segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CDs do Kiss - Parte XV "Dynasty" (1979)



Em 1979 o Kiss estava no auge do sucesso, sendo a maior banda de rock dos EUA. Os caras tinham lançado nos últimos 2 anos um disco excelente (“Love Gun”, em 1977), mais um duplo ao vivo (“Alive II”, em 1977), uma boa coletânea (“Double Platinum”, em 1978) e o ambicioso projeto dos quatro discos solo lançados simultaneamente em 1978. Um novo álbum de estúdio da banda se impunha em 1979, e o Kiss encontrou um novo cenário musical: de um lado o movimento punk, e de outro a disco music. O primeiro em ascensão, e o segundo em declínio. Paul Stanley saia na noite e achava que era muito fácil compor músicas de sucesso nesse estilo disco, então no sofá de sua casa compôs uma das mais bem sucedidas faixas da banda: “I Was Made for Loving You”. Se isso deu certo para uma música, o mesmo talvez não se pudesse dizer de um disco inteiro.

É evidente que “Dynasty” não é um exemplar de disco music, mas também não se pode dizer que se cuida de um álbum de rock clássico do Kiss.
“Dynasty” inaugurou o começo de relacionamento da banda com Vini Poncia (produtor deste e de “Unmasked”, bem como colaborador em “Hot in the Shade”) e de uma prolífica parceria com o hitmaker Desmond Child. Não por acaso, as composições de Paul são as mais fortes: “I Was Made for Lovin´ You” foi um grande hit, e ganhou uma grande versão no “Alive III”; “Sure Know Something” é uma das minhas favoritas da banda, pela letra, pelos vocais e pelos acordes (ficou legal também em formato acústico no “MTV Unplugged”); “Magic Touch” é típica composição de Paul, com estrutura perfeita e refrão marcante.

Por outro lado, a participação de Gene Simmons foi pouco expressiva: “Charisma” ainda dá para curtir, pela letra e pelo refrão, mas “X-Ray Eyes” é bem fraca.

Ace Frehley se empolgou com a abertura de espaço proporcionada por “Shock Me” e seu disco solo, e contribuiu com duas composições e mais um cover de Rolling Stones. Até hoje desconheço a versão original, mas “2000 Man” com Ace nos vocais ficou muito bom, inclusive foi a escolhida para o “MTV Unplugged”, depois de fracassarem as tentativas do guitarrista de tocar o solo de “Shock Me” no violão. “Hard Times” e “Save Your Love” são músicas boas, das poucas de hard rock dessa época do Kiss: a primeira tem um bom riff, e a segunda um espetacular solo de guitarra e uma brilhante interpretação vocal de Ace.

Anton Fig foi o baterista em parte ou em quase todo o disco; o que é certo é que Peter Criss tocou bateria na sua solitária contribuição, “Dirty Livin´”. Os vocais são muito bons, a faixa é datada mas não faz feio nesse álbum pela época retratada.

Último disco da formação original, a partir daí a banda enfrentou séria crise de identidade e demorou vários anos para voltar a lançar bons discos com composições inéditas.

Comprei "Dynasty" na segunda metade da década de 1990, quando decidi comprar todos os discos da banda. Não estou certo, mas possivelmente adquiri o CD importado (então único disponível) na já extinta loja The Wall do Iguatemi (ou então foi na Stoned Discos), e mais recentemente a versão remasterizada na Saraiva ou na Cultura.

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