Esse clássico do Kiss encontrei na Boca do Disco, em 1995, importado e usado por um preço muito bom. É o melhor dos discos pré-“Alive!” e conta com algumas das minhas favoritas da época mascarada; além disso, é o disco com a versão de estúdio de “Rock and Roll All Nite”. Aqui todas as músicas são boas e a qualidade da gravação e do registro dos instrumentos é excelente, diferentemente dos álbuns anteriores.
Gostaria bastante que “Room Service” e “Love Her All I Can” aparecessem em “Alive!” (isso restou amenizado com o lançamento de “You Wanted the Best You Got the Best”, que trouxe uma versão para “Room Service” ao vivo de 1975 com vocal regravado em 1996). A primeira é um rock acelerado, muito boa para abrir o disco. Se os acordes dos versos são bem básicos de rock´n´roll, o refrão é bem sacado, com uma guitarra fazendo um riff legal com groove e outra guitarra com Power chords acompanhando a letra de Paul. Como em todo esse disco, o solo de Ace Frehley é matador. “Love Her All I Can” é uma composição antiga de Paul, que remonta aos tempos de Wicked Lester; a música foi atualizada para ficar com guitarras mais rocker e vocais menos etéreos, e o resultado é uma faixa espetacular, sobretudo pelo riff principal que aparece também no refrão. A interpretação do vocal de Paul é muito boa.
Esse “Dressed to Kill” apresenta, ainda, duas composições clássicas de Paul, devidamente registradas no “Alive!”: “C´mon and Love Me” e “Rock Bottom”. Se a segunda não é das minhas favoritas (não sou fã da estrutura pedestre dessa faixa), a primeira resistiu ao teste do tempo e parece ser uma das quais Paul Stanley se orgulha de ter composto (reapareceu no set list da turnê de “Hot in the Shade”, e foi executada fielmente nas convenções de fãs que deram origem ao “MTV Unplugged”). Por fim, “Anything for My Baby” é uma daquelas que servem para preencher o disco, que é dos mais curtos (não alcança nem 30min).
Por outro lado, Gene Simmons compôs uma clássica (“She”) e outras competentes (“Two Timer”, “Ladies in Waiting”). A primeira é outra das antigas, composta em parceria com um integrante da Wicked Lester: tem andamento mais cadenciado e virou atração dos shows quando, ao final, foi agregado um riff que dava lugar ao inspirado solo de guitarra de Ace. Gosto bastante dos vocais de Gene em "Two Timer", especialmente na parte do pre-chorus, e me parece que o timbre das guitarras é muito bom nessa faixa (que já inicia com um bloco de acordes).
A contribuição de vocal de Peter Criss foi reservada para uma composição de Ace; “Getaway” é um rock decente, que fizemos cover no meu breve período com a Parasite Kiss Cover.
Curioso como esse disco foi composto e gravado às pressas, sendo certo que a banda estava com falta de material ao recorrer a músicas antigas do Wicked Lester. Entretanto, cuida-se de um grande disco da fase inicial da banda, a partir do qual os caras lançariam álbuns recebidos com grande entusiasmo pelos fãs.
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