Em 1995 já era fã da banda, então assistia sempre ao “Fúria Metal” e “Clássicos MTV” na esperança de ver algum vídeo do Kiss (ou do AC/DC, ou de outras bandas legais). Lembro do dia que Gastão anunciou que passaria uma do Kiss, e para minha surpresa o cara mandou uma que não conhecia: “Tears Are Falling”. Apesar do visual apelativo e tudo mais (o clipe é bem datado), achei sensacional a música, e me marcou o refrão repetitivo “Oooh nooo, tears are falliiiiiiiiiing”. Desde logo, então, “Tears Are Falling” é das minhas favoritas (fez falta no “Alive III”). Tempos depois comprei o disco na Boca e curti de certa maneira. Então sou obrigado a me redimir da resenha transcrita mais abaixo, postada há bastante tempo nesse blog, na qual “admiti” que se tratava de “um péssimo disco do Kiss”.
O disco abre com uma introdução de bateria que é um mini solo de Eric Carr. Os acordes dos versos são simples (não dá para chamar de riff), mas no último compasso há umas notas rápidas que são fáceis de tocar na guitarra. O que não é fácil é depois do refrão e antes do solo de guitarra, quando é tocado um padrão em uníssono com a bateria. Após o solo de Kulick, aparecem uns acordes e vocais harmonizados antes de voltar para o refrão. O que acho problemático aqui e em todos os álbuns do Kiss até “Hot in the Shade” é o timbre das guitarras, especialmente de Kulick, que parece insípido demais. Gene Simmons resumiu isso ao dizer no “X-Treme Close Up” que a partir de “Revenge” Kulick teria se “dado conta” de que a guitarra se toca “with the balls” e não com a cabeça. O comentário parece pertinente.
Como de costume nessa época, as melhores composições são de Paul: “Who Wants to Be Lonely” tem riff com a 6.ª corda solta com acentos e abafamentos (daria pra fazer uma versão “Revenge” se fosse o caso) e é legal (tanto quanto “Tears Are Falling”, contou com vídeo para a MTV). “I´m Alive” é correria no estilo “Under the Gun”, com estrutura parecida, diferença é o solo de guitarra acompanhado apenas com bateria. “Uh All Night” tem um refrão do tipo “I Just Wanna”, feito especialmente para apresentações ao vivo.
As músicas de Gene são tão irregulares quanto seu interesse pela banda no decorrer dos anos 1980. “Any Way You Slice It” é um exercício genérico de riff com a 5.ª corda soltam, repetindo “Fits Like a Glove” com menor êxito. Ao final, os caras fazem um típico “turnaround” de blues, inédito na discografia da banda. Durante muito tempo considerei “Trial By Fire” a pior música do Kiss, mas agora já superei isso. O refrão e o riff são apenas não inspirados. “Love´s a Deadly Weapon” contém parte de letra (pelo menos o título) reaproveitado de época que remonta a “Music From the Elder” (circula por aí uma demo chamada “Deadly Weapons”). É outra faixa rápida na qual Gene registra o seu maior agudo que já ouvi, talvez para provar que ele consegue gritar tanto quanto Paul Stanley (que na época estava no auge da forma vocal).
Segue a resenha feita nos primeiros tempos desse blog, a qual referi acima e, mais uma vez, me retrato parcialmente:
– devo admitir, desde logo, que
Destaques, na verdade, são
Esse disco foi lançado no apogeu da época de extravagâncias da banda, que se mantinha muito mais com a força do nome do que propriamente com as músicas e shows. Vem a comprovar que o Kiss quando inventa de ‘seguir a tendência’ acaba passando do ponto, tornando-se alvo fácil para a crítica e subestimada pelo público. Essa fase ainda iria produzir um disco de músicas inéditas (CRAZY NIGHTS) e outro de “greatest hits”, com 2 músicas inéditas (SMASHES, TRASHES & HITS).
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