segunda-feira, 21 de junho de 2010

CDs do Kiss - Parte XXXIII - “Kiss Symphony: Alive IV” (2003)

Desde 1998/1999 que se plantavam notícias a respeito de mais um disco da bem-sucedida série “Alive”. Inclusive um show foi registrado e esteve prestes a ser lançado como “Alive IV”, com Peter Criss e Ace Frehley, mas por alguma razão esse projeto foi engavetado, e o CD com esse show (uma espécie de “Lost Alive”) foi incluído (como “Alive: The Millenium Concert”) no box set que conteve os outros três “Alive” (“Kiss Alive! 1975-2000” de 2006).

Nessas condições, Gene e Paul já tinham despachado Ace (Peter havia saído mas voltou oportunamente – e depois saiu de novo, em definitivo) quando, em 2003, teve-se a ideia de registrar um show com uma orquestra de Melbourne e fazer o resultado como o “Alive IV”. O talentoso e prestativo Eric Singer e Tommy Thayer completaram a formação e a banda preparou um repertório fundado nas antigas, excessivamente (para o meu gosto) dedicado ao “Destroyer”. Pelo menos foram desencavadas algumas músicas realmente obscuras, como “Great Expectations” e “Shandi” (esta última notoriamente sempre teve boa receptividade junto ao público da Oceania).

A performance foi dividida em três partes: na primeira, apenas a banda subiu ao palco para executar meia dúzia de composições clássicas, ficando os destaques para “Lick It Up” (embora com andamento mais lento, o que prejudica a audição) e “Psycho Circus” (acho que pela última vez essa faixa foi incluída em set list). Na segunda parte a banda se fez acompanhar de uma versão reduzida da orquestra de Melbourne para tocar 5 faixas, dentre as quais “Beth”, “Forever”, “Sure Know Something” e “Shandi”. Por fim, Kiss e a orquestra sinfônica de Melbourne tocaram as 10 faixas do CD 2, 6 das quais da época do “Destroyer”.

Além do CD duplo, foi lançado um DVD duplo com embalagem bacana.

Na época do lançamento já estava escrevendo para este blog; segue uma espécie de resenha de então:

- Desde 2.º feira última (28/10), tenho ouvido direto o novo do KISS (Alive IV, com a Orquestra Sinfônica de Melbourne). Já tinha ouvido, “por alto”, os mp3, e constatado um som decente das guitarras. A formação é a original, com exceção de Tommy Thayer que toma o lugar de Ace Frehley. E Tommy faz o papel de Ace com perfeição (ainda falta ver o DVD pra conferir a performance no palco) – os solos são basicamente iguais aos do Alive I. Realmente, fiquei admirado com alguns licks reproduzidos fielmente, especialmente no final do solo de ROCK AND ROLL ALL NITE, entre outros bons momentos. A única diferença é que Ace tem um pouco mais de “intimidade” com a Les Paul – às vezes Tommy parece um pouco atrasado nos bends, mas isso não compromete o resultado.


Ao que me parece, na mixagem as guitarras ficaram na mesma altura – Paul, no lado esquerdo, e Tommy, no lado direito, sendo que nenhum sobrepõe-se ao outro, na maior parte do tempo. É legal de ouvir DEUCE E PSYCHO CIRCUS onde dá pra perceber onde cada um toca diferente as mesmas partes. O som das guitarras tá bem ardido – alto e com boa distorção. Não é heavy como o Alive III, nem rockinho como o Alive! Ficou muito legal a parte de Paul em STRUTTER.


O que seria o aspecto negativo do disco – a bateria de Peter Criss – acaba não atrapalhando tanto. O instrumento ficou bem baixo na mixagem; e já é conhecida a falta de condições físicas do baterista pra acompanhar os demais. Contudo, se Peter fracassa em algumas faixas (DEUCE começa com Paul afuzel – quando a batera entra, a música claramente perde o pique inicial; FOREVER também é outra que ele se limita a acompanhar a levada), em outras demonstrou que funciona bem (KING OF THE NIGH-TIME WORLD, e outras). O disco seria perfeito com outro timbre de bateria (a caixa é irritante) e com o Eric Singer.


E a orquestra? Achei que a orquestra desempenha o papel ideal nessas ocasiões: a de ACOMPANHAR as músicas. Diferentemente do cd do Metallica com a orquestra, em que esta, às vezes, parece estar tocando outra música, no Alive IV há somente um reforço, que muitas vezes é imperceptível.


Por outro lado, é notório que o repertório do KISS não se presta muito para essas orquestrações – fica bizarro uma orquestra acompanhando músicas eminentemente rockers, tipo KING OF THE NIGHT-TIME WORLD, SHOUT IT OUT LOUD, entre outras. FOREVER também não souberam aproveitar adequadamente – inclusive, mudaram o jeito de tocá-la (o ideal teria sido Forever no acústico e EVERYTIME I LOOK AT YOU, nesse Alive IV). Também não ficou legal a reprise de músicas do acústico – GOIN´ BLIND e SURE KNOW SOMETHING. Deviam ter aproveitado a orquestra pra tocar outras músicas obscuras – alguma outra do solo do Gene, ou alguma do solo do Paul (TONIGHT YOU BELONG TO ME, TAKE ME AWAY/TOGETHER AS ONE são as que me ocorrem). De qualquer sorte, pelo menos teve GREAT EXPECTATIONS. BETH também serviu, mas às vezes a orquestra pareceu meio travada (especialmente nas partes “Beth what can I do”).


Ainda sobre o repertório, achei que faltaram I LOVE IT LOUD e HEAVENS ON FIRE.
Em que pese tudo isso, curti bastante o cd, e o MVP dessa formação é o noviço Tommy Thayer, que já compôs músicas pro KISS (Carnival of Souls). Vamos ver se ainda rola algum cd com músicas inéditas – absolutamente imprevisível.


- continuo ouvindo (quando dá tempo de ouvir alguma coisa), e percebi que faltou ainda algumas coisas a serem ditas.


A primeira é quanto ao vocal do Tommy Thayer, que parece muito bom, vide o "Come on everybody shout it now" em SHOUT IT OUT LOUD.


A segunda é as alterações na letra de GREAT EXPECTATIONS, feitas por Gene, onde ele inlcui Paul e Peter nos versos : "You watch Paul playin´guitar/you see what his fingers can do"; "And you watch Pete beatin´ his drums/you see what his hands can do".

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