– foi uma noite boa, na qual tudo deu certo. O local é pequeno, mas com boa acústica (não precisamos aumentar muito o volume dos amplis pra tomar conta do bar), e teve bom público. Além de presenças consagradas em shows da Burnin´ Boat – notadamente, Fernando & Vanessa, Ace e Minduim - , o show de sábado ainda foi acompanhado pelo grande Barboza (com qualificadas presenças femininas, que agitaram todo o show da banda do Dioberto – Firewall). A passagem de som, que rolaria às 21:00, na verdade, só ocorreu quase duas horas depois. Tocamos, então, HIGHWAY STAR e WAR PIGS.
Quem se apresentou primeiro foi o projeto capitaneado pelo Bruce, Insight, com versões acústicas de Evanescence, Mr. Big, Christina Aguilera, entre outros. Em seguida, “subiu” ao palco a banda do Dioberto (com Nílton no baixo) – Firewall – com introdução erudita (CARMINA BURANA), apresentando covers clássicos, empolgantes e, sobretudo, infalíveis: YOU GIVE LOVE A BAD NAME, IT´S MY LIFE, COCHISE foram as melhores – teve ainda ROCKIN IN THE FREE WORLD, LIKE A STONE, SMOKE ON THE WATER, ROCK AND ROLL ALL NITE, PLUSH, uma do Pearl Jam que não lembro o nome agora. A banda melhorou consideravelmente em relação ao outro show que eu tinha assistido antes (no aniversário do Dioberto do ano passado, no Guanabara) – estavam todos bem entrosados e ensaiados. Os guitarristas se valeram de invejáveis instrumentos – um com uma Ibanez preta modelo Steve Vai, e outro com uma Ibanez branca modelo Paul Gilbert. O Nílton esteve seguro como sempre, sem deixar de fazer palhaçadas durante todo o set. O Dioberto igualmente esteve bem, até na exigente COCHISE.
A essas alturas eu já estava desolado, pois havia assistido duas bandas tocando repertórios conhecidos, e muito bem ensaiadas. O público do local (pelo menos o pessoal que estava na parte de baixo) não era “metal”, e eu já estava prevendo as pessoas indo embora no meio do nosso show. Ademais, o show só começaria à 1h da manhã, e neste horário, depois de duas (boas) apresentações, realmente, é demasiado acreditar que as pessoas ainda vão ter pique de assistir uma banda tocando um som desconhecido e pesado até o final. Particularmente, prefiro ser uma das bandas intermediárias (mas essa parece ser uma opinião só minha).
Em todo o caso, o show foi um dos melhores da banda. Tocamos o set com erros pequenos, que não atrapalharam o andamento das músicas (eu estava preocupado com WAR PIGS e o começo THE EVIL THAT MEN DO, que não estavam suficientemente bem ensaiadas). Abrimos, então, com WAR PIGS, e fomos bem. Seguimos com BLACK DRESSING SOUL, que teve um belo solo do Cláudio. Essa música ficou bem pesada, e está cada vez mais legal de tocar (realmente acho que foi uma dentro botar a guitar pra acompanhar o baixo nos versos). THE EVIL THAT MEN DO ficou bem empolgante (pra mim, pelo menos). O Cláudio fez o início sozinho, como havíamos combinado pouco antes do show.
Partimos, então, para a afinação dropped-D: NOISE GARDEN ficou muito legal, com peso e andamento perfeitos.
Havíamos combinado, previamente, com o Luciano Gillan que ele cantaria no show duas músicas: ACE´S HIGH e AUNT EVIL (as quais o Dioberto ainda não aprendeu as letras). Só que no momento de tocar HIDDEN, o Dioberto acabou chamando o Gillan ao palco, causando algum tumulto. Tentamos (eu e o Bruce), consertar a situação, pedindo para o Gillan cantar HIDDEN, e depois as outras duas combinadas; só que o Gillan revelou alguma resistência (provavelmente pelo estado etílico), e acabamos tocando ACE´S HIGH mesmo, que ficou muito legal (naquele momento eu toquei o riff de abertura com todo o vigor). Das músicas “novas” (assim entendidas aquelas que não estão no cd “Ignitin´”) essa é a minha favorita.
Ainda incertos quanto a ordem do set, tocamos HIDDEN, pois o Gillan acabou concordando em cantar essa. Mas aí o Dioberto voltou ao palco, e dividiram o vocal. Rolou tudo certo na jam do meio da música: riff White Stripes e o início de THE NUMBER OF THE BEAST (erramos comicamente o final). Essa versão de HIDDEN, na qual o Bruce muda o clima da música - ora aceleradíssimo, no estilo Lars Ulrich dos primeiros discos & St. Anger, ora stoner, somando-se a isso o refrão mais calmo tipo em algumas do System of a Down, onde há mudança brusca de andamento – é realmente bem interessante, e muito pesada.
Novamente só com o Gillan tocamos AUNT EVIL, que eu curti bastante. Acho que isso tudo mostra que o Luciano não perdeu o entrosamento que sempre tivemos (eu, ele e o Bruce), e tudo sempre dará certo quando todos lembrarem de suas partes nas músicas – ensaios são até desnecessários quando todos conhecem bem as músicas. Tanto é que ele cantou essas três sem nenhum ensaio, e se saiu bem.
De volta à afinação normal, tivemos o acréscimo qualificadíssimo do tecladista Vinícius (da banda Worldengine do Bruce), que se mostrou um verdadeiro Jordan Ruddess (tanto musicalmente, quanto na performance). Tocamos, então, BURN. Abdiquei do meu solo em seu favor, causando uma inusitada situação: o tecladista tocou o solo do Blackmore e o guitarrista, o do Jon Lord. Quem nos conhece sabe que isso é perfeitamente explicável. Em seguida tocamos HUNTING HIGH AND LOW, que ficou bem legal – achei muito melhor com o teclado acompanhando aquele riffzinho do começo. Nessas duas músicas eu me senti bastante seguro com o tecladista, o que sempre acontece quando há um músico de exceção tocando ao lado.
Já exausto (e com forte dor de cabeça), deixei o palco para os outros fazerem a jam que entendessem devida. PERFECT STRANGERS ficou muito boa. Tocaram várias ainda: WASTING LOVE, THE TOWER (com o Gillan), entre outras. Mesmo assim, fiquei até o final, pois meu equipamento havia sido requisitado e deveria estar lá disponível para quem quisesse tocar. O Dioberto, que havia orquestrado a jam, saiu logo no começo, o que me causou espécie. Certamente, um dos melhores momentos da jam foi CONFORTABLY NUMB, e gostei da hora em que o Nilton cantou alguns versos. A música teve dois solos de guitar: no primeiro, Cláudio se mostrou hesitante (acho que não era esse o solo que ele costumava tocar na Hard Times, ou outra banda/projeto em que esteve envolvido), mas no segundo solo ele tocou com firmeza e até algum feeling.
Foi uma bela noite, e agradeço a todos os que se fizeram presentes, especialmente ao grande Barboza (e suas alegres amigas – têm que levar elas em todos os shows!), e à Vanessa, que tomou conta da minha máquina para as fotos (só que a máquina não está comigo: ou não me foi devolvida – o que eu espero tenha ocorrido; quero crer que ela está segura nas mãos da Vanessa/Fernando/algum conhecido - , ou ficou esquecida no local, caso não tenha sido encontrada pelo Bruce). Burn the boats!
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