segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Melhores discos de todos os tempos: King Crimson "Discipline" (1981)

Há muitos anos (desde os tempos de download por internet discada) que tento curtir o som do King Crimson. A não ser por "21st Century Schizoid Man", e apesar de ouvir alguma coisa dos vários discos da banda, jamais consegui entender o som dos caras. Mais recentemente, o catálogo do King Crimson está sendo lançado em edições comemorativas de 40 anos, ou de 30 anos, com DVD bônus e material extra, com remasterização em alta definição por Steven Wilson (do Porcupine Tree). O Valmor propôs que comprássemos a reedição de "Red", que seria um belo disco representativo de uma excelente fase da banda, com sons de guitarra mais agressivos, e riffs mais apropriados ao estilo que gosto de ouvir. Então, em 2011 encomendei da Amazon esse "Red", e mais no final do ano a edição de 30 anos do "Discipline". Pois esse "Discipline" ouvi mais de 20 vezes em duas semanas, conforme a estatística do meu tocador de mp3. Já sabia que as músicas desse álbum tinham riffs angulares e repetitivos. Mas fui conquistado pelo som cristalino dessa remasterização do Steven Wilson, pelas composições inspiradas, e performances matadoras. Esse disco marcou o retorno do King Crimson, após alguns anos de inatividade, com nova formação: Robert Fripp e Bill Bruford se fizeram acompanhar por Andrew Belew e Tony Levin. Diz-se que incorporou elementos de new wave da época, e que Bruford foi instado a não tocar pratos. O legal é ouvir como os quatro músicos via de regra tocam coisas diferentes, e como tudo isso funciona no contexto de cada faixa. Ajuda o fato de Belew ser um vocalista afinado e competente. O disco abre com "Elephant Talk", introdução de Levin, dedilhado de Fripp, ruídos e vocais de Belew, e condução de Bruford. A letra é interessante, com jogos de palavras. A faixa mais impressionante é "Frame by Frame", com notável melodia de voz de Belew, e uns dedilhados rapidíssimos de Fripp. Ao final, os dois guitarristas tocam dedilhados em tempos distintos, e depois de certo número de repetições os padrões de encontram. Outra das favoritas é "Matte Kudasai", que tem comoventes melodias de guitarra (Belew imita o som de cisnes) e de voz. "Indiscipline" é bem interessante, pois a letra contém trechos de uma carta redigida pela esposa de Belew a respeito de uma obra de arte que ela havia produzido. "Thela Hun Ginjeet" é mais uma faixa excelente, cuja "letra" foi retirada de um relato de Belew, gravado por Fripp insidiosamente, sobre suas andanças pela cidade durante a gravação do álbum. Aparentemente o título é um anagrama de "Heat in the Jungle", e retrata a violência urbana. Admito que "The Sheltering Sky" não é das minhas favoritas, e então o álbum finaliza com a faixa-título "Discipline", e parece um resumo dos recursos utilizados nas músicas anteriores. Agora vou em busca dos demais discos da trilogia: "Beat" e "Three of a Perfect Pair".

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