quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

Senhor dos Anéis - As duas torres:

assisti, em casa, nesse final de semana caloroso, a parte 2 da saga do Frodo. Não agradou tanto quanto a primeira parte... mas continua sendo um filme que deve ser visto, nem que seja pela grandiosidade da obra. É notável os caras terem conseguido criar um mundo com seres de espécies diferentes, entre outras realidades fantásticas, sem exagerar nos recursos tecnológicos. As cenas são basicamente em campo aberto, deixando pouco espaço para cenas com fundo azul (com cenário preenchido por computador), como foi o caso das partes 1 e 2 do Star Wars (no episódio II, a maioria das cenas utiliza esse recurso). Os exércitos também, em boa parte, são formados por pessoas em carne e osso (no meu sentir... e isso já demonstra o capricho e a preocupação de fazer um filme clássico). Imagino que a parte mais difícil, que é a de transportar o mundo imaginário criado por Tolkien - sabidamente rico em detalhes - para a tela de cinema, foi realizada a contento.

Quanto à história, não posso comentar muito. Não sou iniciado nos livros do Tolkien, de modo que todos os personagens agregados nesta 2.ª parte, bem como as cidades visitadas, povos, e batalhas travadas, pouco me dizem. Provavelmente tudo fará sentido no 3.º filme, onde os personagens, cidades, povos e batalhas da 2.ª parte terão sido decisivos para a compreensão da trama inteira. Se não for assim, "As Duas Torres" seria dispensável.

terça-feira, 20 de janeiro de 2004

Soulseek lives again!

- depois de vários meses no ostracismo, tomei uma atitude e consegui botar pra funcionar esse programa. E agora, finalmente, estou extraindo dele os mp3 que eu sempre quis: bootlegs, especialmente os do Kiss nos anos 80. Além destes, alcancei também os bootlegs oficiais do Dream Theater (um show em LA com o Sherinian - Ray Alder e Bruce Dickinson convidados; e o making of do SFAM).

Os melhores, certamente, são os do Kiss; estão vindo shows de todas as épocas, inclusive de algumas que eu mal suspeitava que houvesse registro pirata. Em todos, Paul Stanley manda muito. Os mais vibrantes são os de 83/84, e os melhores são da época do Alive III. Dos que estão vindo, o mais remoto é um show no Radio City Music Hall (NYC), dos últimos da turnê do Lick it Up (março de 1984). O destaque é EXCITER, que eu nunca tinha ouvido versão ao vivo - e ficou bem legal, como eu suspeitava. Discute-se se o solo desta música na versão de estúdio foi gravado pelo próprio Vinnie Vincent, ou se o foi por Rick Derringer - e como o VV trata de descaracterizar o solo com muitas notas (verdade seja dita, às vezes ele faz coisas interessantes nos solos), a controvérsia permanece acesa (pra mim, foi o VV mesmo quem gravou o solo).

Outro show afu é o gravado no Brighton Conference Center, Londres - o primeiro da turnê Animalize. Os destaques são para as músicas deste disco: I´VE HAD ENOUGH (uma das minhas favoritas, que abre o show), BURN BITCH BURN (nunca tinha ouvido em versão live - e, realmente, não funciona bem; a partir dessa época, Gene ficou low profile), GET ALL YOU CAN TAKE (Paul bem que tenta, mas ficou complicado alcançar os agudos da versão de esúdio), e UNDER THE GUN.

Mas um que eu nunca esperava encontrar é um show em Baltimore/84, absolutamente histórico, pois neste o Mark St. John toca três músicas - antes de UNDER THE GUN, Paul apresenta o guitarrista, de modo que nesta é certo que ele toca. Vou ouvir com calma o resto do show para tentar identificar os estilos "lochas" do Bruce Kulick e do Mark.

Outro show é um do final da turnê Asylum, em que só tocam UH ALL NIGHT e TEARS ARE FALLING do referido disco.

Mas o ouro é mesmo o show de 92, em Meadowlands/NJ, com boa gravação e repertório bala. As performances também são boas, pouco inferiores que às do Alive III (por motivos notórios que dispensam maiores considerações).

Esses mp3 tem feito minha alegria musical dos últimos tempos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Metallica “Classic Album”

– algumas palavras se impõem sobre esse programa que passou domingo sobre o “Black Album”.

Na verdade, poucas novidades foram trazidas, uma vez que todos nós já vimos aquele vídeo “um ano e meio na vida do Metallica”, com imagens da gravação e da turnê do disco preto. No “Classic Album”, todas as imagens da época foram retirados deste vídeo, assim como boa parte das impressões e dos comentários dos músicos e do produtor já tinham sido expendidos lá.

O que ensejou esse comentário, na verdade, foi uma constatação do James Hetfield acerca do seu método de composição. Para ele, a música gira em torno de um determinado riff. A partir daí, outras coisas vão sendo acrescidas, contextualizando tal riff, que é o destaque principal. Particularmente, identifico-me totalmente com esse estilo de compor – se é que eu tenho um.

Há nove anos, quando comecei a aprender a tocar, lendo muitas revistas (Guitar World, Guitar School – na época era bem barato - e, posteriormente, Cover Guitarra, Guitar Player, Guitar Class), e ouvindo muito essas bandas que curto até hoje, percebi mais ou menos como as coisas funcionavam, musicalmente falando. As melhores músicas eram, regra geral, aquelas movidas por pelo menos um riff principal. Por exemplo: MONEY FOR NOTHING (Dire Straits), BACK IN BLACK e JAILBREAK (AC/DC), PARANOID, IRON MAN, CHILDREN OF THE GRAVE (e todas as músicas do Black Sabbath), e SMOKE ON THE WATER e BURN (Deep Purple). Numa das primeiras revistas que comprei (Guitar World de agosto de 92, com Angus Young na capa), tinha uma coluna do Marty Friedman, que procurava ensinar os solistas a moldarem uma identidade própria nos seus solos. Para isso, aconselhava a gravar uma fita C-60 com os solos favoritos dos guitarristas favoritos e, a partir daí, tentar identificar qual ou quais partes de cada solo é que o tornava memorável. Intuitivamente, transferi tal ensinamento para a música em geral, e posso dizer que logo cedo comecei a perceber e aplicar esse “método de composição”, tão generalizado no rock.

Tal “método” não tem nada de inovador – e nem é este o foco aqui. O que me tocou foi o fato de ouvir um dos guitarristas com os quais eu aprendi a tocar guitarra admitir, com simplicidade e honestidade, que “fazer música” pode ser uma tarefa simples – basta ter um bom riff; o resto se ajeita. Essa idéia já me ocorria há anos, mas só agora pude ouvir uma confirmação expressa, uma opinião avalizada.

É claro que músicas excelentes podem ser compostas SEM riff – melodias e temas é que são, de fato, o essencial. Existem bandas admiráveis que produzem músicas fantásticas sem que se possa afirmar que uma ou outra parte é a principal – vários temas se sobrepõem e se harmonizam num todo orgânico, não havendo como se identificar definitivamente que tal ou qual é a parte em torno da qual giram as demais. Lógico que há algumas partes principais (em geral um refrão), mas pensando em músicas como ROUNDABOUT ou CLOSE TO THE EDGE, se há algum riff, este serve como suporte para a música, e não como o destaque. Como exemplos de bandas, permito-me citar apenas Yes e Dream Theater (o velho, não o novo), além de todas as bandas prog dos anos 70. Mas não há dúvidas de que em se tratando de rock, onde a musicalidade é, por natureza (e propositalmente) limitada, o espaço é basicamente ocupado por riffs e, de preferência, riffs que sejam “ganchudos” (talvez o mais ganchudo de todos os tempos seja SATISFACTION, dos Stones).

Neste cenário, é importante um compositor rock de muito sucesso admitir que suas composições não passam de riffs colados com outras partes que lhe dão apoio. Tal atitude é muito diferente de outras, como a do Eddie Van Halen; para este, a música simplesmente lhe “vem à cabeça” quando está tocando. Trata-se de afirmação por demais vaga e fluida, que o distancia de todos os demais guitarristas (como também é o caso de Jimi Hendrix, Eric Clapton), mas que parece fazer sentido, em se tratando de Van Halen, cuja musicalidade atinge nível bastante superior (não que isso signifique melhores músicas do que a de outras bandas).

Em outro trecho do “Classic Album”, James revela sua aflição diante da orquestra que iria acompanhar a versão de estúdio de NOTHING ELSE MATTERS. Como a maioria dos guitarristas de rock, James não lê partituras, e ficou imaginando se seria necessário que apontasse na guitarra para os músicos da orquestra quais as notas da música. Isso só demonstra o quanto a musicalidade prescinde da técnica e da instrução formal; a musicalidade pode desenvolver-se por conta do “músico”, através de sua paixão pelo instrumento e pela própria música.

Agora tratando especificamente das “novidades” contidas neste “Classic Album”, o destaque maior é em relação à HOLIER THAN THOU que, à época da gravação, era tida como o single do disco. No vídeo “a year and a half” isso fica meio pressentido, mas no “Classic Album” os caras admitiram expressamente – ao que parece, só o Lars achava que o hit, na verdade, seria mesmo ENTER SANDMAN. E é gozado isso, pois HOLIER é uma boa música, que dá a impressão de ter sido cuidadosamente pensada em todas as suas partes (p.ex., o começo do solo, e a maneira como o final do solo vai encaixar com o riff tocado só pelo baixo, com as guitarras voltando uma depois da otura). Mas, honestamente, não se trata de um clássico, tanto é que não se tem notícia de ela ter sido tocada ao vivo.

domingo, 11 de janeiro de 2004

Megadeth "Behind the Music" e Top 5 Megadeth

- acabei de assistir o DVD (cortesia do Barboza). Como todos os documentários dessa série "Behind the Music", o do Megadeth também é bem legal. A figura principal - não poderia deixar de ser - é o Dave Mustaine; toda sua trajetória foi reconstituída, desde a infância, passando pela fase Metallica, até o lançamento do World Needs a Hero.

Uma das características mais fortes dessa série "Behind..." é o apelo às fases de declínio das bandas participantes, e o Megadeth não é exceção. Boa parte do vídeo é ocupada pelas descrições de porres e, principalmente, o (ab)uso sistemático de drogas. Como a banda sempre aumentou suas vendas a cada disco lançado - não havendo que se falar em fracasso de público ou crítica - , só mesmo os casos de drogadição ocupariam o lado dramático e deprimente do vídeo.

O documentário conta com depoimentos de quase todos os ex-integrantes da banda - ficaram de fora Gar Samuelsson (baterista dos 2 primeiros discos, morto em 1999), Chuck Beller (baterista no "So Far, So Good, So What" e Nick Menza (baterista por quase 10 anos - aqui a briga parece ter sido feia). Os comentários mais relevantes (tirando os do próprio Dave Mustaine, e os do David Ellefson), são de Chris Poland (guitarrista dos primeiros 2 discos) e da duplinha James Hetfield & Lars Ulrich.

Duas partes me chamaram a atenção mais de perto:

1) a discussão que levou à expulsão de Jeff Young (guitarrista do álbum "So Far, So Good, So What"), que dava em cima da mulher do Mustaine na época, cujo nome aparece na música WAKE UP DEAD (no final, o vocalista grita "Diana!" - só assim pra entender porque o cara grita o nome duma mulher no final da música: era a que ele tava pegando na época, o que acaba conferindo maior autenticidade à própria letra desta faixa);

2) o lançamento do "Black Album" do Metallica, pouco depois do "Countdown to Extinction". É fato notório que Dave montou o Megadeth para se vingar de James & Lars, que o haviam expulsado do Metallica (e isso é confirmado no vídeo). Só que ele não podia contar com um disco tão bem sucedido por parte dos seus desafetos - deixando-o, efetivamente, arrasado (mesmo depois de ter lançado um baita disco, que chegou à platina duplo). E isso chegou mesmo ao ponto de dar fim ao maior tempo de abstinência alcançado até a data. Ao que parece, o ápice dessa fase é um grande festival em que as duas bandas se apresentaram no mesmo palco - Dave confessa que ficou de olho no Kirk Hammet o show inteiro, pensando consigo mesmo que aquele lugar era seu. Mas o mais impressionante foi o relato de que os caras tinham um show no mitológico Budokan (Japão), mas que teve de ser cancelado devido a uma overdose de Dave, que acarretou-lhe uma parada cardíaca num quarto de hospital. Putz, o cara morreu e foi ressuscitado!!

Emocionante também, mas de outra maneira, foi a descrição do período de composição do "Countdown..." (que é o meu disco favorito da banda, embora o "Rust in Piece" seja o ouro também), segundo David Ellefson: no pátio do estúdio de gravação tinha uma tabela de basquete, e toda vez que os caras voltavam pra tocar, Dave tirava um riff novo (SWEATING BULLETS e SYMPHONY OF DESTRUCTION - aliás, o baixista reproduz com perfeição os riffs, atingindo exatamente as notas da guitarra).

1) Holy Wars
2) Train of Consequences
3) Skin O´ My Teeth e Ashes in Your Mouth
4) Wake Up Dead e The Conjuring
5) Reckoning Day

Bonus Tracks

6) Architecture of Aggression
7) Hook in Mouth

quinta-feira, 8 de janeiro de 2004

Top 5 - Kiss Symphony (Alive IV)

1) Let me go, Rock´n´roll
2) Calling Dr. Love
3) Psycho Circus
4) I Was Made for Lovin´ You
5) Deuce

Eu nunca curti muito CALLING DR. LOVE... mas, a partir dessa versão, comecei a considerar bem mais essa música.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2004

Sobre meninos e lobos

- acompanhado do grande Jonny Dalmagro, pude ver no Cinemark o mais recente filme do mestre Clint Eastwood. Trata-se de um belo filme, que gira em torno de um assassinato, mobilizando as vidas de 3 amigos que encontravam-se afastados desde a infância. O que mais impressionou foi exatamente a direção patrocinada por Clint, num filme em que o aspecto humano é essencial (não há efeitos especiais, ou outras trucagens modernosas, como é usual nos seus filmes). Não entendo nada de direção de filmes, mas neste caso, pareceu-me extremamente cuidadosa e muito bem executada.

O filme é longo (acho que poderia ter acabado uns 10 minutos mais cedo), mas não tira o mérito e a excelência da fita. Ao final do filme, entendo que houve uma homenagem ao falecido Charles Bronson, na cena em que Kevin Bacon aponta o indicador, naquela forma de arma, em direção a Sean Penn, revivendo a última de "Desejo de Matar".

Enfim, é um filme que merece ser visto, e realmente torço para que renda alguns prêmios a Clint, diante do reconhecimento que lhe é devido.

Aproveito para convidar os amigos a visitar o CONTRA LEGEM, para conferir as duas fotos mais recentes que lá se encontram: a do cachorro Toby, e outra do cruzamento da Av. Ipiranga com a Av. Getúlio Vargas (é lá onde estou padecendo dia-a-dia neste verão senegalês).

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