Sobre este álbum eu já fiz uma resenha (em julho/2003), de modo que as influências musicais e a correlata essencialidade podem ser lá melhor visualizadas. Aqui, porém, o enfoque é outro.
Durante a minha infância ouvi de meus pais que Rick Wakeman era um grande tecladista. E eu sempre tive isso em mente quando comecei a descobrir bandas de rock, no começo dos anos 90. Mas Yes foi uma banda complicada: na época não era fácil ler em revistas ou ver na TV (os meios de comunicação disponíveis) algo que encorajasse a ouvir Yes - pelo contrário, era lugar comum as queixas quanto à grandiloqüencia das composições.
As coisas mudaram positivamente quando a Hadige, em 1995, me apresentou ao Dream Theater (Images and Words). Na ocasião fiquei bem impressionado, principalmente pela bateria e depois pela guitarra, mas só alguns meses depois, quando ouvi com total atenção a banda (Images and Words e Awake), pude perceber que aquele som - metal + progressivo - era inédito: ninguém fazia e ninguém jamais fizera. O fato é que a partir daí é que eu pude começar a entender o som das bandas progressivas, o que me encorajou a comprar nas Americanas (por R$ 12´90, em 98, eu acho) o FRAGILE do Yes. Todavia, deixei-o de canto, pois era difícil de ouvir certas coisas como o "la-la-la" do Jon Anderson em ROUNDABOUT, bem como em WE HAVE HEAVEN.
Meses depois, acho que já em 1999, resolvi escutar com calma esse FRAGILE. E, finalmente, descobri um grande álbum. Imediatamente, levei o cd num almoço na casa da Carol pra mostrar pro Bruce: "Olha o som que esses caras fazem!!! Olha que baterista animal!". A partir daí fui atrás de tudo o que pude ouvir e ver de Yes. Papel importante, nessa época, foram os documentários em vhs que tinham na TV3 vídeo. E, como não poderia deixar de ser, fiquei muito interessado nas fases obscuras da banda, de onde resultaram os álbuns RELAYER (1976) e DRAMA (1980).
O primeiro (RELAYER), em particular, pois a banda estava no auge da sua carreira, e enfrentando problemas sérios entre os seus integrantes. Disso resultou a saída de Rick Wakeman e a entrada do desconhecido Patrick Moraz. Aí reside a essencialidade do disco: a participação (de qualidade) de Moraz, aliada a uma música de 20 minutos fantástica (THE GATES OF DELERIUM), sem contar o fato de que os outros músicos estavam na melhor forma musical. GATES OF DELIRIUM conta com as melhores linhas de bateria que eu já ouvi - extremamente fluidas, apesar de geralmente inseridas em tempos bizarros (odd time meter). E após a "batalha" no meio da música, há um momento de calmaria e beleza incríveis (editada e posteriormente lançada em forma de single sob o nome de SOON).
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