terça-feira, 20 de abril de 2010

Resenhas de CD – Rush “Snakes & Arrows” (2007)

Rush "Snakes & Arrows" (2007)
Em 2008 tive renovado interesse em apreciar os discos do Rush, após encontrar vários discos da banda em balaios de lojas de CDs. Aproveitei e adquiri por um preço excelente (com descontos e pontuações da Cultura) o disco mais recente dos canadenses, o “Snakes & Arrows” de 2007. Ouvi com atenção naquele outono, e depois nunca mais pus pra rodar o CD. Essa semana, buscando novas inspirações, ouvi, de passagem, o disco e acho que finalmente consegui apreciá-lo adequadamente.

É inspirador ouvir o Rush nessa tendência mais orgânica, desenvolvida a partir de “Test for Echo”. Ainda fico desconcertado com as camadas de guitarra e violões que Alex Lifeson costuma empregar na mesma música e nas mesmas partes, simultaneamente, mas acredito que ajuda concentrar-se ou só na guitarra ou só no violão, ou só numa das guitarras, enfim, em algum instrumento “lead”. Conforme a Wikipedia em inglês, David Gilmour aconselhou Lifeson a compor primariamente no violão, e é por essa razão que a maior parte das faixas de “Snakes & Arrows” contêm os acordes abertos D, A, G, E, C e F (esse é com pestana, evidentemente, sem cordas soltas), e dedilhados nessas posições, não havendo que se falar muito em riffs. Particularmente acho que esse tipo de conselho – compor primeiro em violões – serve para o Nando Reis; se me fosse dada a oportunidade, diria para Lifeson compor riffs na guitarra: mais riffs como “Driven”, “One Little Victory” e “Stick It Out”, e até “Limelight” e “Tom Sawyer”.

Nessas condições, o destaque fácil é “Far Cry”, que começa do melhor jeito, com peso. Além disso, apresenta um dos poucos riffs do disco: o riff principal, digamos, antes dos versos, é pesado, e tem umas quebras bem oportunas, ao estilo da banda. O solo de guitarra é apenas meia-dúzia de bends climáticos. O refrão tem melodias muito boas, e bem vistas as coisas, o disco inteiro é cheio de boas melodias. E é conveniente ouvir as músicas na íntegra, pois uma faixa como “Armor and Sword”, que inicia meio sossegada, ganha peso com uns acordes distorcidos mais adiante (E, G, F-A). Aqui começa a série de frases-chiclete ("No one gets to the heaven without a fight"), que segue em "Workin' Them Angels" ("Workin' theeeeem aaangels... all the time"), e mais adiante em "Spindrift" ("A little closer to you"). Curioso ouvir, por outro lado, que “The Larger Bowl” tem um andamento típico da Osmar Band, e posso assegurar que o Alemão jamais ouviu essa música, ou qualquer música do Rush além daquelas que todo mundo já ouviu.

No mais, além das já citadas, gosto bastante da instrumental “The Main Monkey Business”, embora se possa argumentar que a parte em D, com efeito hipnótico e orientação exótica, é comum. “Faithless” ("I will quietly resist") é elegante e tem um refrão solene bastante melódico. "The Way the Wind Blows" pode começar meio sacal com aquele teminha, mas depois evolui para várias partes boas, incluído o verso com um riff legal, excluído o violão no refrão.

Com o “Rush in Rio” acho que estou bem em termos de DVDs ao vivo do Rush, de maneira que não me animei, ainda, para trazer para casa os DVDs e CDs duplo e triplo da “Snakes & Arrows Tour”. Após longo e costumeiro descanso, anunciou-se que em 2010 o Rush voltará aos palcos para uma turnê na qual executará, pela primeira vez, na íntegra, o clássico “Moving Pictures”.

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