É possível dizer que todas as boas bandas de rock receberam um cd tributo produzido seja pelos caras da Schrapnel, seja pelo Bob Kulick. Achei o tributo ao Queen na extinta CD Express, em meados de 1999/2000, e levei para casa pela enorme quantidade de artistas conhecidos e bons como Glenn Hughes, James Labrie, Marty Friedman, Chris Impellitteri, John Petrucci, Jeff Scott Soto, Eric Singer, entre muitos outros. Uma das melhores versões era de uma música que ainda desconhecida para mim na época: “Keep Yourself Alive”. O Yngwie Malmsteen se aproveitou muito bem do riff com a 6.ª corda solta e gravou uma versão cavalar, acompanhado do competente Mark Boals. Na TV3 tinha um VHS com a apresentação do Queen no primeiro Rock in Rio de 1985 e pude conferir a performance da banda tocando a mesma faixa.
Assim, resolvi procurar o cd em que contivesse essa faixa, e quando as Americanas ofereceram o cd por um preço muito convidativo, resolvi arriscar. Trata-se do primeiro cd da banda, entitulado simplesmente “Queen”, e “Keep Yourself Alive” é a primeira faixa. É evidente que a versão original não tem o mesmo peso da versão cover de Y. Malmsteen, mas a música é muito boa (riff legal, letra bem escrita e bem cantada, refrão marcante), acompanhada no disco por uma porção de outros rocks, dentre os quais “Liar”, já conhecida por constar de um VHS com várias apresentações da banda, de várias épocas.
Mas o que me surpreendeu foi a variedade das músicas, imprimindo desde já uma marca da banda, conquanto seja tranqüilo dizer que esse primeiro disco não distoa do som que bandas britânicas de hard rock faziam na época (o peso das guitarras denuncia isso claramente). As músicas desse disco têm muitas partes, e em geral se pode perceber a tendência do grupo para compor em vários estilos diferentes. Pelo que li do Wikipedia, o disco foi gravado com pouco tempo e orçamento, e assim só a partir do disco seguinte as características da banda realmente ficariam evidentes.
sexta-feira, 28 de março de 2008
quarta-feira, 26 de março de 2008
Formula 1 - GP da Malásia (2.ª etapa, 23.03.2008, 4h)
Depois do resultado desastroso na etapa inicial da temporada 2008, os pilotos da Ferrari (e a própria equipe) foram bastante pressionados durante a semana prévia ao GP da Malásia, afinal a escuderia conta com o atual campeão do mundo e com um postulante direto ao título deste ano. No nosso modo de encarar a competição, é evidente que as atenções recaem sobre os brasileiros, e acompanhamos detalhadamente a campanha do Massa, contra o qual já se disse que poderia dar lugar a Vettel (ou até a Alonso) na temporada de 2009. Então, tudo indica que esse ano é tudo ou nada para Massa, e a corrida em Kuala Lumpur seria a oportunidade para o cara deslanchar.
Vi o primeiro treino livre, e neste assim como nos demais, o brasileiro não decepcionou e andou forte o tempo todo, eventualmente conquistando a pole position no treino classificatório (que eu não acompanhei), seguido de Raikkonen e Kubitza (Kovalainen e Hamilton perderam cinco posições cada por terem prejudicado a volta rápida de Alonso e Heidfeld - valeu Giba). Barrichello e Piquet alinharam no meio do pelotão, com seus respectivos companheiros de equipe mais a frente.
Na largada, Massa teve de fazer uma manobra sobre Raikkonen para não perder a primeira posição logo na primeira curva. Hamilton pulou de 9.º para 5.º. Glock abandonou ainda na volta inaugural, assim como Bourdais, e Rosberg chocou-se com Vettel. Ainda nas primeiras voltas, Heidfeld promoveu uma espetacular ultrapassagem sobre Coulthard e Alonso, simultaneamente (Alonso abriu para passar pelo escocês pela direita, e o alemão manobrou para a esquerda passando os dois e retardou a freada na curva). Os ferraristas trocavam voltas mais rápidas, e Massa não conseguiu abrir muita distância sobre Raikkonen, perdendo, assim, a liderança no primeiro pit stop. O finlandês disparou, e o brasileiro acabou errando na metade da corrida: rodou e parou na caixa de brita, abandonando o GP.
Pessoalmente, perdi o interesse em acompanhar o resto da corrida pois sabia que as posições dificilmente se alterariam a partir dali. Assim, faltando 20 voltas, resolvi me recolher pois enfrentaria a estrada poucas horas depois. E não deu outra: o finlandês conquistou a primeira vitória na temporada para a Ferrari e deposita sobre os ombros de Massa uma carga maior de pressão, que não estou certo se o brasileiro é capaz de suportar. Kubitza e Kovalainen completaram o pódio, e destaco a boa abertura de temporada do finlandês da McLaren, que vem andando forte, no mesmo ritmo do Hamilton, que finalizou em 5.º e lidera o campeonato.
Malaysian Grand Prix Results - 23 March 2008 - 56 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 56 1h31m18.555
2. Robert Kubica Poland BMW Sauber 56 19.570
3. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 56 38.450
4. Jarno Trulli Italy Toyota 56 45.832
5. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 56 46.548
6. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 56 49.833
7. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 56 1m08.130
8. Fernando Alonso Spain Renault 56 1m10.041
9. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 56 1m16.220
10. Jenson Button Britain Honda 56 1m26.214
11. Nelson Piquet Brazil Renault 56 1m32.202
12. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 55 1 Lap
13. Rubens Barrichello Brazil Honda 55 1 Lap
14. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 55 1 Lap
15. Anthony Davidson Britain Super Aguri-Honda 55 1 Lap
16. Takuma Sato Japan Super Aguri-Honda 54 2 Laps
17. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 54 2 Laps
R Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 39 Hydraulics
R Felipe Massa Brazil Ferrari 30 Spin
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 5 Hydraulics
R Timo Glock Germany Toyota 1 Damage
R Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 0 Spin
FASTEST LAP: Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 55 1:35.366
Standings
Final 2008 points standings (after 2 rounds)
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 14
2. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 11
NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 11
4. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 10
5. ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 8
6. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 6
FERNANDO ALONSO Spain Renault 6
8. JARNO TRULLI Italy Toyota 5
9. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 3
10. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 2
MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 2
CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. MCLAREN-MERCEDES 24
2. BMW SAUBER 19
3. FERRARI 11
4. WILLIAMS-TOYOTA 9
5. RENAULT 6
6. TOYOTA 5
7. TORO ROSSO-FERRARI 2
RED BULL-RENAULT 2
Vi o primeiro treino livre, e neste assim como nos demais, o brasileiro não decepcionou e andou forte o tempo todo, eventualmente conquistando a pole position no treino classificatório (que eu não acompanhei), seguido de Raikkonen e Kubitza (Kovalainen e Hamilton perderam cinco posições cada por terem prejudicado a volta rápida de Alonso e Heidfeld - valeu Giba). Barrichello e Piquet alinharam no meio do pelotão, com seus respectivos companheiros de equipe mais a frente.
Na largada, Massa teve de fazer uma manobra sobre Raikkonen para não perder a primeira posição logo na primeira curva. Hamilton pulou de 9.º para 5.º. Glock abandonou ainda na volta inaugural, assim como Bourdais, e Rosberg chocou-se com Vettel. Ainda nas primeiras voltas, Heidfeld promoveu uma espetacular ultrapassagem sobre Coulthard e Alonso, simultaneamente (Alonso abriu para passar pelo escocês pela direita, e o alemão manobrou para a esquerda passando os dois e retardou a freada na curva). Os ferraristas trocavam voltas mais rápidas, e Massa não conseguiu abrir muita distância sobre Raikkonen, perdendo, assim, a liderança no primeiro pit stop. O finlandês disparou, e o brasileiro acabou errando na metade da corrida: rodou e parou na caixa de brita, abandonando o GP.
Pessoalmente, perdi o interesse em acompanhar o resto da corrida pois sabia que as posições dificilmente se alterariam a partir dali. Assim, faltando 20 voltas, resolvi me recolher pois enfrentaria a estrada poucas horas depois. E não deu outra: o finlandês conquistou a primeira vitória na temporada para a Ferrari e deposita sobre os ombros de Massa uma carga maior de pressão, que não estou certo se o brasileiro é capaz de suportar. Kubitza e Kovalainen completaram o pódio, e destaco a boa abertura de temporada do finlandês da McLaren, que vem andando forte, no mesmo ritmo do Hamilton, que finalizou em 5.º e lidera o campeonato.
Malaysian Grand Prix Results - 23 March 2008 - 56 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 56 1h31m18.555
2. Robert Kubica Poland BMW Sauber 56 19.570
3. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 56 38.450
4. Jarno Trulli Italy Toyota 56 45.832
5. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 56 46.548
6. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 56 49.833
7. Mark Webber Australia Red Bull-Renault 56 1m08.130
8. Fernando Alonso Spain Renault 56 1m10.041
9. David Coulthard Britain Red Bull-Renault 56 1m16.220
10. Jenson Button Britain Honda 56 1m26.214
11. Nelson Piquet Brazil Renault 56 1m32.202
12. Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 55 1 Lap
13. Rubens Barrichello Brazil Honda 55 1 Lap
14. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 55 1 Lap
15. Anthony Davidson Britain Super Aguri-Honda 55 1 Lap
16. Takuma Sato Japan Super Aguri-Honda 54 2 Laps
17. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 54 2 Laps
R Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 39 Hydraulics
R Felipe Massa Brazil Ferrari 30 Spin
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 5 Hydraulics
R Timo Glock Germany Toyota 1 Damage
R Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 0 Spin
FASTEST LAP: Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 55 1:35.366
Standings
Final 2008 points standings (after 2 rounds)
DRIVERS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT POINTS
1. LEWIS HAMILTON Britain McLaren-Mercedes 14
2. KIMI RAIKKONEN Finland Ferrari 11
NICK HEIDFELD Germany BMW Sauber 11
4. HEIKKI KOVALAINEN Finland McLaren-Mercedes 10
5. ROBERT KUBICA Poland BMW Sauber 8
6. NICO ROSBERG Germany Williams-Toyota 6
FERNANDO ALONSO Spain Renault 6
8. JARNO TRULLI Italy Toyota 5
9. KAZUKI NAKAJIMA Japan Williams-Toyota 3
10. SEBASTIEN BOURDAIS France Toro Rosso-Ferrari 2
MARK WEBBER Australia Red Bull-Renault 2
CONSTRUCTORS CHAMPIONSHIP POSITIONS:
POS CONSTRUCTOR POINTS
1. MCLAREN-MERCEDES 24
2. BMW SAUBER 19
3. FERRARI 11
4. WILLIAMS-TOYOTA 9
5. RENAULT 6
6. TOYOTA 5
7. TORO ROSSO-FERRARI 2
RED BULL-RENAULT 2
terça-feira, 18 de março de 2008
Livro - A Love Supreme
Parece-me que vem bem a calhar um livro dedicado a um clássico do jazz (funcionando como uma espécie de manual para audição) para um não iniciado no assunto como eu. Isso porque tenho a maior dificuldade de ouvir um som como o jazz, especialmente o que se produziu nos anos 1950 e 1960, no qual os instrumentos de sopro são os dominantes, e não há – em regra - espaço para guitarras (menos ainda para guitarras com distorção...). Afinal, onde estão os "riffs", os "versos" ou o "refrão"? Não raro parece uma longa sessão de solos sobre uma base contínua.
Desde sempre ouvi falar muito bem de jazzistas como John Coltrane e Miles Davis: li entrevistas com Santana e Kirk Hammett, nas quais se descrevem como os respectivos solos são de certa forma influenciados por esses saxofonistas e trompetistas. Tentei mesmo ouvir alguma coisa, mas o mais perto que cheguei do jazz foi a partir da experiência que tive com a Mahavishnu Orchestra de John McLaughlin: só que aí se trata de fusion (ou jazz fusion), remotamente vinculado ao jazz de Coltrane.
Numa revista de grande circulação nacional li a respeito do lançamento de um livro sobre “Kind of Blue”, um dos clássicos de Miles Davis. Li algumas páginas e, por razões exógenas, encostei o livro na estante. Mais recentemente, outro livro do mesmo autor (Ashley Kahn) foi lançado, desta vez sobre “A Love Supreme”, obra-prima de John Coltrane. Terminei de ler os dois livros no mês passado, o segundo antes do primeiro.
“A Love Supreme”, o livro, é mais abrangente que “Kind of Blue”, pois funciona quase como uma biografia de Coltrane – há espaço para a infância do músico, o seu desenvolvimento, apogeu e falecimento. Além disso, tudo (?!) é motivo para destaque, como o estúdio em que foi gravado o disco, o produtor, o executivo da gravadora, etc. Há muitas referências a depoimentos de instrumentistas que vivenciaram a época (na parte final essa leitura se torna cansativa). Mas a melhor parte é a descrição das sessões de gravação das faixas. A tarefa do escritor restou facilitada pelo fato de que não foram utilizadas muitas fitas para gravação do disco, havendo pouco mais do que os takes que foram utilizados no álbum para os comentários.
Mesmo assim, esse recurso de abrir um capítulo para comentar todos os takes das composições se mostrou muito proveitoso. No livro não há economia de referências à espiritualidade de Coltrane e do disco; o mais relevante, parece-me, foi o que se disse a respeito da prática constante (o cara estava sempre aprendendo novas escalas e se exercitando – musicalmente - o tempo todo) e de como essa espiritualidade influenciou a composição das músicas. Se as palavras do autor estiverem corretas, é lícito concluir que o tenorista se encontrava no apogeu criativo e não se poderia esperar outra coisa que não uma obra-prima. Uma passagem bastante expressiva é a que reproduz uma declaração de Coltrane, na qual se disse que o cara podia reconhecer, de ouvido, um acorde de sol menor com sétima (pg. 191 - "Jamais pensei se eles entendem ou não o que toco... não precisa ser entendido. Afinal, eu mesmo adorava música muito antes de poder identificar um acorde de sol menor com sétima") – é triste admitir que essa habilidade (de identificar o acorde), definitivamente, eu não possuo.
O autor se ocupa, ainda, da fase posterior ao lançamento do disco, e aí aparece um daqueles fatos que aprecio muito saber, que é o de que poucas vezes as músicas do disco foram executadas ao vivo. Aí reside um certo mistério, o de saber por que razão esse disco tão clássico (resultado de um ápice criativo do tenorista) não foi executado regularmente nas suas apresentações ao vivo. Eventualmente o cara veio a falecer, e aí todo o tipo de suposição pode ser feita (tipo, que o cara se dedicou a lançar um álbum com composições imortais, sabendo que ele próprio estava com grave doença). É mais ou menos o mesmo tipo de curiosidade que me desperta a respeito de um álbum do Kiss (o “Creatures of the Night”, um dos meus favoritos), que teve pouca resposta do público na época, não contou com a participação de Ace Frehley nas gravações (um dos melhores exercícios é o de tentar adivinhar os guitarristas que registraram os solos de guitarra), mas tem o melhor som de bateria num disco de rock e conta com alguns dos maiores clássicos da banda (a faixa-título, “I Love it Loud”, “War Machine”, “I Still Love You”).
Ainda não encontrei o disco com preço adequado, de maneira que a audição ainda resta prejudicada e restrita a eventuais mp3 (o início de “Aknowledgment” parece corresponder a tudo o que foi dito de bom pelo autor). Situação diversa se deu com “Kind of Blue”, ao qual dedicarei o próximo tópico.
Desde sempre ouvi falar muito bem de jazzistas como John Coltrane e Miles Davis: li entrevistas com Santana e Kirk Hammett, nas quais se descrevem como os respectivos solos são de certa forma influenciados por esses saxofonistas e trompetistas. Tentei mesmo ouvir alguma coisa, mas o mais perto que cheguei do jazz foi a partir da experiência que tive com a Mahavishnu Orchestra de John McLaughlin: só que aí se trata de fusion (ou jazz fusion), remotamente vinculado ao jazz de Coltrane.
Numa revista de grande circulação nacional li a respeito do lançamento de um livro sobre “Kind of Blue”, um dos clássicos de Miles Davis. Li algumas páginas e, por razões exógenas, encostei o livro na estante. Mais recentemente, outro livro do mesmo autor (Ashley Kahn) foi lançado, desta vez sobre “A Love Supreme”, obra-prima de John Coltrane. Terminei de ler os dois livros no mês passado, o segundo antes do primeiro.
“A Love Supreme”, o livro, é mais abrangente que “Kind of Blue”, pois funciona quase como uma biografia de Coltrane – há espaço para a infância do músico, o seu desenvolvimento, apogeu e falecimento. Além disso, tudo (?!) é motivo para destaque, como o estúdio em que foi gravado o disco, o produtor, o executivo da gravadora, etc. Há muitas referências a depoimentos de instrumentistas que vivenciaram a época (na parte final essa leitura se torna cansativa). Mas a melhor parte é a descrição das sessões de gravação das faixas. A tarefa do escritor restou facilitada pelo fato de que não foram utilizadas muitas fitas para gravação do disco, havendo pouco mais do que os takes que foram utilizados no álbum para os comentários.
Mesmo assim, esse recurso de abrir um capítulo para comentar todos os takes das composições se mostrou muito proveitoso. No livro não há economia de referências à espiritualidade de Coltrane e do disco; o mais relevante, parece-me, foi o que se disse a respeito da prática constante (o cara estava sempre aprendendo novas escalas e se exercitando – musicalmente - o tempo todo) e de como essa espiritualidade influenciou a composição das músicas. Se as palavras do autor estiverem corretas, é lícito concluir que o tenorista se encontrava no apogeu criativo e não se poderia esperar outra coisa que não uma obra-prima. Uma passagem bastante expressiva é a que reproduz uma declaração de Coltrane, na qual se disse que o cara podia reconhecer, de ouvido, um acorde de sol menor com sétima (pg. 191 - "Jamais pensei se eles entendem ou não o que toco... não precisa ser entendido. Afinal, eu mesmo adorava música muito antes de poder identificar um acorde de sol menor com sétima") – é triste admitir que essa habilidade (de identificar o acorde), definitivamente, eu não possuo.
O autor se ocupa, ainda, da fase posterior ao lançamento do disco, e aí aparece um daqueles fatos que aprecio muito saber, que é o de que poucas vezes as músicas do disco foram executadas ao vivo. Aí reside um certo mistério, o de saber por que razão esse disco tão clássico (resultado de um ápice criativo do tenorista) não foi executado regularmente nas suas apresentações ao vivo. Eventualmente o cara veio a falecer, e aí todo o tipo de suposição pode ser feita (tipo, que o cara se dedicou a lançar um álbum com composições imortais, sabendo que ele próprio estava com grave doença). É mais ou menos o mesmo tipo de curiosidade que me desperta a respeito de um álbum do Kiss (o “Creatures of the Night”, um dos meus favoritos), que teve pouca resposta do público na época, não contou com a participação de Ace Frehley nas gravações (um dos melhores exercícios é o de tentar adivinhar os guitarristas que registraram os solos de guitarra), mas tem o melhor som de bateria num disco de rock e conta com alguns dos maiores clássicos da banda (a faixa-título, “I Love it Loud”, “War Machine”, “I Still Love You”).
Ainda não encontrei o disco com preço adequado, de maneira que a audição ainda resta prejudicada e restrita a eventuais mp3 (o início de “Aknowledgment” parece corresponder a tudo o que foi dito de bom pelo autor). Situação diversa se deu com “Kind of Blue”, ao qual dedicarei o próximo tópico.
domingo, 16 de março de 2008
Formula 1 - GP da Austrália (1.ª etapa, 16.03.2008, 1h30min)
Depois da última corrida da temporada passada, que decidiu o título de pilotos em favor do Raikkonen, acompanhei os preparativos para 2008 pelas conversas com o Gilberto. As mudanças são basicamente as que ocorrem todo o ano: novos pilotos (Bourdais, Piquet, Nakajima); nova equipe (Force India); pilotos que trocaram de equipe (Alonso voltou para Renault, Fisichella foi parar na Force India, Kovalainen ingressou na McLaren, Glock voltou para a categoria na Toyota); modificações no regulamento (na última parte do treino classificatório, os pilotos vão à pista com o combustível para a largada; não é mais permitido o controle de tração, etc). Dessas conversas, extrai algumas sentenças: (a) é bom Massa começar o ano com tudo para não repetir 2007; (b) Piquet será segundo piloto de Alonso, e cumprirá um ano no qual se esperam pontuações freqüentes, na medida do possível; (c) sempre gosto de ver um piloto das categorias americanas na F1, então será legal acompanhar Bourdais; (d) a Williams aparentemente vai ter uma boa temporada; (e) não vai demorar para o Alonso conseguir umas vitórias com a Renault, embora esse ano não seja o caso de disputar o título; (f) Ross Brown vai dar um jeito na Honda, e logo os resultados aparecerão; (g) a Ferrari abafou nos treinos preparatórios e vai massacrar na Austrália, embora Jean Todt tenha abandonado o posto de chefe de equipe (no seu lugar entrou um italiano, Stefano Domenicali).
Acompanhei alguns momentos do primeiro treino livre, na quinta-feira às 20h (meu horário preferido para acompanhar corridas é o da Austrália), e reparei que os carros estão, no mínimo, mais bonitos e alguns até diferentes dos anos anteriores. Achei muito legal esse bico (aerofólio dianteiro) novo que as equipes estão usando, tipo a BMW. E a Ferrari, totalmente vermelha, estranhei um pouco.
Do treino classificatório vi apenas os últimos minutos. Hamilton fez o melhor tempo, seguido de Kubica (que teria sido o pole se não tivesse errado uma curva), Kovalainen e Massa. Piquet alinhou em penúltimo. Bela surpresa foi o desempenho das Honda, com Barrichello largando na frente de Alonso e Raikkonen. Também gostei de ver as Toyota na última parte do treino, além do Vettel que se diz ser um grande piloto.
Na largada, Hamilton manteve a ponta, mas Massa resolveu disputar a primeira curva com Kovalainen e levou a pior - o brasileiro rodou e se chocou com o muro, danificando o bico. No pelotão de trás houve confusão, vários pilotos se chocaram, e entrou o carro-madrinha. Massa não pôde reabastecer ou trocar pneus; apenas reparou o bico, e tão logo o SC permitiu a relargada, o piloto da Ferrari retornou aos boxes para mudar a estratégia de paradas. Com os abandonos e confusões, Piquet saiu de penúltimo para 12.º, mas logo perdeu posições e o rendimento foi deteriorando (inexplicavelmente) até abandonar na metade da corrida.
Quem se beneficiou das desistências e do próprio rendimento do carro foi Barrichello, que andou praticamente o tempo todo na zona de pontuação. Só que na última entrada do SC (após solitário acidente de Glock), a Honda fez o último pit, com reabastecimento e troca de pneus, e ainda deixou o cara partir com a luz vermelha do pit acionada. Então foi isso: punição de 10s e, ao final da corrida, desqualificação, que inutilizou a 6.ª posição conquistada na pista.
O campeão do mundo decepcionou, mas mesmo com as saídas de pista Raikkonen conseguiu um pontinho. O bom Bourdais fazia corrida brilhante quanto o Toro Rosso lhe deixou na mão nas últimas voltas - o francês perdeu posição para Nakajima. Apenas 7 pilotos finalizaram a tumultuada corrida.
Heidfeld e Rosberg andaram forte e fizeram companhia a Hamilton no pódio (antes da comemoração a imagem foi do abraço e da comemoração de Hamilton com Rosberg). Significativo esse pódio com três pilotos novos; só que em 4.º chegou Alonso, mostrando que o cara vai dar dor de cabeça para a gurizada que está postulando o título desse ano.
Próximo GP será na Malásia, no fim-de-semana de Páscoa (e o esquema de gravar todas as corridas de uma temporada vai ficar para nova tentativa ano que vem).
Australian Grand Prix Results - 16 March 2008 - 58 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 58 1h34m50.616
2. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 58 5.478
3. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 58 8.163
4. Fernando Alonso Spain Renault 58 17.181
5. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 58 18.014
DQ Rubens Barrichello Brazil Honda 58 52.453
6. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 57 1 Lap
7. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 55 3 Laps, Hydraulics
8. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 53 5 Laps, Engine
R Robert Kubica Poland BMW Sauber 47 Damage
R Timo Glock Germany Toyota 43 Accident
R Takuma Sato Japan Super Aguri-Honda 32 Gearbox
R Nelson Piquet Brazil Renault 30 Damage
R Felipe Massa Brazil Ferrari 29 Engine
R David Coulthard Britain Red Bull-Renault 25 Accident
R Jarno Trulli Italy Toyota 19 Battery
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 8 Hydraulics
R Mark Webber Australia Red Bull-Renault 0 Accident
R Jenson Button Britain Honda 0 Accident
R Anthony Davidson Britain Super Aguri-Honda 0 Accident
R Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 0 Accident
R Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 0 Accident
FASTEST LAP: Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 43 1:27.416
Acompanhei alguns momentos do primeiro treino livre, na quinta-feira às 20h (meu horário preferido para acompanhar corridas é o da Austrália), e reparei que os carros estão, no mínimo, mais bonitos e alguns até diferentes dos anos anteriores. Achei muito legal esse bico (aerofólio dianteiro) novo que as equipes estão usando, tipo a BMW. E a Ferrari, totalmente vermelha, estranhei um pouco.
Do treino classificatório vi apenas os últimos minutos. Hamilton fez o melhor tempo, seguido de Kubica (que teria sido o pole se não tivesse errado uma curva), Kovalainen e Massa. Piquet alinhou em penúltimo. Bela surpresa foi o desempenho das Honda, com Barrichello largando na frente de Alonso e Raikkonen. Também gostei de ver as Toyota na última parte do treino, além do Vettel que se diz ser um grande piloto.
Na largada, Hamilton manteve a ponta, mas Massa resolveu disputar a primeira curva com Kovalainen e levou a pior - o brasileiro rodou e se chocou com o muro, danificando o bico. No pelotão de trás houve confusão, vários pilotos se chocaram, e entrou o carro-madrinha. Massa não pôde reabastecer ou trocar pneus; apenas reparou o bico, e tão logo o SC permitiu a relargada, o piloto da Ferrari retornou aos boxes para mudar a estratégia de paradas. Com os abandonos e confusões, Piquet saiu de penúltimo para 12.º, mas logo perdeu posições e o rendimento foi deteriorando (inexplicavelmente) até abandonar na metade da corrida.
Quem se beneficiou das desistências e do próprio rendimento do carro foi Barrichello, que andou praticamente o tempo todo na zona de pontuação. Só que na última entrada do SC (após solitário acidente de Glock), a Honda fez o último pit, com reabastecimento e troca de pneus, e ainda deixou o cara partir com a luz vermelha do pit acionada. Então foi isso: punição de 10s e, ao final da corrida, desqualificação, que inutilizou a 6.ª posição conquistada na pista.
O campeão do mundo decepcionou, mas mesmo com as saídas de pista Raikkonen conseguiu um pontinho. O bom Bourdais fazia corrida brilhante quanto o Toro Rosso lhe deixou na mão nas últimas voltas - o francês perdeu posição para Nakajima. Apenas 7 pilotos finalizaram a tumultuada corrida.
Heidfeld e Rosberg andaram forte e fizeram companhia a Hamilton no pódio (antes da comemoração a imagem foi do abraço e da comemoração de Hamilton com Rosberg). Significativo esse pódio com três pilotos novos; só que em 4.º chegou Alonso, mostrando que o cara vai dar dor de cabeça para a gurizada que está postulando o título desse ano.
Próximo GP será na Malásia, no fim-de-semana de Páscoa (e o esquema de gravar todas as corridas de uma temporada vai ficar para nova tentativa ano que vem).
Australian Grand Prix Results - 16 March 2008 - 58 Laps
POS DRIVER NATIONALITY ENTRANT LAPS TIME/RETIRE
1. Lewis Hamilton Britain McLaren-Mercedes 58 1h34m50.616
2. Nick Heidfeld Germany BMW Sauber 58 5.478
3. Nico Rosberg Germany Williams-Toyota 58 8.163
4. Fernando Alonso Spain Renault 58 17.181
5. Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 58 18.014
DQ Rubens Barrichello Brazil Honda 58 52.453
6. Kazuki Nakajima Japan Williams-Toyota 57 1 Lap
7. Sebastien Bourdais France Toro Rosso-Ferrari 55 3 Laps, Hydraulics
8. Kimi Raikkonen Finland Ferrari 53 5 Laps, Engine
R Robert Kubica Poland BMW Sauber 47 Damage
R Timo Glock Germany Toyota 43 Accident
R Takuma Sato Japan Super Aguri-Honda 32 Gearbox
R Nelson Piquet Brazil Renault 30 Damage
R Felipe Massa Brazil Ferrari 29 Engine
R David Coulthard Britain Red Bull-Renault 25 Accident
R Jarno Trulli Italy Toyota 19 Battery
R Adrian Sutil Germany Force India-Ferrari 8 Hydraulics
R Mark Webber Australia Red Bull-Renault 0 Accident
R Jenson Button Britain Honda 0 Accident
R Anthony Davidson Britain Super Aguri-Honda 0 Accident
R Sebastian Vettel Germany Toro Rosso-Ferrari 0 Accident
R Giancarlo Fisichella Italy Force India-Ferrari 0 Accident
FASTEST LAP: Heikki Kovalainen Finland McLaren-Mercedes 43 1:27.416
sábado, 8 de março de 2008
Shows XXIII - IRON MAIDEN (Gigantinho, 05.03.2008, 21h)
Muita coisa aconteceu (e vem acontecendo) depois de mais de três meses depois do dia em que comprei o ingresso, de modo que criei muito pouca expectativa e nem vi o tempo passar. Acompanhei por um site especializado o início da Somewhere Back in Time Tour, em fevereiro, na Índia, e assim sabia que podia esperar por um palco inspirado na época Powerslave/Live After Death, bem como o set list, calcado nas músicas antigas. Sei bem que grande parte do público vibrou com o repertório formado pelas mais conhecidas e clássicas; particularmente, preferia ver mais músicas novas, sobretudo do bom último álbum, pois admito que já cansei de ouvir muitas das composições dos caras em discos ao vivo. Mas ver os caras tocando é uma experiência muito diferente, e pude perceber nesse show do Gigantinho que as músicas importam pouco nesse aspecto.
Combinei de ir ao show com o Christian, e pegamos uma carona com a Sabrina. No meio da tarde eu havia mandado torpedos pro Diego e pro Jorge a fim de obter informações sobre (a) horário da apresentação da Hibria, e (b) possibilidade ou não de levar máquina fotográfica. Não sei se foi pela diferença entre as operadoras, o fato é que só recebi a mensagem de confirmação do recebimento dos torpedos pelos caras no caminho para a Padre Cacique, e prontamente tive as respostas: o Jorge não iria, e a apresentação da Hibria fora cancelada (aparentemente pelo fato de que a montagem do palco para dois shows de abertura atrasaria o cronograma do Iron). E podia levar câmera... só que já estávamos longe de casa, e a máquina estava indisponível.
Chegamos por volta de 20h15min, por aí, e vimos o final da penúltima e toda a última músicas do show de abertura, da filha de Steve Harris, Lauren Harris. Inobstante algumas opiniões desfavoráveis, achei que a guria (a) tem boa presença de palco, (b) é atraente, (c) não canta bem, (d) tem uma boa banda de apoio - ou pelo menos um bom guitarrista, que imita o timbre do Zakk Wylde (foi o que deu para avaliar pelos poucos minutos que vimos). Ela ainda teve a oportunidade de vivenciar um "Momento Lucky Strike" ao exibir a bandeira do Rio Grande do Sul, que levantou a galera.
Bem, chegar pouco antes do horário previsto para o início do show não foi uma boa decisão (apesar de que não poderíamos ter feito diferente), pois não havia mais espaço na pista, e os lugares disponíveis nas arquibancadas eram os das extremidades, ou seja, ficaríamos de lado para o palco. Tão logo acabou o show da Lauren, o Christian conseguiu pular a cerca e ficar na pista. Os seguranças me barraram, e assim tive que procurar um lugar nas arquibancadas mais para cima. Fiquei, então, do lado esquerdo do palco e da banda (ângulo de 90º), sem visão alguma do baterista. Consegui ver Bruce, os guitarristas e S. Harris, bem como os telões. Mas tive visão privilegiada dos roadies do lado esquerdo do palco (os caras permaneceram sossegados o show inteiro - os roadies do outro lado é que trabalharam mais, para evitar o entrelaçamento dos cabos das guitarras). Além disso, vi os caras que aparecem no meio de HEAVEN CAN WAIT ficarem esperando por pelo menos duas músicas pela hora de entrar no palco para fazer aquele tradicional "ô-ô-ôu". Por fim, toda vez que as luzes do ginásio foram acendidas, pude ver o quanto estava pulando a galera nos momentos mais empolgantes. Essa visão foi muito legal.
O repertório foi exatamente igual ao que vem sendo executado nas outras cidades. Antes de ACES HIGH, passou um vídeo mostrando o avião da banda chegando num aeroporto, com imagens de fãs e tudo mais, ao som de Transylvania. O S. Harris ficou assistindo atentamente o negócio. Outro vídeo para o discurso de W. Churchill e então ACES HIGH. Todos sabem que a acústica do Gigantinho é muito ruim, mas o som do Iron se revelou desde logo uma verdadeira paulada. Outra das minhas favoritas, na seqüência de Live After Death, foi 2 MINUTES TO MIDNIGHT. O começo de REVELATIONS foi outra paulada na orelha - as guitarras estavam pesadas naqueles acordes iniciais, e aí percebi que essas músicas executadas "in your face" tem muito maior impacto. Seguindo: THE TROOPER e a tradicional bandeira inglesa tremulando.
O primeiro momento de interação de Bruce com o público foi antes de WASTED YEARS, quando ele simulou que conversava com a mãe pelo celular, ocasião em que ele enfatizou a presença de 15mil pessoas no ginásio. Essa música veio muito acalhar e apareceu na hora certa, agitando mais uma vez a galera que cantou toda a letra. Todos cantaram, também, aquela introdução de THE NUMBER OF THE BEAST, outro clássico. Após, uma das que são boas mas não precisava ter rolado: CAN I PLAY WITH MADNESS.
O segundo momento de Bruce com a galera foi antes de RIME OF THE ANCINENT MARINER, anunciada como um conselho para a vida, o amor e tudo mais, e que trataria do que não se deve fazer quando um pássaro "shits on you". Essa foi uma das melhores da noite, apesar de que os caras que estavam na minha volta não agitaram quase nada, e alguns pareciam sequer conhecer essa faixa de mais de 13min. Eu achei a execução espetacular, e fiquei empolgado com o peso devastador das guitarras.
A essas alturas já tinha chegado a conclusão de que realmente é Adrian Smith o melhor da trinca de guitarristas, e me parece que o cara curte essa história de ficar na estrada fazendo turnês. Ele tem um jeito meio "cool", mas é o que faz os melhores solos, os melhores backing vocals, e a melhor interpretação dos riffs (os outros dão uma enganada algumas vezes, tipo no refrão de RUN TO THE HILLS). Para completar, em algumas músicas parece-me que ele tocou com uma SG com afinação dropped-D (tipo FEAR OF THE DARK).
Não demorou e em seguida tocaram POWERSLAVE. Todos os solos dessa música ficaram muito legais. HEAVEN CAN WAIT é sempre uma música divertida, desde os tempos do A Real Live One e Live at Donnington. Gosto muito dessa - cantei até o "ô-ô-ôu". RUN TO THE HILLS parece que é do tipo que não pode faltar, mas valeu pela animação e pela demonstração de inesgotabilidade da voz de Dickinson. A única faixa dos anos 90, e uma das melhores de um dos melhores discos da banda, foi FEAR OF THE DARK, que proporcionou um dos únicos solos de J. Gers (não deu para ouvir muito, só para ver que o cara mexia rapidamente com a mão direita da palheta sobre as cordas). Nessa a galera não só canta a letra, como "canta" as melodias das guitarras, que são muito legais mesmo. É uma baita música. A composição que dá nome à banda encerrou a parte ordinária do show, e a parte mais legal dessa foi a aparição de Eddie, com a roupa do Somewhere in Time.
Os caras saíram rapidamente do palco, para voltar pouco depois. Não lembro exatamente se foi nessa oportunidade, mas Dickinson falou que a banda deveria voltar outra vez e que seria para tocar no estádio ao lado. Uma boa vaia estourou; não sei se o vocalista estava familiarizado com a rivalidade entre os clubes da capital, mas o cara reagiu bem (meeestre!) ao esclarecer que não pretendia ver um jogo de futebol num estádio de futebol, e sim tocar rock´n´roll num estádio de futebol.
O bis iniciou com uma boa escolha: MOONCHILD, na qual D. Murray tocou o violão introdutório. Gostei bastante de ver que Adrian Smith tocando aquele tema durante os acordes que na versão de estúdio me parece um sintetizador. Essa deu vontade de chegar em casa e ouvir de novo de tão legal que ficou. Outra do Seventh Son... foi THE CLAIRVOYANT, que sempre achei boa também. A última foi outra que não pode faltar: HALLOWED BE THY NAME, com seus vários riffs. Tão logo essa acabou, me dirigi para fora do ginásio, ao contrário de quase todo mundo, que ficou esperando por mais um retorno da banda.
Foi um belo show, pena que fiquei mal posicionado. O pior, no entanto, é saber que o Dream Theater tem apresentações nessa mesma época em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, e não vai rolar para cá.
Combinei de ir ao show com o Christian, e pegamos uma carona com a Sabrina. No meio da tarde eu havia mandado torpedos pro Diego e pro Jorge a fim de obter informações sobre (a) horário da apresentação da Hibria, e (b) possibilidade ou não de levar máquina fotográfica. Não sei se foi pela diferença entre as operadoras, o fato é que só recebi a mensagem de confirmação do recebimento dos torpedos pelos caras no caminho para a Padre Cacique, e prontamente tive as respostas: o Jorge não iria, e a apresentação da Hibria fora cancelada (aparentemente pelo fato de que a montagem do palco para dois shows de abertura atrasaria o cronograma do Iron). E podia levar câmera... só que já estávamos longe de casa, e a máquina estava indisponível.
Chegamos por volta de 20h15min, por aí, e vimos o final da penúltima e toda a última músicas do show de abertura, da filha de Steve Harris, Lauren Harris. Inobstante algumas opiniões desfavoráveis, achei que a guria (a) tem boa presença de palco, (b) é atraente, (c) não canta bem, (d) tem uma boa banda de apoio - ou pelo menos um bom guitarrista, que imita o timbre do Zakk Wylde (foi o que deu para avaliar pelos poucos minutos que vimos). Ela ainda teve a oportunidade de vivenciar um "Momento Lucky Strike" ao exibir a bandeira do Rio Grande do Sul, que levantou a galera.
Bem, chegar pouco antes do horário previsto para o início do show não foi uma boa decisão (apesar de que não poderíamos ter feito diferente), pois não havia mais espaço na pista, e os lugares disponíveis nas arquibancadas eram os das extremidades, ou seja, ficaríamos de lado para o palco. Tão logo acabou o show da Lauren, o Christian conseguiu pular a cerca e ficar na pista. Os seguranças me barraram, e assim tive que procurar um lugar nas arquibancadas mais para cima. Fiquei, então, do lado esquerdo do palco e da banda (ângulo de 90º), sem visão alguma do baterista. Consegui ver Bruce, os guitarristas e S. Harris, bem como os telões. Mas tive visão privilegiada dos roadies do lado esquerdo do palco (os caras permaneceram sossegados o show inteiro - os roadies do outro lado é que trabalharam mais, para evitar o entrelaçamento dos cabos das guitarras). Além disso, vi os caras que aparecem no meio de HEAVEN CAN WAIT ficarem esperando por pelo menos duas músicas pela hora de entrar no palco para fazer aquele tradicional "ô-ô-ôu". Por fim, toda vez que as luzes do ginásio foram acendidas, pude ver o quanto estava pulando a galera nos momentos mais empolgantes. Essa visão foi muito legal.
O repertório foi exatamente igual ao que vem sendo executado nas outras cidades. Antes de ACES HIGH, passou um vídeo mostrando o avião da banda chegando num aeroporto, com imagens de fãs e tudo mais, ao som de Transylvania. O S. Harris ficou assistindo atentamente o negócio. Outro vídeo para o discurso de W. Churchill e então ACES HIGH. Todos sabem que a acústica do Gigantinho é muito ruim, mas o som do Iron se revelou desde logo uma verdadeira paulada. Outra das minhas favoritas, na seqüência de Live After Death, foi 2 MINUTES TO MIDNIGHT. O começo de REVELATIONS foi outra paulada na orelha - as guitarras estavam pesadas naqueles acordes iniciais, e aí percebi que essas músicas executadas "in your face" tem muito maior impacto. Seguindo: THE TROOPER e a tradicional bandeira inglesa tremulando.
O primeiro momento de interação de Bruce com o público foi antes de WASTED YEARS, quando ele simulou que conversava com a mãe pelo celular, ocasião em que ele enfatizou a presença de 15mil pessoas no ginásio. Essa música veio muito acalhar e apareceu na hora certa, agitando mais uma vez a galera que cantou toda a letra. Todos cantaram, também, aquela introdução de THE NUMBER OF THE BEAST, outro clássico. Após, uma das que são boas mas não precisava ter rolado: CAN I PLAY WITH MADNESS.
O segundo momento de Bruce com a galera foi antes de RIME OF THE ANCINENT MARINER, anunciada como um conselho para a vida, o amor e tudo mais, e que trataria do que não se deve fazer quando um pássaro "shits on you". Essa foi uma das melhores da noite, apesar de que os caras que estavam na minha volta não agitaram quase nada, e alguns pareciam sequer conhecer essa faixa de mais de 13min. Eu achei a execução espetacular, e fiquei empolgado com o peso devastador das guitarras.
A essas alturas já tinha chegado a conclusão de que realmente é Adrian Smith o melhor da trinca de guitarristas, e me parece que o cara curte essa história de ficar na estrada fazendo turnês. Ele tem um jeito meio "cool", mas é o que faz os melhores solos, os melhores backing vocals, e a melhor interpretação dos riffs (os outros dão uma enganada algumas vezes, tipo no refrão de RUN TO THE HILLS). Para completar, em algumas músicas parece-me que ele tocou com uma SG com afinação dropped-D (tipo FEAR OF THE DARK).
Não demorou e em seguida tocaram POWERSLAVE. Todos os solos dessa música ficaram muito legais. HEAVEN CAN WAIT é sempre uma música divertida, desde os tempos do A Real Live One e Live at Donnington. Gosto muito dessa - cantei até o "ô-ô-ôu". RUN TO THE HILLS parece que é do tipo que não pode faltar, mas valeu pela animação e pela demonstração de inesgotabilidade da voz de Dickinson. A única faixa dos anos 90, e uma das melhores de um dos melhores discos da banda, foi FEAR OF THE DARK, que proporcionou um dos únicos solos de J. Gers (não deu para ouvir muito, só para ver que o cara mexia rapidamente com a mão direita da palheta sobre as cordas). Nessa a galera não só canta a letra, como "canta" as melodias das guitarras, que são muito legais mesmo. É uma baita música. A composição que dá nome à banda encerrou a parte ordinária do show, e a parte mais legal dessa foi a aparição de Eddie, com a roupa do Somewhere in Time.
Os caras saíram rapidamente do palco, para voltar pouco depois. Não lembro exatamente se foi nessa oportunidade, mas Dickinson falou que a banda deveria voltar outra vez e que seria para tocar no estádio ao lado. Uma boa vaia estourou; não sei se o vocalista estava familiarizado com a rivalidade entre os clubes da capital, mas o cara reagiu bem (meeestre!) ao esclarecer que não pretendia ver um jogo de futebol num estádio de futebol, e sim tocar rock´n´roll num estádio de futebol.
O bis iniciou com uma boa escolha: MOONCHILD, na qual D. Murray tocou o violão introdutório. Gostei bastante de ver que Adrian Smith tocando aquele tema durante os acordes que na versão de estúdio me parece um sintetizador. Essa deu vontade de chegar em casa e ouvir de novo de tão legal que ficou. Outra do Seventh Son... foi THE CLAIRVOYANT, que sempre achei boa também. A última foi outra que não pode faltar: HALLOWED BE THY NAME, com seus vários riffs. Tão logo essa acabou, me dirigi para fora do ginásio, ao contrário de quase todo mundo, que ficou esperando por mais um retorno da banda.
Foi um belo show, pena que fiquei mal posicionado. O pior, no entanto, é saber que o Dream Theater tem apresentações nessa mesma época em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, e não vai rolar para cá.
sábado, 1 de março de 2008
CD - Queen: "The Miracle" (1989)
No verão de 1989, que passei em Pelotas, ganhei da minha tia o LP que o Queen estava lançando na época, “The Miracle” (consegui o CD num balaio da Multisom, acredito que em meados do ano passado). O Fantástico chegou a passar o vídeo de “Breakthru”, que é a melhor música do disco. Trata-se de uma música perfeita, com uma linha marcante de baixo (embora o timbre pareça meio "mecanizado", por assim dizer), e intervenções, riffs e solos magníficas de guitarra. O refrão é particularmente espetacular, graças à interpretação de Mercury (o cara se dá bem quando parece mais agressivo e solta a voz) e ao acompanhamento de May só com acordes.
Outra bela música, bem hard rock, e um clássico instantâneo, é “I Want it All”: baita riff, versos com violão, refrão marcante, solo virtuoso e várias pequenas mudanças de andamento lá pelo meio, até que volta para o pré-chorus. Os caras não economizaram na excelência da composição (aparentemente esse é o único disco em que os créditos pelas músicas foi conferido a todos os integrantes, diferentemente dos outros álbuns nos quais os créditos eram individuais).
Mas o resto do disco é bastante irregular. Algumas músicas são bem estranhas (o que talvez não fosse de estranhar num disco de estúdio do Queen), e outras ainda bem difíceis de ouvir (tipo "Rain Must Fall", "Scandal" e "My Baby Does Me", uma seqüência pop que serviria no repertório de uma banda pop qualquer). Mesmo assim, alguns trechos (isoladamente considerados) das músicas são, para mim, memoráveis como a levada do baixo em “Invisible Man” e a batida da bateria em “Party”. "Khashoggi´s Ship" tem umas guitarras e uma levada legais no final, bem rocker, mas isso se perde na inconstância da faixa. "Was it All Worth It" tem um riff rocker que lembra o material da banda nos anos 1970.
Posteriormente ao lançamento de "The Miracle" se soube da doença de Mercury, sendo que lamentavelmente não houve turnê nem registros ao vivo dessas músicas. A versão em cd conta com três faixas bônus, não muito representativas.
Outra bela música, bem hard rock, e um clássico instantâneo, é “I Want it All”: baita riff, versos com violão, refrão marcante, solo virtuoso e várias pequenas mudanças de andamento lá pelo meio, até que volta para o pré-chorus. Os caras não economizaram na excelência da composição (aparentemente esse é o único disco em que os créditos pelas músicas foi conferido a todos os integrantes, diferentemente dos outros álbuns nos quais os créditos eram individuais).
Mas o resto do disco é bastante irregular. Algumas músicas são bem estranhas (o que talvez não fosse de estranhar num disco de estúdio do Queen), e outras ainda bem difíceis de ouvir (tipo "Rain Must Fall", "Scandal" e "My Baby Does Me", uma seqüência pop que serviria no repertório de uma banda pop qualquer). Mesmo assim, alguns trechos (isoladamente considerados) das músicas são, para mim, memoráveis como a levada do baixo em “Invisible Man” e a batida da bateria em “Party”. "Khashoggi´s Ship" tem umas guitarras e uma levada legais no final, bem rocker, mas isso se perde na inconstância da faixa. "Was it All Worth It" tem um riff rocker que lembra o material da banda nos anos 1970.
Posteriormente ao lançamento de "The Miracle" se soube da doença de Mercury, sendo que lamentavelmente não houve turnê nem registros ao vivo dessas músicas. A versão em cd conta com três faixas bônus, não muito representativas.
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