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Jimi Hendrix "Valleys of Neptune" (2010) |
Particularmente, o que achei de melhor foi o fato de que finalmente temos um disco de Hendrix que não soa como se fosse do final dos anos 1960. A qualidade de som é tão boa que é possível ouvi-lo como um disco contemporâneo, diferentemente dos outros álbuns clássicos do guitarrista. O que se tem, basicamente, são boas músicas, muito bem executadas (a não ser em alguns solos nos quais as improvisações dão lugar a pequenos erros ou licks imprecisos), com guitarra, baixo, bateria e vocal, sem excessivas camadas de overdubs com instrumentos diversos, que às vezes comprometem a audição.
No geral achei boas todas as faixas. Destaques para “Stone Free”, “Mr Bad Luck”, e “Lover Man”, nas quais Hendrix demonstra o quão sofisticadas e avançadas são suas composições, mesmo para os padrões atuais. Em termos de guitarra são poucos caras que conseguem compor músicas com tantos recursos, sem recorrer a fórmulas fáceis (v.g., Power chords), introduzindo, sempre que possível, melodias e elementos musicais entre as passagens (verso e refrão).
Alguns dos solos de guitarra são espetaculares, como em “Stone Free”, “Sunshine of Your Love” (achei excelente esse cover de Cream, com Hendrix cobrindo, simultaneamente, a guitarra de Eric Clapton, e os vocais, desincumbindo-se de uma complicada tarefa de preencher os vazios entre um e outro sem sobrecarregar a música como se fosse um solo de guitarra de quase 7min) e “Red House” (alguns licks de blues, especialmente no começo, são muito inspirados).

O interesse pelo guitarrista continua intacto, sendo certo que Hendrix é capa de revistas especializadas com regularidade: a Guitar World lhe dedica uma edição praticamente a cada ano, e a mais recente, de abril/2010, conta com um CD bônus no qual consta um bate papo com Joe Satriani (com direito a demonstrações de licks hendrixianos), e uma lição de como tocar "Stone Free".
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