segunda-feira, 6 de outubro de 2008

11.º show da Burnin´ Boat - 13/09/2003 Guanabara Bar

Em 2003 eu já estava formado e logo passei a me preocupar com o exame para entrar na ordem, e após ingressar no mercado de trabalho. Conseqüentemente, a banda passou para um segundo plano de preocupações, e foi o começo da dispersão de todos. Mesmo assim, ainda mantínhamos contato e ensaiávamos com regularidade, na medida do possível. A partir de julho de 2003, passei a manter um blog, no qual mantive anotações dos ensaios e dos shows que viriam.

Nessa época o Metallica recém havia lançado o controvertido cd “St. Anger”. Não ouvi o cd tanto quando deveria, mas foi o suficiente para receber certa influência no nosso jeito de tocar. O Bruce também ouviu e curtiu o cd, e teve idéias para modificar a execução de algumas músicas. O maior exemplo disso foi “Hidden”, que ficou mais brutalizada, especialmente nos versos (o Bruce se puxou na levada à la Ulrich). No refrão, o baterista sugeriu que baixássemos o volume e tocássemos no estilo System of a Down, e assim a influência new metal estava, de certa forma, consolidada. Essa versão passou a ser aperfeiçoada e desde então tocamos “Hidden” desse jeito, bastante diferente da versão gravada no cd.

Sempre gostei de tocar com afinação dropped-D, mas nessa época incrementamos a utilização dessa afinação alternativa, que conduziu a jams muito legais. Vários riffs bons foram compostos nessas ocasiões, mas infelizmente não pudemos nos concentrar neles o suficiente para produzir canções novas. Uma exceção foi um riff meio parecido com um do Van Halen (numa música que apareceu no “Best of” como nova composição com Sammy Hagar), ao qual agreguei uns acordes que lembram “Wherever I May Roam” do Metallica. Durante um tempo essa música foi executada sob uma letra do Gilberto que parecia encaiar perfeitamente (“Come Out and Play”), mas quando ele saiu da banda encaixamos uma letra minha que, na verdade, era para ser candata em outra música (“Heal My Soul”, não sem antes termos tentado a letra de “Jenna´s Revenge”).

A formação ainda contava com os dois vocalistas, mas dificilmente reunimos todos os integrantes para os ensaios. Era sempre o Bruce, eu, e mais um ou outro que se disponibilizasse para aparecer. Tentamos incorporar músicas do Dream Theater no repertório de covers, mas com a falta de ensaios regulares com todos os integrantes (e a falta de treino em casa) não foi possível.

Sobre o show, escrevi o seguinte neste blog, há cinco anos atrás:

“esse show foi completamente diferente de todos os outros. A "organização" foi a pior possível - não teve passagem de som, além de não ter sido divulgado o show. Em outras palavras: ninguém foi. Além de nós, se apresentaram a FIREWALL (covers do Dioberto), a SONICVOLT (stoner rock do Luciano) e a SILENT STORM (metal). E o público presente limitou-se aos integrantes das bandas e alguns agregados (valeu pelas fotos, Raquel).

A FIREWALL tocou primeiro (começou depois da meia-noite). Repertório exclusivo de covers, vários estilos. Os melhore momentos foram a participação do Luciano em SMOKE ON THE WATER (ele esteve brilhante também durante o show da Burnin´ Boat), o solo de guitar de JUMP, e a interpretação do Dioberto nas músicas do Pearl Jam e STP.

Minutos antes de subirmos ao palco, alteramos o set list: NEON KNIGHTS e HEARTBREAKIN foram excluídas em favor do medley Black Sabbath que fora muito bem sucedido no ensaio. De modo geral, posso dizer que a apresentação foi boa - os erros pontuais (e inevitáveis, diante da escassez de ensaios) foram contornados com tranqüilidade. Esse foi o show em que realmente nos permitimos IMPROVISAR no palco.

Havíamos combinado tocar um trecho de SHINE ON YOU CRAZY DIAMOND (Pink Floyd) no início, antes da 1ª música: mas na hora eu puxei outra da mesma banda: BREATHE. O show, propriamente, começou com ACE´S HIGH, seguido de HIDDEN. Nessa tocamos o riff de BLIND (Korn) e fizemos uma pequena jam, a qual serviria de base pro solo do Cláudio. Como ele não se ligou na hora, acabou que eu fiz o solo.

A partir de agora eu não lembro da ordem das músicas exata, pois fomos tocando sem seguir o set list elaborado pelo Dioberto. NOISE GARDEN ficou legal: baixei a sexta corda pra D(ré) depois de iniciada a música (antes do riff principal). E ficou muito afu o timbre pesadão. Falando em timbre, apanhei bastante do Marshall que tinha lá - a toda hora eu aumentava o volume, porque nem eu que tava na frente dele podia ouvir a minha guitar. Usei a própria distorção do ampli.

O cover de PERFECT STRANGER ficou bem legal, uma das melhores execuções que já fizemos dessa música. BLACK DRESSING SOUL também ficou legal e sem erros; não fosse pela apatia reinante pela falta de público, essa teria empolgado bastante. Lá pelas tantas o Dioberto chamou o medley Sabbath que começou bem com IRON MAN, até a parte do solo. Nesse momento, puxei CHILDREN OF THE GRAVE, que acabou ficando só no instrumental, pois nenhum dos vocalistas resolveu cantar. SWEET LEAF ficou legal. WAR PIGS me deixou arrepiado - nunca dei muita bola pra essa música, mas agora eu já estou revendo essa posição.

KILL THE KING (Rainbow) rolou depois desse medley e foi outro bom momento. Nessa música, depois dos solos, o Luciano (que já tava bem alcoolizado) passou o microfone pro Dioberto de forma bem rude - comecei a rir muito, até parei de tocar, e só voltei "a si" (SIC) no refrão. 2 MINUTES TO MIDNIGHT foi a última da noite, e o instrumental ficou perfeito. Os vocais só não renderam porque o pessoal não decorou a letra ainda. Quando acabamos, demos por terminado o show - na hora o Bruce lembrou que AUNT EVIL não tinha rolado; mas aí já era tarde. SPECTREMAN também ficou pra próxima.

A SONICVOLT acabou não se apresentando - os caras foram embora. Ficamos, então, pra ver a SILENT STORM, que tocou covers de Iced Earth (que ficaram bem bons até), Stratovarius (Break the Ice, do 2o disco dos caras - total surpresa), Gamma Ray (insuportável, "Heaven Can Wait"). Foi bem metal, retão, e eu me epolguei bastante.”


O baixista e vocalista da Silent Storm era o Lukee, que a partir do show do Deep Purple/Sepultura/The Hellacopters no Gigantinho, ainda naquele ano, viraria grande faixa do Bruce, e parceiro musical, inicialmente na Worldengine, e depois na própria Burnin´ Boat como baixista.

Resenhas dos ensaios até este show:

1) 10.07.2003 - Fistful of riffs
2) 25.07.2003 - Heaven Cafe Inc
3) 21.08.2003 - Até a pé nós iremos (com o Kiss)
4) 28.08.2003 - ...And Jenna for all
5) 10.09.2003 - Sabbath R Us

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