A grande coletânea do Kiss nos anos 1970 foi o “Double Platinum”. Nos anos 1980, o “Smashes, Trashes & Hits”. É um recurso das gravadoras de capitalizar com o acervo de uma banda em período no qual não há previsão de um disco com material inédito, e às vezes serve para uma banda se desincumbir de obrigações contratuais. No caso deste disco, constam duas músicas inéditas, remixagem de algumas músicas e uma versão de discutível utilidade de “Beth” com vocais de Eric Carr.
A banda ainda se identificava com o hair metal, mas nos vídeos promocionais de “Let´s Put the X in Sex” e “You Make Me Rock Hard” os caras se vestem de couro preto, abando o visual multicolorido que os acompanhava desde 1984. As músicas são de Paul Stanley – Gene Simmons se dedicava a projetos cinematográficos – e foram feitas para tocar na rádio, com refrões de fácil assimilação. A melhor é a primeira (no vídeo Paul sequer aparece empunhando uma guitarra), e é muito boa uma versão tocada nas Kiss Conventions de 1995, na qual Gene, Paul, Bruce e Eric Singer são acompanhados por uma menina nos vocais (a guria canta a letra inteira e com boa afinação).
Do material antigo aparecem as mais óbvias, como “Detroit Rock City” e “Love Gun”, só que a remixagem tentou atualizar o timbre da bateria, e aí o resultado ficou artificial demais. Não dá pra ouvir, o melhor é recorrer às versões originais.
A única vantagem de Eric Carr ter gravado “Beth” é ter o registro dos seus vocais num álbum do Kiss. O cara cantou exatamente do mesmo jeito que Peter Criss, e o acompanhamento é igual ao do “Destroyer”. Podiam, pelo menos, ter mudado o arranjo, v.g., tocando em formato acústico. O fato de que “Beth” é identificada como A música de Peter Criss é causa de rejeição dessa versão de Carr por parte dos fãs da banda.
Então apenas por três faixas é que vale a aquisição dessa coletânea. Nunca foi lançado o CD de fabricação nacional, então comprei o disco importado na extinta The Wall do Iguatemi em 1997.
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