terça-feira, 9 de setembro de 2003

Primeira audição - "Angels Cry" do ANGRA

- motivado pelos comentários positivos do André Nodari, e da recente polêmica Edu Falaschi (angra) versus Penélope Nova (pegadinha do André Matos), resolvi comprar o "Angel´s Cry" do Angra (10 pila na Multisom). Eu já havia alugado esse cd umas quantas vezes, e baixado mp3 outras tantas. Mas sempre esbarrava no vocal insuportável do André Matos, sempre mais destacado em relação aos outros instrumentos. Dessa vez fui mais condescendente - tô pensando até em comprar o "Holy Land".

UNFINISHED ALLEGRO é um teminha orquestrado do vocalista, que é bem legal até. CARRY ON é talvez a música mais clássica da banda. E é boa mesmo - não fosse os falsetos eu iria curtir até bem mais. Tem várias partes razoavelmente interessantes, mas o virtuosismo é um pouco exacerbado. Tenho preferência por solos levemente improvisados - solos planejados nota por nota são meio maçantes; e esse é o caso aqui, e no resto do disco (e na carreira da banda, de modo geral).

TIME começa meio devagar, parece que vai ser uma música chata, mas acaba se tornando interessante. Tem uma levada hard rock no riff, e uns tempos quebrados lá pelo meio e no final.

ANGEL´S CRY é uma bela música. Tem aquele estilo épico de TIME OF THE OATH (a música, do Helloween). Começa com as guitarras tocando a melodia do refrão. O riff dos versos é muito legal e o vocal é contido - funcionou muito bem. Tem uma paradinha com intenção egito/arábia. O único 'porém' é a presença dum dos 'capricio' do PAGANINI, que é bem conhecido, e todos os músicos de heavy melódico adoram tocar (ROLAND GRAPOW e YNGWIE MALMSTEEN também gravaram o mesmo trecho - tem ainda outra banda, mas não lembro). Sem contar ainda uma rápida citação de "Eine kleine Nachmuzik" do MOZART, que não acrescenta nada à composição (a música é boa, não precisa tanto penduricalho).

STAND AWAY é extremamente sacal - André Matos dá uma aula de aporrinhação.

NEVER UNDERSTAND começa com um baião - depois as tradicionais correrias.
Tem solo de baixo(!). No final tem uns solos de guitarra bem intensos e legais.

WUTHERING HEIGHTS eu me demito de qualquer comentário. Ficou legal como cover, mas era realmente necessário mostrar que o cara atinge registros femininos? Fez-me lembrar o "cantor" aquele do Big Brother.

STREETS OF TOMORROW começa muito legal, com um riff pesado e vigoroso. Depois segue uns riffs sincopados. É uma boa música, com partes interessantes.

EVIL WARNING começa com vocais sobrepostos, estilo QUEEN. E segue a correria... e os teminhas (dobrados nas guitarras) também. Lá pelo meio tem um solo de baixo, com uma base que remete a sons nordestinos. Segue um solo de guitar, entremeado com teminhas, com uma base meio grandiloqüente, que me pareceu algo influenciado por YES. É uma verdadeira salada, seguida de interlúdios no estilo PAGANINI (ele de novo). Parece uma música desavergonhadamente tirada do KEEPER OF THE SEVEN KEYS (do HELLOWEEN), mas que funciona bem, dentro do estilo do disco.

LASTING CHILD tem 2 partes. Começa com piano e voz. Muita gritaria nessa hora. A 1a parte é realmente insuportável. Já a 2a parte é um pouco mais interessante - começa com um violão clássico, acompanhado de um dispensável teclado. Evolui para um tema repetido por quase 2 minutos até o final.

Na versão que eu comprei tem ainda 3 bônus - EVIL WARNING (com vocal diferente - mais contido e muito parecido com Michael Kiske, ficou muito melhor), ANGEL´S CRY e CARRY ON, as duas últimas remixadas - a bateria parece mais "in your face". A primeira ganhou ainda uns enfeites que quase arruinam o riff massa. Em CARRY ON parece que os teclados ganharam um pouco mais de destaque, em prejuízo do baixo e das guitars.

Enfim, ANGEL´S CRY tem bons momentos, algumas boas músicas, mas no final é mais uma sólida e viva demonstração que André Matos realmente cortou as bolas pra cantar de um jeito tal, que nem Michael Kiske canta.

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