
Essa turnê tinha como propósito (o qual ainda não consigo entender exatamente) de recriar a lendária "World Slavery Tour", de 1985, na qual a banda divulgava o fenomenal "Powerslave", e para isso a banda tocou grande parte do set list da época e formatou o palco de forma similar à de 23 anos atrás. Logo no início dessa "Somewhere Back in Time Tour" foi lançada uma coletânea e o próprio DVD oficial do "Live After Death". Agora podemos ver e ouvir os registros dessa turnê de 2008 que passou por Porto Alegre (estive lá, como tantos, no emocionante show de 04.03.2008, não sem exagero um dos melhores shows da história da cidade). Além disso, da turnê resultou o documentário "Flight 666", que até ficou em cartaz por algumas semanas (ainda não assisti, o DVD foi lançado simultaneamente, então é uma questão de tempo). O nome do documentário faz referência ao fato de que a banda se deslocou entre as cidades durante a turnê pelo avião "Ed Force One" pilotado pelo próprio Dickinson (como se sabe, o cara é esgrimista e também piloto). O show em São Paulo acabou se notabilizando por contar com o maior público da banda (sem contar os festivais).
Honestamente, preferia algo que contivesse músicas que ainda não tivessem constado de outros cds ao vivo (apenas "Moonchild" e "Wasted Years" são novidades), bem como alguma novidade no set list (sempre previsível com a maior parte das músicas sendo executadas obrigatoriamente). Mas ouvindo apenas uma vez "Flight 666" (e algumas vezes depois disso) constato que se trata de um registro único e muito bem feito de músicas que - segundo as palavras de Steve Harris no encarte do cd - não mais serão apresentadas ao vivo (provavelmente é o caso de "Revelations" e "Rime of the Ancient Mariner", e com sorte será o caso de "Iron Maiden").
Do set list, que desta vez não é apresentado como se fosse de um show só (há fade in e fade out em todas as faixas, e não constam as falas de Dickinson entre uma música e outra), destaco "Aces High" (muito emocionante o refrão, com as guitarras executando aqueles fáceis e bem posicionados power chords, e o público cantando junto com Dickinson, além de que o próprio vocalista tomou algumas liberdades com a melodia que ficaram muito legais), "Moonchild" (nunca foi das minhas favoritas, mas essa versão ao vivo ficou matadora e muito superior a de estúdio, com Adrian Smith tocando com todos os delays possíveis aquela melodia de abertura; particularmente entendo que a versão que eles tocaram aqui em Porto Alegre ficou melhor do que Porto Rico que eles usaram nesse disco), "Powerslave" (pela presença dos teclados no refrão e pelo timbre das guitarras, bem evidenciado no perfeitamente afinado acorde Em que precede a parte com dedilhado e guitarras limpas e solos inspirados após o segundo refrão). Também achei melhor e mais pesada - e mais emocionante - a versão de "Rime of the Ancient Mariner" apresentada por aqui ao invés da apresentada em New Jersey que eles escolheram para o disco).
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