THE ETERNAL IDOL foi um dos últimos álbuns do Black Sabbath que eu tomei contato. Durante anos eu assumi a antipatia e o desprezo que muitos (v.g., Gastão da MTV, revistas como Top Rock, Rock Brigade) nutriam em relação aos discos da banda nas fases pós Ozzy ou Dio. Aos poucos, no entanto, a partir de 1998, fui me familiarizando com esses discos da década de 80/90, na idéia de formar uma coletânea com as melhores músicas da época. Acabei descobrindo grandes álbuns, e decidi por destacar neste espaço o THE ETERNAL IDOL.
Tirante a questão da musicalidade, sempre achei muito instigante o aspecto histórico que envolve certas bandas e certos discos. No caso do Sabbath, e deste ETERNAL IDOL, a fase da banda é abolutamente obscura, notadamente pela descontinuidade das formações, e pela pouca informação que temos da época. Sabemos que o disco seria gravado com Ray Gillen nos vocais. Sabemos também que as gravações foram coordenadas por 3 produtores diferentes, bem como de que 2 baixistas foram utilizados. Aparentemente, Eric Singer foi o baterista. Esse amálgama de questões mais ou menos nebulosas acrescenta um ingrediente que eu considero bastante - cada informação nova torna o disco ainda mais excitante, e, conseqüentemente, essencial.
Em que pesem todas essas colocações, talvez o fato fundamental de ETERNAL IDOL seja a participação de Ray Gillen nas gravações. O bootleg THE RAY GILLEN YEARS, que eu encontrei na Stoned Discos, contém todas as músicas do ETERNAL IDOL (mais algumas ao vivo, da turnê do Seventh Star). Esses registros com Ray Gillen realmente me impressionaram; acredito que são o mais próximo dos vocais que eu considero perfeitos. A voz do cara é magnífica, e aparentemente ele não emprega muito esforço para alcançar notas altíssimas, sem prejuízo de intensa emoção. Tony Martin, na versão oficial de ETERNAL IDOL, reproduz com algum sucesso as linhas vocais de Gillen, mas sem a mesma empatia.
A influência de Ray Gillen foi tamanha que eu me vi compondo uma letra (Heal my Soul) com base na métrica dos versos e na linha vocal de ANCIENT WARRIOR, para ser cantada sobre um riff que eu havia composto (levemente "influenciado" por Junkyard Dog do Winger).
Nota-se que a essencialidade de ETERNAL IDOL reside menos no Black Sabbath e nos riffs de Tony Iommi do que na participação de Ray Gillen na pré-gravação do disco. Mas tal constatação não autoriza qualquer desmerecimento em relação às músicas propriamente ditas. Há pelo menos uma música espetacular - THE SHINING (esta sim, ficou bem melhor com Gillen do que com Tony Martin). Mas as outras músicas também são boas, e não há nada que justifique a obscuridade em que este disco foi submetido que não seja a fase tormentosa pela qual o Sabbath passou durante a sua gravação e posterior turnê.
3 comentários:
Hard Life To Love tbm é uma música mt boa !
Hard Life To Love tbm é mt boa !
Sim, é uma baita música !
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