A Madsound sempre teve excelentes cds para locação. E na primeira metade dos anos 90, em que os preços eram muito baixos e ainda tinha a promoção leve-5-e-fique-por-uma-semana, eu costumava alugar alguns cds pelo nome ou pela capa, "só para conhecer". Essa técnica (tentativa e erro) foi decisiva para descobrir muitas bandas, que merecerão comentários em posts vindouros.
No caso desse MD. 45, o dono da Madsound foi quem indicou: "Esse é um projeto paralelo do Dave Mustaine, com um vocal parecido com o Blaze Bailey". Geralmente, as "dicas" não davam certo, mas esse caso foi uma exceção. Lembro do dia em que eu realmente gostei desse disco - foi numa viagem de ônibus, voltando de Caxias ou Gramado.
Todas as músicas desse disco são muito simples e diretas, no melhor estilo das bandas que fazem músicas simples e diretas. O vocal, de fato, é muito parecido com o do Blaze Bailey - e, nesse caso, isso não é ruim. E a simplicidade das músicas não impede o aparecimento de alguns riffs e algumas soluções musicais muito interessantes, todas obra do Sr. Mustaine. Em regra, todas as músicas contêm alguma boa dose de criatividade - mesmo quando achamos que há algo simples demais (um riff, ou um verso), sempre há, logo após, algo de muito bom e criativo.
Gosto muito da bateria - em todas as músicas as levadas são legais (não é por acaso que Mustaine chamou Jimmy DeGrasso, posteriormente, para substituir Nick Menza). Aliás, já havia ficado muito bem impressionado com esse baterista quando a MTV mostrou o show do Suicidal Tendencies no Monsters of Rock de 1994 em São Paulo. O cara não se limita a acompanhar as músicas; e ele não desperdiça o nosso ouvido com levadas "diferentes" só para ser "diferente". Todas as levadas e rolos de bateria são cruciais e muito bem colocados, incrementando os riffs. Enfim, nesse disco o baterista é um aliado da música (e, por seqüência, da guitarra, que é o que direciona a música).
MD 45 é em tudo diferente do Megadeth. Não há solos. Apenas alguns riffs poderiam aparecer em algum cd do Megadeth. É o caso da melhor música, NO PAIN. Outra excelente é THE CREED, com o riff simulando um trem. HELL´S MOTEL, DAY THE MUSIC DIED, DESIGNER BEHAVIOR e VOICES são todas brilhantes.
A essencialidade do MD 45 reside, então, nesses fatores: (a) bons riffs, boas músicas; (b) excelente participação do baterista em todas as músicas; (c) belo som de baixo (gorduroso).
Esse álbum foi relançado em 2004, remasterizado e com os vocais de Mustaine (achei muito inferiores aos de Ving Lee em todas as músicas).
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