“Alive!” é tido como o álbum definitivo do Kiss. Os próprios integrantes contam que os primeiros três discos de estúdio não fizeram nada expressivo em termos de vendas, apesar dos shows serem acompanhados por um número crescente de espectadores. Esse disco duplo ao vivo serviu para capturar a energia das apresentações da banda e com o impulso de um grande single, a versão ao vivo de “Rock and Roll All Nite”, o álbum atingiu vendagem expressiva, ensejando premiações com múltiplos discos de platina, e colocou a banda definitivamente no mapa. Comprei esse disco no meio do feriado de Páscoa de 1994, na Stoned.
Considero “Alive!” um disco referência para guitarristas que desejam aprender a solar com a utilização de pentatônicas. Aqui Ace Frehley registrou seus solos definitivos, e até hoje o guitarrista que se propõe a tocar as músicas de “Alive!” têm que executar nota-por-nota todos os bends, slides, hammer-ons e pull-offs tais quais se apresentam no disco. Afinal, Ace é conhecido por tornar seus solos partes integrantes músicas, a ponto de que podemos identificar qual música se trata mesmo que estejamos ouvindo apenas o solo de guitarra.
Admito que a audição do álbum me custou bastante, pois estava acostumado com o som das guitarras e a produção caprichada do “Alive III”, de maneira que estranhei as guitarras com distorção magra de “Alive!”. Entretanto, a banda estava muito bem entrosada à época, e todos os integrantes desempenharam perfeitamente suas tarefas, embora seja certo que até hoje se discute o quanto “Alive!” se trata, de fato, de um disco ao vivo, ou se recebeu significativo tratamento com overdubs em estúdio, sem falar das notícias que dão conta de que parte do material foi registrado em passagens de som, sem participação do público.
Particularmente, gosto bastante de como "Hotter Than Hell" é emendada com "Firehouse", a execução de Parasite (com o riff bem pesado), os solos de Ace Frehley em "She" e "100.000 Years", os vocais de Paul Stanley e as guitarras, baixo e bateria em "100.000 Years", o vocal de Peter Criss em "Nothin´ to Lose" (no refrão todas as frases que Criss canta entre "You got, got, nothin´ to lose" são muito legais, especialmente o "tchi-tchi-tchi-tchi-tchi-tchi-yeah").
Paul Stanley e Gene Simmons são particularmente gratos ao “Alive!”, a tal ponto que os caras dedicaram recentemente ao disco uma turnê para comemorar os seus 35 anos, na qual não perderam a oportunidade para executar o álbum na íntegra (como tem sido de rigor ultimamente, com bandas que lançam discos que reputam importantes, ou que querem celebrar algum álbum clássico). Para isso colaborou Tommy Thayer, notório estudioso de todos os licks de Ace Frehley, e Eric Singer, que infelizmente deixou de lado sua técnica impecável e seu virtuosismo na bateria em favor de uma simplificação irritante das coisas para parecer tanto quanto possível com Peter Criss (ou então para mascarar a passagem do tempo que tem começado a comprometer as performances de Paul e Gene).
Um comentário:
Já viste o documentário da VH1 sobre o disco?
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