sábado, 8 de março de 2008

Shows XXIII - IRON MAIDEN (Gigantinho, 05.03.2008, 21h)

Muita coisa aconteceu (e vem acontecendo) depois de mais de três meses depois do dia em que comprei o ingresso, de modo que criei muito pouca expectativa e nem vi o tempo passar. Acompanhei por um site especializado o início da Somewhere Back in Time Tour, em fevereiro, na Índia, e assim sabia que podia esperar por um palco inspirado na época Powerslave/Live After Death, bem como o set list, calcado nas músicas antigas. Sei bem que grande parte do público vibrou com o repertório formado pelas mais conhecidas e clássicas; particularmente, preferia ver mais músicas novas, sobretudo do bom último álbum, pois admito que já cansei de ouvir muitas das composições dos caras em discos ao vivo. Mas ver os caras tocando é uma experiência muito diferente, e pude perceber nesse show do Gigantinho que as músicas importam pouco nesse aspecto.

Combinei de ir ao show com o Christian, e pegamos uma carona com a Sabrina. No meio da tarde eu havia mandado torpedos pro Diego e pro Jorge a fim de obter informações sobre (a) horário da apresentação da Hibria, e (b) possibilidade ou não de levar máquina fotográfica. Não sei se foi pela diferença entre as operadoras, o fato é que só recebi a mensagem de confirmação do recebimento dos torpedos pelos caras no caminho para a Padre Cacique, e prontamente tive as respostas: o Jorge não iria, e a apresentação da Hibria fora cancelada (aparentemente pelo fato de que a montagem do palco para dois shows de abertura atrasaria o cronograma do Iron). E podia levar câmera... só que já estávamos longe de casa, e a máquina estava indisponível.

Chegamos por volta de 20h15min, por aí, e vimos o final da penúltima e toda a última músicas do show de abertura, da filha de Steve Harris, Lauren Harris. Inobstante algumas opiniões desfavoráveis, achei que a guria (a) tem boa presença de palco, (b) é atraente, (c) não canta bem, (d) tem uma boa banda de apoio - ou pelo menos um bom guitarrista, que imita o timbre do Zakk Wylde (foi o que deu para avaliar pelos poucos minutos que vimos). Ela ainda teve a oportunidade de vivenciar um "Momento Lucky Strike" ao exibir a bandeira do Rio Grande do Sul, que levantou a galera.

Bem, chegar pouco antes do horário previsto para o início do show não foi uma boa decisão (apesar de que não poderíamos ter feito diferente), pois não havia mais espaço na pista, e os lugares disponíveis nas arquibancadas eram os das extremidades, ou seja, ficaríamos de lado para o palco. Tão logo acabou o show da Lauren, o Christian conseguiu pular a cerca e ficar na pista. Os seguranças me barraram, e assim tive que procurar um lugar nas arquibancadas mais para cima. Fiquei, então, do lado esquerdo do palco e da banda (ângulo de 90º), sem visão alguma do baterista. Consegui ver Bruce, os guitarristas e S. Harris, bem como os telões. Mas tive visão privilegiada dos roadies do lado esquerdo do palco (os caras permaneceram sossegados o show inteiro - os roadies do outro lado é que trabalharam mais, para evitar o entrelaçamento dos cabos das guitarras). Além disso, vi os caras que aparecem no meio de HEAVEN CAN WAIT ficarem esperando por pelo menos duas músicas pela hora de entrar no palco para fazer aquele tradicional "ô-ô-ôu". Por fim, toda vez que as luzes do ginásio foram acendidas, pude ver o quanto estava pulando a galera nos momentos mais empolgantes. Essa visão foi muito legal.

O repertório foi exatamente igual ao que vem sendo executado nas outras cidades. Antes de ACES HIGH, passou um vídeo mostrando o avião da banda chegando num aeroporto, com imagens de fãs e tudo mais, ao som de Transylvania. O S. Harris ficou assistindo atentamente o negócio. Outro vídeo para o discurso de W. Churchill e então ACES HIGH. Todos sabem que a acústica do Gigantinho é muito ruim, mas o som do Iron se revelou desde logo uma verdadeira paulada. Outra das minhas favoritas, na seqüência de Live After Death, foi 2 MINUTES TO MIDNIGHT. O começo de REVELATIONS foi outra paulada na orelha - as guitarras estavam pesadas naqueles acordes iniciais, e aí percebi que essas músicas executadas "in your face" tem muito maior impacto. Seguindo: THE TROOPER e a tradicional bandeira inglesa tremulando.

O primeiro momento de interação de Bruce com o público foi antes de WASTED YEARS, quando ele simulou que conversava com a mãe pelo celular, ocasião em que ele enfatizou a presença de 15mil pessoas no ginásio. Essa música veio muito acalhar e apareceu na hora certa, agitando mais uma vez a galera que cantou toda a letra. Todos cantaram, também, aquela introdução de THE NUMBER OF THE BEAST, outro clássico. Após, uma das que são boas mas não precisava ter rolado: CAN I PLAY WITH MADNESS.

O segundo momento de Bruce com a galera foi antes de RIME OF THE ANCINENT MARINER, anunciada como um conselho para a vida, o amor e tudo mais, e que trataria do que não se deve fazer quando um pássaro "shits on you". Essa foi uma das melhores da noite, apesar de que os caras que estavam na minha volta não agitaram quase nada, e alguns pareciam sequer conhecer essa faixa de mais de 13min. Eu achei a execução espetacular, e fiquei empolgado com o peso devastador das guitarras.

A essas alturas já tinha chegado a conclusão de que realmente é Adrian Smith o melhor da trinca de guitarristas, e me parece que o cara curte essa história de ficar na estrada fazendo turnês. Ele tem um jeito meio "cool", mas é o que faz os melhores solos, os melhores backing vocals, e a melhor interpretação dos riffs (os outros dão uma enganada algumas vezes, tipo no refrão de RUN TO THE HILLS). Para completar, em algumas músicas parece-me que ele tocou com uma SG com afinação dropped-D (tipo FEAR OF THE DARK).

Não demorou e em seguida tocaram POWERSLAVE. Todos os solos dessa música ficaram muito legais. HEAVEN CAN WAIT é sempre uma música divertida, desde os tempos do A Real Live One e Live at Donnington. Gosto muito dessa - cantei até o "ô-ô-ôu". RUN TO THE HILLS parece que é do tipo que não pode faltar, mas valeu pela animação e pela demonstração de inesgotabilidade da voz de Dickinson. A única faixa dos anos 90, e uma das melhores de um dos melhores discos da banda, foi FEAR OF THE DARK, que proporcionou um dos únicos solos de J. Gers (não deu para ouvir muito, só para ver que o cara mexia rapidamente com a mão direita da palheta sobre as cordas). Nessa a galera não só canta a letra, como "canta" as melodias das guitarras, que são muito legais mesmo. É uma baita música. A composição que dá nome à banda encerrou a parte ordinária do show, e a parte mais legal dessa foi a aparição de Eddie, com a roupa do Somewhere in Time.

Os caras saíram rapidamente do palco, para voltar pouco depois. Não lembro exatamente se foi nessa oportunidade, mas Dickinson falou que a banda deveria voltar outra vez e que seria para tocar no estádio ao lado. Uma boa vaia estourou; não sei se o vocalista estava familiarizado com a rivalidade entre os clubes da capital, mas o cara reagiu bem (meeestre!) ao esclarecer que não pretendia ver um jogo de futebol num estádio de futebol, e sim tocar rock´n´roll num estádio de futebol.

O bis iniciou com uma boa escolha: MOONCHILD, na qual D. Murray tocou o violão introdutório. Gostei bastante de ver que Adrian Smith tocando aquele tema durante os acordes que na versão de estúdio me parece um sintetizador. Essa deu vontade de chegar em casa e ouvir de novo de tão legal que ficou. Outra do Seventh Son... foi THE CLAIRVOYANT, que sempre achei boa também. A última foi outra que não pode faltar: HALLOWED BE THY NAME, com seus vários riffs. Tão logo essa acabou, me dirigi para fora do ginásio, ao contrário de quase todo mundo, que ficou esperando por mais um retorno da banda.

Foi um belo show, pena que fiquei mal posicionado. O pior, no entanto, é saber que o Dream Theater tem apresentações nessa mesma época em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, e não vai rolar para cá.

Um comentário:

Anônimo disse...

E ai?
Qdo li no jornal sobre o show do Iron comentei com a Paulinha que tu ia ir certo.
Vamos marcar de tomar uma ceva.

André

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