Em 1992/1993, pelos vídeos da MTV, é que conheci os Stones. Mais precisamente, os vídeos eram de uma apresentação dos caras nos anos 1980 com versões de "Satisfaction" e "Jumping Jack Flash". Como tantas outras pessoas, curti os riffs de guitarra e os refrões marcantes. Ainda não tínhamos aparelho de CD em casa, mas também não comprávamos mais os vinis (pois sabíamos que se tratava de tecnologia em vias de superação), então comprava as fitas K7. Na antiga Multisom do Praia de Belas (perto do Nacional) pedi e levei uma com um disco ao vivo dos Stones, "Flashpoint", pois era o lançamento da época e contava com vários clássicos da banda. Além das faixas ao vivo, havia duas inéditas de estúdio, uma das quais ganhou vídeoclipe com primeira exibição nacional no Fantástico ("Sexdrive", e a música é boa). Lembro que ouvi bastante a fita, mas não me tornei fã da banda a ponto de ir atrás dos demais álbuns (diferentemente do que seria o caso do AC/DC na mesma época). Recentemente, quase 20 anos depois da fita K7, na abertura do Barrashopping, aproveitei a oportunidade para adquirir o CD na Saraiva, sendo um dos poucos discos que comprei em LP ou K7 e depois em CD (os outros são AC/DC "Live", Queen "Live Magic" e "The Miracle", Dire Straits "The Best of", Jean Michel Jarre "Rendez Vous" e "Les Concerts en Chine").
As apresentações ao vivo dos Stones são há mais de 20 anos um grande espetáculo, com palcos enormes, expressiva banda de apoio e bilheteria astronômica. É comum encontrar resenhas desfavoráveis de "Flashpoint" (geralmente se diz que as versões aqui não são boas, que o melhor dos Stones ao vivo está nos registros mais antigos); particularmente, acho bom o repertório desse disco e os registos me parecem muito bons (destaque para os backing vocals femininos em algumas faixas). As melhores são as clássicas "Start Me Up", "Miss You", "Ruby Tuesday", "You Can´t Always Get What You Want", "Paint it Black", "Sympathy for the Devil", "Brown Sugar", "Satisfaction" e "Jumpin Jack Flash". Sem prejuízo destas faixas já consagradas, acho bem legais "Rock and a Hard Place" (refrão ouro para uma faixa composta nos anos 1980), "Sad Sad Sad", "Can´t Be Seen" (bom vocal de Keith Richards e bons riffs de guitarra). Eric Clapton faz uma participação especial numa composição de Willie Dixon "Little Red Rooster", e é fácil perceber os licks do cara. Regra geral o vocal de Mick Jagger é excelente e as guitarras de Keith Richards e Ron Wood muito boas (embora ainda não consiga dizer exatamente quem toca o quê). O disco foi o primeiro lançamento da banda nos anos 1990 e é o último registro com o baixista Bill Wyman.
Um comentário:
eu sempre me perguntei o que significaria, exatamente, essa capa... flashpoint pode ser um trocadilho pra flesh point. flesh sempre remete a sexo. e o formato da chama remete a que? heiuhe
fora a cabeça do fósforo, que abre um grande número de opções pra definir o que ele é.
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