segunda-feira, 7 de junho de 2010

CDs do Kiss - Parte XXXI - "Psycho Circus" (1998)


Bons tempos aqueles de meados dos anos 1990 quando o Kiss voltou a ter as atenções da mídia a partir da reunião da formação original e da gravação de um novo disco com material inédito. Os caras aproveitaram o momento favorável (“Revenge” e “Alive III” foram bem recebidos, além dos vídeos muito legais “Konfidential” e “Kiss My Ass”, e um renovado interesse do público face às manifestações de diversos músicos citando o Kiss como grande influência) e aderiram à série “MTV Unplugged”, lançando um disco muito bom (que contou com a participação de Ace Frehley e de Peter Criss na parte final, para quatro faixas).

Para a produção foi recrutado o “Rick Rubin” da época, o finado Bruce Fairbairn; o cara produzira “Slippery When Wet” do Bon Jovi e “Pump” do Aerosmith”, além de outros álbuns excelentes ou muito bem sucedidos como “The Razor´s Edge” do AC/DC, “Get a Grip” do Aerosmith, “Balance” do Van Halen, então parecia a escolha certa para o que viria a ser o “Psycho Circus”. No entanto, as sessões não foram pacíficas. Os músicos enviaram fitas com demos para Bruce que elegeu as que fariam parte do disco, e alterou significativamente os arranjos de muitas das faixas, o que para Paul comprometeu o resultado final.

Além disso, diferentemente do que se divulgou na época, Ace, Gene, Paul e Peter não tocam em todas as faixas; hoje em dia se sabe que Kevin Valentine só não tocou em “Into the Void” e que Tommy Thayer tocou todos os solos de guitarra com exceção de “You Wanted the Best” e “Into the Void”. Diz-se, ainda, que Ace e especialmente Peter forçavam a barra para fazer incluir músicas próprias, que foram tidas como imprestáveis (apenas “Into the Void” de Ace foi para o disco, sendo que a faixa cantada por Peter foi composta por Paul, e que o single lançado no Japão, “In Your Face”, cantado por Ace, foi composto por Gene).

Nessas condições, “Psycho Circus” alcançou uma boa posição inicial na Billboard, mas caiu em seguida e suas vendas foram decepcionantes. E se o álbum foi decepcionante para os fãs, o foi também para Paul Stanley que por 10 anos se recusou a lançar um novo disco com material inédito, sob alegação de que os fãs só queriam saber de ouvir “Love Gun” e outras das antigas, independente de serem boas ou não as músicas novas.

A faixa-título é a melhor e tem característica de Kiss clássico; Paul disse que apresentou a faixa para Bob Ezrin e disse que o produtor o parabenizou e admitiu que ali estavam todos os ingredientes que ele sugeriria acrescentar, e provavelmente deve se referir ao refrão, ao dueto à la “Detroit Rock City” e ao solo de guitarra simples e extremamente rocker.

O disco continua bom com “Within”, uma das pesadas de Gene. A partir daí, no entanto, o que se tem são composições razoáveis para baixo, e de maneira geral tenho restrições quanto ao timbre da bateria (estalado, sendo que o instrumento parece estar sendo tocado por um iniciante sem recursos técnicos e sem confiança) e das guitarras. Acredito que a produção foi fator determinante para a baixa cotação de “Psycho Circus”, sendo certo que a banda só se animou a lançar um disco de músicas inéditas apenas 12 anos depois.

“Into the Void” é uma boa música de Ace. “We Are One” é uma balada dispensável (ficaria melhor num disco solo de Gene) mas que foi eleita pelas rádios de Porto Alegre para divulgar o show que a banda fez por aqui em 1999. “You Wanted the Best” conta com os vocais de Gene, Paul, Ace e Peter, e tem uma letra interessante pois cada um canta um verso, e são interpretados apropriadamente. A música de Peter foi composta por Paul e Bob Ezrin e é muito fraca. Por outro lado, “I Pledge Allegiance to the State of Rock & Roll” e “Raise Your Glasses” (apesar do riff dos versos) são bem decentes. “Dreamin´” tem coautoria de Bruce Kulick e sofreu acusação de plágio de uma música de Alice Cooper, embora essa história não tenha ido adiante.

O álbum foi apresentado da maneira mais sofisticada possível, com recursos de animação e tudo mais. Algum tempo depois (aproximadamente um ano) foi lançada uma edição especial com um CD bônus contendo 6 músicas registradas ao vivo.

A banda chegou a gravar um CD ao vivo que seria o “Alive IV”, mas por alguma razão o projeto foi engavetado (só apareceu com o box set “Alive”), e se dedicou a sucessivas turnês, nas quais houve mudanças de pessoal (Eric Singer voltou às baquetas, assumindo a máscara de Peter Criss, e Tommy Thayer – que chegou a ser instrutor de Ace Frehley para que este tocasse os solos e as músicas tais quais registradas nos discos dos anos 1970 – vestiu a fantasia de Ace).

Um comentário:

Anônimo disse...

Gosto é complicado. Eu mesmo adoro este disco. Top 5 da banda pra mim!

Excetuando "I Finally Foud My Way From You" e "In Your Face" (que é bônus) gosto de todas as demais!

A faíxa-título entra no TOP 10 da banda fácil, na minha opinião.

Até +.

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