terça-feira, 15 de julho de 2008

Gravando guitarras II

Já recebi o retorno do Bruce a respeito dos primeiros três arquivos enviados (e comentados anteriormente). Além da tarefa de juntar as partes para que se tornem músicas (adicionando ainda bateria, baixo - eventualmente a ser gravado por mim - e vocais), ele ainda acredita que é possível fazer versões instrumentais num estilo que ele chama de post-metal, com barulhos modernosos e guitarras climáticas. Seja como for, sigo gravando.

(4) Heal my Soul 2003 - existiam, até o momento, duas versões de músicas para uma letra que escrevi em 2002 chamada "Heal my Soul": a primeira, original, com o riff principal inspirado na levada de "Junkyard Dog" do Winger, numa tônica inusual para mim (o riff é em C#, com power chords em A e E). A música seguia para uma parte em "odd time signature" que citava Genesis em "Watcher of the Skies", e então para uma outra parte com guitarra limpa e dedilhado tipo Dream Theater/John Petrucci com power chords B-C#-Eb6-E-B-C#-A-E entremeados com as cordas E e B soltas (um efeito bem legal). Na época ninguém se empolgou com essa música. Então, em 2003, tínhamos uma outra com afinação dropped-D e com riff bem legal, apesar de um tanto comum (uma das últimas composições recentes, que constou de uma coletânea, tem o mesmo "feel"); alguém teve a idéia de encaixar essa letra, e não me opus. Eventualmente tocamos "Heal my Soul" nessa versão em pelo menos um show, e lembro que o Lukee curtia bastante. Só que, bem vistas as coisas, nunca me senti completamente satisfeito com a composição, pois achava meio retona e previsível a sucessão das partes. Então, agora que tive oportunidade para gravar as partes de guitarra (28.06.2008), resolvi incrementar com outros riffs. Utilizei timbre de uma música do Metallica com o botão "Mod" ligado (não descobri qual é o efeito que acompanha esse timbre - será algum chorus ou algum flanger discreto?). Registrei, assim, o riff principal dessa nova versão, com o respectivo pre-chorus (que tentei deixar o menos possível parecido com o de "Wherever I May Roam"). Depois o resto foram basicamente coisas que inventei na hora: um teminha; umas tentativas de utilizar o metrônomo em 7/8 (apesar de não ter entendido totalmente as instruções para operar desse jeito); uns acordes; o riff que tocávamos durante o solo do Cláudio; um riff, registrado de diversas formas para uma eventual parte instrumental. Por fim, gravei o riff de "Timeslide", que é a primeira letra dele que me foi mostrada em 1998 quando ingressei na Burnin´ Boat, e que não foi além do riff e da letra (gravei o riff nessa só para dar a idéia de quem sabe aproveitá-lo nesse contexto totalmente diverso do inicialmente imaginado).

(5) "LOB session" e "Montreal" - em 30.06.2008, depois de um jejum forçado, me dediquei a ver o "making of" do disco mais recente do Lamb of God. Bem, o estilo dos caras é bem difícil de acompanhar, e não sou muito fã do vocal, mas alguns grooves, digamos assim, são inspiradores. Então fiquei gravando riffs que me vieram à cabeça, alguns dos quais me pareceram muito bons e serão utilizados em algumas músicas (pretendo inseri-los em algumas músicas, e não compor uma nova inteira só com eles). Utilizei o mesmo timbre da "Heal my Soul" acima. Aí troquei o timbre para uma música do Pink Floyd (o timbre que eu sempre quis ter, com bastante delay e tal) e fiz um dedilhado com a tônica em C#. Agreguei uns acordes e inseri um riff que já tinha do começo do ano, na 5.ª corda (é raro compor alguma coisa na corda A) e achei que tinha algo de Rush, então chamei de "Montreal".

(6) Aunt Evil - essa é uma das antigas, mas que foi composta em 2001 após a gravação do cd Ignitin´. O riff principal me ocorreu ao ouvir um cd ao vivo do Tony Macalpine; provavelmente nos ensaios vieram os acordes do refrão, e depois as partes para a base do solo do Cláudio. O Bruce fez a letra e deu para o Luciano encaixar. Tocamos essa música em diversos shows, e com o tempo fomos aprimorando a levada funky, para gosto do Bruce. Com essa nova sessão de gravações, estou recuperando essas faixas e tentando criar coisas novas, afinal muitos anos se passaram desde sua composição original e entendo conveniente agregar novas influências, sobretudo nessas que atualmente me parecem bem retonas. Um bom parâmetro para dar uma calibrada nesses riffs "old school" é o Lamb of God; mas se isso serviu para reativar alguns riffs e músicas como "Shark Attack" e "Sluts of Justice", é certo que não funciona em "Aunt Evil", que já tem um groove marcante. Aí se propôs o problema: o que funcionaria a partir de então? Teria que ser algo pesado, mas nem tanto, de preferência com alguma técnica. Lembrei, então, de um bom cd de uma boa banda (que, salvo engano, não existe mais): "Burn the Sun" do Ark. Afinal, é um som pesado, mas bastante diversificado e com virtuosismo na medida certa. Então resolvi gravar o riff principal (duas vezes, com pequena variação no último compasso), os acordes do refrão (inclusive com as tônicas uma oitava acima e com auto-wah que eu sempre achei que seria legal experimentar), e as partes que serviam para o solo do Cláudio. A partir daí gravei coisas novas, incluindo o riff principal com uma quebrada 7/8, uns acordes com "pick slide", uns "power chords" legais, um riff que seria para uma parte instrumental, mas que não rolou e acabou ficando só um riff pesado (talvez para um solo), uns acordes e dedilhados com o botão de volume da guitarra no nível 4. Acabou não soando tão Ark como estava cogitando (o que é bom). Utilizei o timbre que simula o amplificador Spinal Puppet. Uma semana depois, após ouvir um pouco de Symphony X, acrescentei mais uma parte com guitaras harmonizadas e dei a faixa por encerrada.

3 comentários:

Worldengine disse...

Essa LOB/Montreal tu não enviaste, né?

Guilherme disse...

Não, quer que mande? Na verdade, gravei só umas partes e tava pensando em utilizar separadamente os riffs em várias músicas, mas posso mandar assim mesmo para ver se rende.

Worldengine disse...

Manda, pelo arreto que seja!

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