Há dois anos o Dream Theater se apresentou em Porto Alegre na mesma data da apresentação do Guns'n'Roses. Naquela oportunidade os caras estavam divulgando o "Black Clouds and Silver Linigs" e o baterista era o fundador Mike Portnoy. Depois do fim dessa turnê, a banda se afastou dos palcos, e está bem documentada a saída do baterista e o ingresso do Mike Mangini após uma audição tipo concurso entre bateristas. Com Mangini a banda gravou "A Dramatic Turn of Events", que se não é um disco espetacular, é um disco defensável. Porto Alegre foi novamente incluída na rota da turnê dos caras e antes de comprar o ingresso estava com uma sensação de ir ao show por dever de ofício, sobretudo pelo set list que os caras começaram a tocar na turnê europeia e depois na americana (sem músicas com letras do Portnoy). Mas rever Dream Theater e Mike Mangini (já tinha visto o cara acompanhando o Steve Vai no show no Salão de Atos da UFRGS em 1997).
Esse show foi o melhor de todos os que eu já assisti em termos de acesso e acomodação. Estava marcado para 21h30min, e sai de casa pouco depois das 20h. Peguei o estacionamento do lado de lá do Pepsi on Stage (onde geralmente fico - mas mudou, estava menor, quase perdi a vaga, vantagem, porém, na saída mais rápida), e fui para o final da enorme fila. Diferentemente dos últimos shows que acompanhei, neste a fila andou muito rápido e não deu 5min e já estava no Pepsi on Stage. Em seguida encontrei o Vinícius Moller, que estava particularmente (e justificadamente) orgulhoso de ter gravado as bases de teclados para a atração de abertura; não demorou para o guitarrista e o baixista da Scelerata subirem ao palco, e aí me despedi do Vinícius e fui me acomodar para ver o show. Achei um belo lugar centralizado do qual não sai mais até o último "thank you, good night" da atração principal. Os caras da Scelerata desempenharam alguns sons instrumentais e depois executaram um medley de clássicos do rock (Queen, Pink Floyd, Kansas, etc).
O Dream Theater subiu ao palco quase pontualmente. A abertura teve um som legal, com um vídeo com caricaturas dos cinco integrantes. Calhou com a primeira música, "Bridges in the Sky", das melhores do disco novo e que teve refrão cantado pela galera. A minha expectativa é de que seguissem com "6:00" e "The Dark Eternal Night" (duas das minhas favoritas do DT), mas emendaram "These Walls", que conquanto não seja uma música ruim, indicava que o set list era o alternativo. Assim, rolou a dispensável (para esse show) "Build Me Up, Break Me Down", para enfim tocarem "Caught in a Web".
Dediquei-me a filmar as músicas favoritas e a fotografar a banda nas demais. Com "This is the Life" reparei que o set list foi encomendado de maneira a incorporar umas músicas mais sossegadas entre uma e outra porrada. Achei apropriado, sobretudo se o set tem mais de duas horas. A debulhação absurda (e meio cacete) de "Lost Not Forgotten" foi executada sem reparos, e é realmente impressionante o efeito visual do Petrucci e do Myung (e o Ruddes e o Mangini) tocarem essa introdução com com muitas notas em uníssono. A banda tem a reputação de fazer longos aquecimentos preparatórios ao show, e não por acaso os músicos são capazes de reproduzir qualquer música do repertório sem erros. Achei que James Labrie está mandando muito bem, e é válido que os caras registrem logo shows para registro em CD/DVD/BRD ao vivo (foram gravados os dois shows no Luna Park em Buenos Aires, poucos dias antes desse show no Pepsi).
Há muito que acho dispensável solo de bateria, mas no caso do Mangini sabia que não seria tempo desperdiçado. O novato estava satisfeito, tranquilo e a vontade, tanto quanto a banda com relação a ele. Mangini não levanta da bateria em nenhum momento, nem fica chamando a galera com os braços. Ele só toca e faz caretas. E toca muito. Grande momento, particularmente falando, foi quando tocaram "A Fortune in Lies", que fica excepcional ao vivo. A banda parecia relaxada. Tanto que deram espaço para "Wait for Sleep" (apenas com Ruddes e Labrie no palco, ficou bem legal). Mais uma das lentas - "Far from Heaven".
Outra do disco novo, e mais uma boa "Outcry". Os efeitos visuais e luzes no palco começaram a se destacar. Solo de Ruddes ao piano, e veio "Surrounded". O single do disco novo "On the Backs of Angels", e então uma grande surpresa que foi a de curtir pra valer duas partes do "Six Degrees of Inner Turbulence"; não curtia muito essa grande faixa do disco homônimo de 2002, mas o fato é que "War Inside My Head" e "The Test That Stumped Them All" ficaram muito legais, sobretudo essa última, e em especial nas partes em que a batera vai "crescendo" (primeiro só na caixa, depois a cada passagem vai agregando complexidade).
Solo de Petrucci e a banda executou uma das favoritas da galera, e que decididamente não é uma das que eu curto; todos cantaram "The Spirit Carries On". Finalizaram o set regular com "Breaking All Illusions". Sabia que os caras voltariam para a saideira, e esperava "Metropolis Pt. 1", pois na outra vez que tiveram em Porto Alegre eles tocaram "Pull Me Under". Sem Portnoy para lembrar esse pormenor, a banda tocou mesmo "Pull Me Under", o que não foi nada mal e me proporcionou cantar a plenos pulmões, na medida do possível, e no maior arreto, o refrão: "Puuuuuull me under, puuuull me under, puull me under I'm not afraid".
Dream Theater, Pepsi on Stage, deu tudo certo e foi massa. Diz-se que Slayer e Mastodon estão para vir no mesmo local. Aí...
Nenhum comentário:
Postar um comentário