenciável pelas músicas do Cream, acabou que não desenvolvi muito interesse pelo cara, e quando ele veio para Porto Alegre, pela segunda vez (em 10.10.2001; a primeira foi em 1990, e lembro das manchetes no jornal local dando conta do mau-humor do guitarrista), para se apresentar no Estádio Olímpico, não me empolguei para ir. Todos os lançamentos mais recentes contaram com resenhas no jornal local, mas jamais tive curiosidade de ouvi-los.
Contudo, o livro vem tendo boa acolhida desde o lançamento e por se tratar de uma autobiografia, somada ao fato de que há poucos livros sobre música interessantes o suficiente para serem lidos, resolvi adquiri-lo, pois certamente serviria para lançar luzes sobre a carreira do guitarrista, e me estimular para sair atrás dos discos dele.
Pois bem. De fato, ler o livro me deixou com vontade de ouvir os discos do Clapton, pois sempre me intrigou certas entrevistas como algumas de Eddie Van Halen, que cita E.C. como uma de suas maiores influências. Preciso saber o que há de tão espetacular na maneira como ele toca, pois conheço a maneira espetacular com a qual o E.V.H. toca guitarra (e teclado/piano). Só que o livro deixou a desejar nessa parte que me interessa grandemente, isto é, a discografia dele. Seria basante interessante para mim que fossem dedicadas mais páginas para a descrição das sessões de gravação dos discos, bem como das composições das músicas. A opção de Clapton foi ir em outra direção, e focar nas suas experiências pessoais. Depois da parte inicial, em que relata sua infância, o livro dá uma decolada quando é retratada a sua ascenção musical até o Cream (impressionou-me como ele conheceu praticamente todo mundo - Page, Hendrix, Stones, Beatles, etc etc - muito embora, reparando atentamente, percebi que não são mencionados Tony Iommi e o Black Sabbath, além de outros grupos britânicos como Yes e Emerson, Lake & Palmer); o que se segue, no entanto, é uma porção de páginas sobre seus relacionamentos pessoais e seu envolvimento com drogas e bebida. Pareceu-me que a vida do cara era muito vazia mesmo, e mesmo sendo repetida a informação de que a música foi para ele fundamental, na verdade acabei encontrando a confirmação de que suas músicas não eram mesmo interessantes.
A tarefa que me proponho agora é ouvir o que puder dos seus discos para ver se essa impressão é, afinal, correta ou não.
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