
O cd disponível era um bootleg duplo ao vivo, e, aliado ao fato de que na capa havia o próprio Impellitteri com uma Fender Stratocaster , e no track-list tinha um cover de Deep Purple (“Highway Star”), era razoável supor que o material seria na linha Blackmore/Malmsteen. De fato, as músicas eram muito boas, o guitarrista excepcionamente técnico, e o vocal (o lendário Rob Rock) muito competente e carismático.
Nessa mesma época, depois de uma aula da faculdade, passei na já extinta Megaforce (que ficava numa galeria na Av. Independência, perto da Santa Casa e da Praça Dom Feliciano), onde encontrei dois cds do Impellitteri, com preços não exatamente acessíveis, mas bons em se tratando de importados: o primeiro, “Screaming Symphony”, que continha muitas músicas que conhecia daquele bootleg ao vivo, e “Eye of the Hurricane”, que era duplo (o cd original mais um EP com 5 músicas).
Pois o “Screaming Symphony” é um cd com pouco mais de meia-hora de música. São 9 faixas, e é incrível como todas elas (com exceção de uma instrumental) seguem basicamente o mesmo padrão riff de hard rock, verso, ponte, verso ou refrão, refrão, ponte para o solo, solo, ponte ou refrão, refrão, riff de hard rock. É bom enfatizar que esse riff é sempre o riff típico e matador de hard rock, na linha de “Burn” do Deep Purple e “Spotlight Kid” e “Kill the King” do Rainbow. E o refrão é invariavelmente forte e marcante. Essa fórmula é muito manjada, e concebida, até onde posso aferir, por bandas como Rainbow (Blackmore) e seguida por Yngwie Malmsteen, Helloween, Stratovarius, etc. Mesmo sabendo disso, é inegável que o Impellitteri acertou em cheio em todas as faixas: todas contêm belos riffs de hard rock, vocais muito bons de Rob Rock, e instrumental competente, sendo certo que a gravação é excelente (o timbre da guitarra Fender Stratocaster é pesado mas cristalino – ouvem-se todas as notas). Na época li, na internet, um depoimento do Rob Rock no qual descreveu o som do Impellitteri como uma mistura de Malmsteen com Dokken (o que me motivou a conhecer o Dokken, conforme já escrevi aqui).
A minha faixa favorita deste disco é “Rat Race”, que me parece ser o melhor exemplar da fórmula de hard rock seguida pelo Impellitteri. Acho que aqui se encontra o melhor riff do cara. Cheguei a aprender com o Diego os arpejos executados durante o refrão; Impellitteri é esperto – uma guitarra faz os acordes do refrão, e a outra guitarra faz os arpejos seguindo as respectivas notas dos acordes.
Chris Impellitteri é dono de uma técnica de tocar rápido na guitarra mais ou menos ao estilo Yngwie Malmsteen; conforme o Diego constatou, Impellitteri é mais preciso na execução das notas, como se tivesse um metrônomo ligado o tempo todo, de modo que se ouvem todas as quiláteras, diferentemente do Malmsteen, cuja execução das notas rápidas é mais livre e tal (isso fica mais fácil de ver nas tablaturas/partituras dos solos dos caras). O melhor exemplo da técnica do guitarrista americano é na faixa instrumental “17th Century Chicken Picking”, que é isso mesmo, 4 minutos de palhetadas.
Esse “Screaming Symphony” é exclusivamente para quem gosta de um bom hard rock com riffs de guitarra típicos, solos virtuosos, e vocais agudos e dramáticos, e não se importa com um disco inteiro de músicas rigorosamente iguais (e boas).
Um comentário:
esse disco é animal!!!
depois olha meu blog, alem da collectors claro... www.classicoseachados.blogspot.com
abraço
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