sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Município
Depois de cinco anos de espera tanta coisa aconteceu, as condições originais se modificaram em todos os sentidos, que agora chegou tarde. De qualquer maneira, serve como uma espécie de prêmio a todos nós que nunca deixamos de acreditar.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
CD - Heaven and Hell "Live from Radio City Music Hall 2007"
Diferentemente de Ozzy, Tony Iommi e Geezer Butler estão em plena forma e com todo gás. Então os caras fizeram a coisa mais certa ao se juntar a outro cara que tem mantido uma produtiva carreira solo, Ronnie James Dio, e promover a reunião da formação do Black Sabbath dos álbuns "Mob Rules" e "Dehumanizer" (este último é um disco essencial) para uma turnê em 2007. Apesar de Iommi deter os direitos sobre o nome Black Sabbath, teve-se o cuidado de fazer com que essa formação se apresentasse sobre o nome Heaven and Hell (primeiro disco de Dio com o Black Sabbath); não estou certo se isso também não foi motivado por algum receio de disputas judiciais com o vocalista original, mas tocar como Heaven and Hell e não Black Sabbath evita confusão de parte do público e repele antecipadamente os pedidos para tocar "Paranoid", "Iron Man", "War Pigs", "Children of the Grave". No (meu) mundo ideal o Sabbath retomaria atividades e no set list conteria músicas de todas as épocas, incluindo os discos dos anos 1980, que invariavelmente contêm músicas excelentes (talvez para isso fosse o caso de retornar com Tony Martin, rejeitado por parte do público - injustamente, a meu juízo -, ou outro vocalista). Seja como for, é bom os caras trilharem caminho próprio sem Ozzy, pois é sabido que com este o repertório fica limitado a um punhado de faixas por demais conhecidas e batidas.
Iommi, Butler, Dio e Appice gravaram três novas músicas para uma coletânea e ensaiaram um set list contendo músicas de três álbuns dos "anos de Dio". Da turnê subseqüente lançaram "Live at Radio City Music Hall 2007". Ficaram de fora algumas das minhas favoritas como "TV Crimes" e "Time Machine", mas outras muito boas foram registradas como "I", "After All (The Dead)", e "Computer God", além de "Neon Knights".
Iommi, Butler, Dio e Appice gravaram três novas músicas para uma coletânea e ensaiaram um set list contendo músicas de três álbuns dos "anos de Dio". Da turnê subseqüente lançaram "Live at Radio City Music Hall 2007". Ficaram de fora algumas das minhas favoritas como "TV Crimes" e "Time Machine", mas outras muito boas foram registradas como "I", "After All (The Dead)", e "Computer God", além de "Neon Knights".
Ao tentar acompanhar o cd na guitarra, percebi que a afinação das faixas é um tom abaixo, sendo que nas correspondentes ao disco "Dehumanizer" é possível tocá-las relativamente bem com afinação drop-D. Acredito que as versões originais não foram gravadas com essa afinação, de maneira que é provável que a alteração tenha sido feita para facilitar a tarefa de Dio; seja como for o resultado foi excelente, tanto em relação ao extra-peso das guitarras (em algumas músicas ouve-se uma guitarra base durante os solos, e é possível, então, que haja uma guitarra base durante os riffs e bases para versos também), quanto à excepcional performance de Dio, que ainda mostra o carisma habitual.
As músicas são bem conhecidas, a não ser pelas novas "The Devil Cried" e "Shadow of the Wind", que são mais lentas e tenho quase certeza que, por essa razão, se encaixam no estilo preferido de Dio (li uma entrevista com Doug Aldrich, num site, no qual o guitarrista revela que Dio é responsável pelas músicas mais arrastadas dos discos solo, pois, segundo ele, o vocalista adora esse tipo de som).
Fiquei de olho nesse cd duplo desde o lançamento, mas achei o preço salgado (R$ 49,90). Mesmo assim, continuei conferindo nas maquininhas da Saraiva, sempre acreditando em algum dia encontrá-lo com preço promocional, e a recompensa veio há um mês, com o desconto de R$ 20,00.
As notícias dão conta de que Iommi, Butler, Dio e Appice gravarão um disco inteiro de músicas inéditas, e essa notícia, por si só, é uma baita notícia.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
CD - Queen: "The Works" (1984)
No início deste ano de 2008 consegui trocar umas tranqueiras (mal adquiridas) na Saraiva pelo “The Works” do Queen, que levei na convicção de que se tratava de um disco clássico da banda pelo set list: o disco abre com “Radio Ga-Ga”, e tem, ainda, “I Want to Break Free” e “Hammer to Fall”. Recentemente escutei o disco com mais atenção e conclui que tirantes estas e "Tear It Up" e talvez "It´s a Hard Life" e "Is this the World We Created?", as outras (três) músicas são fracas, e assim torna o disco irregular em comparação com o excelente "News of the World". Ocorre que "Radio Ga-Ga", "I Want to Break Free" e "Hammer to Fall" estão entre as melhores composições do Queen, então não é um disco que possa passar despercebido.
"Radio Ga-Ga" é uma rara excelente composição de Roger Taylor; a letra é muito boa, a respeito da nostalgia provocada pelo incremento tecnológico que poderia acarretar na substituição do rádio por outro equipamento modernoso (quase 25 anos depois, essa inquietação perde sentido quando se sabe que o rádio ainda é um forte meio de comunicação). A música tem um refrão marcante, e a bateria tem uma espécie de riff que nas apresentações ao vivo permite uma incrível interação com o público, que levanta as mãos para cima e bate palmas no ritmo da bateria (essa reação da platéia ocorreu em todas as execuções da música, desde o primeiro show). Lembro da minha mãe chamando a atenção para essa música durante o Rock in Rio de 1985.
O vídeo promocional de "I Want to Break Free" é muito conhecido, pois Freddie Mercury aparece vestido de mulher manejando um aspirador de pó. As versões ao vivo dessa faixa são muito melhores que a de estúdio, pois o acompanhamento da guitarra fica muito mais marcante. Assim como Taylor, John Deacon estava muito inspirado quando compôs essa música espetacular.
"Hammer to Fall" é um hard rock muito bom, sendo certo que o Queen sempre mandou muito bem nas músicas mais rocker com guitarra. Brian May foi o responsável por esta que abre com um riff com pausas, e é uma das poucas que exigiram um rhythm guitar durante o solo de May (solo esse muito legal).
Essas faixas são únicas no sentido de que as letras encaixam perfeitamente na parte rítmica, e são exemplo do talento dos caras para criar músicas muito originais tanto em relação ao próprio repertório, como em relação ao rock em geral (i. é, e a meu juízo, os cara não reciclaram material próprio ou alheio nesses casos). Talvez não seja por acaso que as coletâneas da banda fazem tanto sucesso (o primeiro "Greatest Hits" é um dos discos com vendagem mais expressiva).
"Radio Ga-Ga" é uma rara excelente composição de Roger Taylor; a letra é muito boa, a respeito da nostalgia provocada pelo incremento tecnológico que poderia acarretar na substituição do rádio por outro equipamento modernoso (quase 25 anos depois, essa inquietação perde sentido quando se sabe que o rádio ainda é um forte meio de comunicação). A música tem um refrão marcante, e a bateria tem uma espécie de riff que nas apresentações ao vivo permite uma incrível interação com o público, que levanta as mãos para cima e bate palmas no ritmo da bateria (essa reação da platéia ocorreu em todas as execuções da música, desde o primeiro show). Lembro da minha mãe chamando a atenção para essa música durante o Rock in Rio de 1985.
O vídeo promocional de "I Want to Break Free" é muito conhecido, pois Freddie Mercury aparece vestido de mulher manejando um aspirador de pó. As versões ao vivo dessa faixa são muito melhores que a de estúdio, pois o acompanhamento da guitarra fica muito mais marcante. Assim como Taylor, John Deacon estava muito inspirado quando compôs essa música espetacular.
"Hammer to Fall" é um hard rock muito bom, sendo certo que o Queen sempre mandou muito bem nas músicas mais rocker com guitarra. Brian May foi o responsável por esta que abre com um riff com pausas, e é uma das poucas que exigiram um rhythm guitar durante o solo de May (solo esse muito legal).
Essas faixas são únicas no sentido de que as letras encaixam perfeitamente na parte rítmica, e são exemplo do talento dos caras para criar músicas muito originais tanto em relação ao próprio repertório, como em relação ao rock em geral (i. é, e a meu juízo, os cara não reciclaram material próprio ou alheio nesses casos). Talvez não seja por acaso que as coletâneas da banda fazem tanto sucesso (o primeiro "Greatest Hits" é um dos discos com vendagem mais expressiva).
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
CD - Rainbow "Rising" (1976)
Quem acompanha mesmo que parte da extensa discografia do Deep Purple imperiosamente toma contato com muitas das bandas derivadas, conduzidas pelos integrantes das diversas formações, que compõem uma espécie de family tree; uma das bandas mais importantes que nasceram nesse período foi o Rainbow, e a história do nascimento dessa banda é bem conhecida: após a saída de Ian Gillan e Roger Glover do Deep Purple, que por sua vez ocorreu após o lançamento do disco "Who do we think we are", de 1973, a banda se desincumbiu com êxito da tarefa de encontrar substitutos, os lendários David Coverdale (à época sem atividade musical profissional) e Glenn Hughes (baixo e vocal do Trapeze). Com essa formação, chamada Mark III, o Deep Purple gravou dois discos: o essencial "Burn", e o excelente "Stormbringer", ambos em 1974. Ocorre que os novatos trouxeram ingredientes até então inéditos ao som do Purple, e isso ficou mais evidente em "Stormbringer", com músicas com levada funky como "You Can´t Do It Right". Aparentemente esse novo som empolgou Jon Lord e, principalmente, Ian Paice, então Ritchie Blackmore, guitarrista e principal compositor, decidiu abandonar o grupo e formar outra banda para fazer o seu puro hard rock, sem concessões para outros estilos (essa convicção do guitarrista fica bem evidente no vídeo "Heavy Metal Pioneers": "I don´t like funky thing, funky blues"). Blackmore já conhecia (mediante turnês e shows de abertura) os caras da banda Elf, e os chamou para formar o Ritchie Blackmore´s Rainbow. O primeiro disco foi gravado em seguida, contém as clássicas "Man on the Silver Mountain" e "Catch the Rainbow", mas não é dos meus favoritos.
Em 1976 foi lançado, então, "Rising", já com Blackmore e Ronnie James Dio acompanhados pelo lendário Cozy Powell e os competentes Tony Carey e Jimmy Bain. Esse é um disco muito especial, registrado por uma banda muito talentosa e criativa, capitaneados por Blackmore e Dio na melhor forma. Há quem diga que todas as faixas são clássicas, e não é exagero dizer que esse disco é melhor do que boa parte dos lançados pelo Deep Purple. As faixas principais são: "Starstruck", que é minha favorita, pelo riff inicial não muito comum sobre a pentatônica, a levada totalmente típica de Blackmore nos versos, e acima de tudo a letra e vocal de Dio; "Stargazer", favorita de um monte de gente, que conta com uma monumental introdução de bateria de Powell, ritmo cadenciado, escala menor melódica, solo no estilo Blackmore quando quer utilizar essas escalas mais incomuns no rock, e letra e interpretação insuperáveis de Dio; "Tarot Woman" é uma bela faixa obscura, com introdução de Mini-Moog (ou outro similar), andamento mais rápido, interpretação de Dio muito legal. Outro clássico é a faixa de encerramento, "A Light in the Black", com mais de 8min, e andamento acelerado. "Run With the Wolf" lembra o Purple, e é o tipo de música que Blackmore compõe com facilidade e acaba se repetindo (é da mesma linha de "LA Connection" do disco seguinte, "Long Live Rock´n´Roll"). A mais fraca é "Do You Close Your Eyes"... fico embaraçado com o refrão "Do you close your eyes (3x) when you´re makin´ love"... fica a sensação de que os caras podiam ter se puxado um pouco mais.
Não lembro ao certo de quando ou como havia feito o back-up; há um ou dois anos atrás vi na Saraiva do Praia de Belas por 19 pila, mas resolvi não comprar; tempo depois, já decidido, não encontrei mais. Restou-me aguardar, então, para encontrar o disco com o preço bom na Saraiva do recém-inaugurado BarraShoppingSul.
Em 1976 foi lançado, então, "Rising", já com Blackmore e Ronnie James Dio acompanhados pelo lendário Cozy Powell e os competentes Tony Carey e Jimmy Bain. Esse é um disco muito especial, registrado por uma banda muito talentosa e criativa, capitaneados por Blackmore e Dio na melhor forma. Há quem diga que todas as faixas são clássicas, e não é exagero dizer que esse disco é melhor do que boa parte dos lançados pelo Deep Purple. As faixas principais são: "Starstruck", que é minha favorita, pelo riff inicial não muito comum sobre a pentatônica, a levada totalmente típica de Blackmore nos versos, e acima de tudo a letra e vocal de Dio; "Stargazer", favorita de um monte de gente, que conta com uma monumental introdução de bateria de Powell, ritmo cadenciado, escala menor melódica, solo no estilo Blackmore quando quer utilizar essas escalas mais incomuns no rock, e letra e interpretação insuperáveis de Dio; "Tarot Woman" é uma bela faixa obscura, com introdução de Mini-Moog (ou outro similar), andamento mais rápido, interpretação de Dio muito legal. Outro clássico é a faixa de encerramento, "A Light in the Black", com mais de 8min, e andamento acelerado. "Run With the Wolf" lembra o Purple, e é o tipo de música que Blackmore compõe com facilidade e acaba se repetindo (é da mesma linha de "LA Connection" do disco seguinte, "Long Live Rock´n´Roll"). A mais fraca é "Do You Close Your Eyes"... fico embaraçado com o refrão "Do you close your eyes (3x) when you´re makin´ love"... fica a sensação de que os caras podiam ter se puxado um pouco mais.
Não lembro ao certo de quando ou como havia feito o back-up; há um ou dois anos atrás vi na Saraiva do Praia de Belas por 19 pila, mas resolvi não comprar; tempo depois, já decidido, não encontrei mais. Restou-me aguardar, então, para encontrar o disco com o preço bom na Saraiva do recém-inaugurado BarraShoppingSul.
sábado, 22 de novembro de 2008
Gravações caseiras IV (novembro/2008)
Depois de muito tempo, tive um momento para retomar as gravações (a última série remontava a agosto). Não estava conseguindo obter resultados satisfatórios com o feijãozinho via usb, mas no método da tentativa e erro descobri que poderia utilizá-lo como gravador e como reprodutor (e assim ouviria por ele o playback e o metrônomo). A motivação, no entanto, agora ficou maior, pois consegui novos equipamentos para registrar guitarra e baixo (BFG, SX SJB75, UX1). Tenho ouvido bastante o "Death Magnetic" do Metallica, além de - em maior ou menor medida - "Gambling With the Devil" e "The Dark Ride" do Helloween, "Twilight in Olympus" do Symphony X, "Live Radio City Music Hall" do Heaven and Hell/Black Sabbath, "The Inner Mounting Flame" do Mahavishnu Orchestra, "Black Ice" do AC/DC, "Subliminal Verses vol.3" do Slipknot, "News of the World" do Queen. Escolhi refazer a gravação de "Shark Attack", e utilizei a distorção "over bite". Gravei basicamente os mesmos riffs da versão original, em todos os casos toquei quatro vezes os riffs, duas vezes cada (em um ou outro caso gravei uma terceira guitarra uma oitava acima). Desta feita, no entanto, resolvi tentar colocar os riffs em ordem de execução para facilitar a tarefa de reunir esses riffs, pois o método de composição que tinha inicialmente imaginado não deu certo, e vou tentar fazer por conta. E aí me ocorreu a dificuldade de compor músicas muito boas, com todas as partes e riffs fortes. Mais ou menos com o próprio Hetfield admitiu ao comparar "Load"/"Reload" e "Death Magnetic" e fazer o seguinte raciocínio: "é melhor compor poucas músicas fortes do que um monte de músicas com resultados variados". Sei que alguns riffs que tenho na manga há muitos anos muito bons, mas a dificuldade é criar outras partes (para versos, refrões, etc) que sejam tão dinâmicos e fortes quanto esses riffs originais. No caso dessa segunda versão para "Shark Attack", tirei alguns excessos e agreguei dois riffs para a parte que vem depois do riff SOAD, sendo o primeiro no mesmo esquema Em, mas executado de um jeito que exigiu bastante da palhetada na mão direita (é certo que uma das virtudes de Hetfield é o domínio dos downstrokes e da palhetada staccato); a segunda parte é uma modulação desse riff para Fm, mas um pouco mais cadenciado e execução facilitada. A partir daí me ocorreu de tocar uns acordes (power-chords) B-D-A-G com umas firulas no último compasso; quando toquei para ouvir se as guitarras estavam sincronizadas, ocorreram-me algumas notas e resolvi registrar um pequeno solo sobre essa parte. Todos esses riffs, tocados quatro vezes, consumiu mais de 5min, de maneira que a música será longa se mantidas todas essas partes, e a intenção é exatamente essa. Parti, então, para a gravação do baixo, e o fiz basicamente no primeiro take, preservando as linhas da guitarra. Permiti incorporar uns mini solos de baixo na parte em que ficam os acordes F-E suspensos, criando a tensão que se resolve no riff SOAD, apenas como sugestão para um baixista de verdade debulhar nessa parte. Gravei tudo com afinação normal e fiquei bastante satisfeito com o timbre na hora que estava tocando (ainda preciso avaliar se o registro está bom). Agora penso em como posso fazer para registrar as idéias para a linha de bateria. Ao final, ouvi as gravações de "Oblivious", "Fistful", "Heal my Soul", "Aunt Evil" e "Ace´s High" e fiquei positivamente surpreendido com o bom resultado na maioria dos casos.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
CD - Slipknot "Subliminal Verses Vol. 3"
Esse ano tive a oportunidade de completar a coleção de cds do Pantera, Led Zeppelin e quase todos do Slayer, e passei algumas semanas ouvindo sons bem mais pesados que o costume (no início do inverno). Assim, quando tive de fazer uma troca de uma aquisição equivocada da minha mãe, elegi o disco mais recente do Slipknot, “Subliminal Verses Vol. 3”.
Já em 1999/2000, o Barboza estava atento às bandas de metal mais novas (em relação às quais se convencionou rotular de “new metal”), notadamente Korn, Limp Bizkit, System of a Down e Slipknot. Em relação a essa última, chamou-me a atenção uma música (“Spit it Out”); tempos depois, aluguei na MadSound um dvd com registro de um show ao vivo. A não ser por alguns riffs inspirados (e inspiradores), não cultivei maior interesse na banda, assim como em relação às demais que tocam “new metal”, pois em regra não aprecio (a) vocais gritados/guturais; (b) pouca diferenciação entre as músicas – com a afinação ultra-pesada das guitarras, e uma não linearidade das composições, que contêm muitas partes e às vezes não seguem o padrão verso-ponte-refrão-verso-ponte-refrão-interlúdio-solo-refrão, as músicas se parecem muito umas com as outras; (c) riffs extremamente pesados mas básicos, com nenhum espaço para solos de guitarra; (d) vocais que misturam rap/hip-hop. Inobstante tudo isso, sempre atento aos balaios, adquiri alguns cds do Korn, pois é fora de dúvida que alguns riffs são muito bons, e o baterista é excepcional.
Até que, há uns 2 ou 3 anos, tive a oportunidade de assistir na MTV o vídeo de uma música então nova do Slipknot, “Before I Forget”: além do vídeo ser bem legal (pois os caras estão desmascarados e sem as fantasias, mas não aparecem as faces), a música é muito boa. As guitarras são bem sacadas, o vocal é cantado (isto é, com alguma melodia) na maior parte, e o refrão é excelente. Então, achei que poderia arriscar a aquisição do cd que contém essa faixa. Só depois fiquei sabendo que nesse disco, produzido pelo famigerado Rick Rubin, a banda incorporou alguns solos de guitarra, e até música com violões. Não por acaso, achei o cd muito bom e o ouvi por algum tempo. As melhores faixas, além de “Before I Forget”, são "Duality", "The Blister Exists", "Opium of the People" e "Three Nill".
Todas as faixas têm bons refrões, e muitas delas têm vocais excelentes (as partes gritadas, que geralmente não são boas, ficam em segundo plano). Diferentemente dos discos anteriores da banda, neste "Subliminal Verses" os guitarristas fazem pequenos solos com extremo virtuosismo (em "Vermilion" há até solo com wah-wah). Alguns riffs são muito bons (e brutais), como é o caso de "Pulse of the Maggots" (nessa há um pouco de exagero na gritaria nos versos, mas os riffs compensam - inclusive com harmônicos artificiais no estilo Zakk Wylde, mais para o final), "Before I Forget" (a melhor faixa, sem dúvida, com riffs matadores e refrão contagiante), "The Nameless" (no melhor estilo thrash metal, antes e depois de entrar nos versos, nos quais predomina a pancadaria - e ainda há espaço para uma pequena parte acústica e com vocal limpo e melódico), "The Blister Exists" (que tem uma guitarra muito shred durante os versos! e um riff muito bom lá pelo meio, antes da parada de bateria), "Three Nill", "Duality" (essa é outra das melhores do disco, e é interessante a seqüência de acordes no refrão: B-B-B-B-B-B-B-B-D-D-D-D-F-C-C-C), "Opium of the People" (começa com guitarras harmonizadas muito rápidas).
Outra diferença em relação aos discos anteriores, é a presença de músicas mais calmas, inclusive com utilização muito eficiente de violões, como é o caso de "Vermilion pt. 2". Além disso, a última faixa, "Danger - Keep Away" é conduzida por um belo piano Fender Rhodes (ou outro vintage muito legal).
Apesar de um eventual pré-conceito que o rótulo de “new metal” pode atrair, acredito que bandas como Slipknot e Korn, bem ou mal, conseguiram formar um som próprio, e esse é um baita mérito que consiste em compor sem mostrar descaradamente as influências. Em tempos de Youtube, é fácil localizar vídeos dessas bandas em quase todo o tipo de situação, e em alguns deles pude ver que os caras são excelentes músicos que gostam dos mesmos Black Sabbath, Metallica, Yngwie Malmsteen que todos nós gostamos. E o som que eles fazem não remete imediatamente a essas influências, e é assim que se pode chamar que se trata de um novo tipo de metal. A essa conclusão cheguei ao constatar que jamais comporia “da minha cabeça” músicas como as do Slipknot, e que para superá-los deveria compor músicas que inovassem ainda mais o estilo, o que, convenhamos, não é tarefa simples.
Já em 1999/2000, o Barboza estava atento às bandas de metal mais novas (em relação às quais se convencionou rotular de “new metal”), notadamente Korn, Limp Bizkit, System of a Down e Slipknot. Em relação a essa última, chamou-me a atenção uma música (“Spit it Out”); tempos depois, aluguei na MadSound um dvd com registro de um show ao vivo. A não ser por alguns riffs inspirados (e inspiradores), não cultivei maior interesse na banda, assim como em relação às demais que tocam “new metal”, pois em regra não aprecio (a) vocais gritados/guturais; (b) pouca diferenciação entre as músicas – com a afinação ultra-pesada das guitarras, e uma não linearidade das composições, que contêm muitas partes e às vezes não seguem o padrão verso-ponte-refrão-verso-ponte-refrão-interlúdio-solo-refrão, as músicas se parecem muito umas com as outras; (c) riffs extremamente pesados mas básicos, com nenhum espaço para solos de guitarra; (d) vocais que misturam rap/hip-hop. Inobstante tudo isso, sempre atento aos balaios, adquiri alguns cds do Korn, pois é fora de dúvida que alguns riffs são muito bons, e o baterista é excepcional.
Até que, há uns 2 ou 3 anos, tive a oportunidade de assistir na MTV o vídeo de uma música então nova do Slipknot, “Before I Forget”: além do vídeo ser bem legal (pois os caras estão desmascarados e sem as fantasias, mas não aparecem as faces), a música é muito boa. As guitarras são bem sacadas, o vocal é cantado (isto é, com alguma melodia) na maior parte, e o refrão é excelente. Então, achei que poderia arriscar a aquisição do cd que contém essa faixa. Só depois fiquei sabendo que nesse disco, produzido pelo famigerado Rick Rubin, a banda incorporou alguns solos de guitarra, e até música com violões. Não por acaso, achei o cd muito bom e o ouvi por algum tempo. As melhores faixas, além de “Before I Forget”, são "Duality", "The Blister Exists", "Opium of the People" e "Three Nill".
Todas as faixas têm bons refrões, e muitas delas têm vocais excelentes (as partes gritadas, que geralmente não são boas, ficam em segundo plano). Diferentemente dos discos anteriores da banda, neste "Subliminal Verses" os guitarristas fazem pequenos solos com extremo virtuosismo (em "Vermilion" há até solo com wah-wah). Alguns riffs são muito bons (e brutais), como é o caso de "Pulse of the Maggots" (nessa há um pouco de exagero na gritaria nos versos, mas os riffs compensam - inclusive com harmônicos artificiais no estilo Zakk Wylde, mais para o final), "Before I Forget" (a melhor faixa, sem dúvida, com riffs matadores e refrão contagiante), "The Nameless" (no melhor estilo thrash metal, antes e depois de entrar nos versos, nos quais predomina a pancadaria - e ainda há espaço para uma pequena parte acústica e com vocal limpo e melódico), "The Blister Exists" (que tem uma guitarra muito shred durante os versos! e um riff muito bom lá pelo meio, antes da parada de bateria), "Three Nill", "Duality" (essa é outra das melhores do disco, e é interessante a seqüência de acordes no refrão: B-B-B-B-B-B-B-B-D-D-D-D-F-C-C-C), "Opium of the People" (começa com guitarras harmonizadas muito rápidas).
Outra diferença em relação aos discos anteriores, é a presença de músicas mais calmas, inclusive com utilização muito eficiente de violões, como é o caso de "Vermilion pt. 2". Além disso, a última faixa, "Danger - Keep Away" é conduzida por um belo piano Fender Rhodes (ou outro vintage muito legal).
Apesar de um eventual pré-conceito que o rótulo de “new metal” pode atrair, acredito que bandas como Slipknot e Korn, bem ou mal, conseguiram formar um som próprio, e esse é um baita mérito que consiste em compor sem mostrar descaradamente as influências. Em tempos de Youtube, é fácil localizar vídeos dessas bandas em quase todo o tipo de situação, e em alguns deles pude ver que os caras são excelentes músicos que gostam dos mesmos Black Sabbath, Metallica, Yngwie Malmsteen que todos nós gostamos. E o som que eles fazem não remete imediatamente a essas influências, e é assim que se pode chamar que se trata de um novo tipo de metal. A essa conclusão cheguei ao constatar que jamais comporia “da minha cabeça” músicas como as do Slipknot, e que para superá-los deveria compor músicas que inovassem ainda mais o estilo, o que, convenhamos, não é tarefa simples.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Livro - "The Dark Side of the Moon - Os bastidores da obra-prima do Pink Floyd"
Parece-me indiscutível que o disco mais importante dos anos 1970 é "Dark Side of the Moon" do Pink Floyd. Aqui ainda não é o espaço para desenvolver essa idéia, mas embora tenha firmado tal convicção há uns 5 anos, demorei para decidir pela aquisição desse livro que se propõe a descortinar os "bastidores" de um dos discos mais vendidos de todos os tempos e recordista em permanência na lista da Billboard. Há um ano resolvi que seria uma boa fazer essa leitura (pela escassez de livros sobre música - tendência que parece estar revertendo nos últimos tempos - e pelo fato de que se trata, efetivamente, de um disco fundamental), mas estava aguardando por alguma espécie de promoção na Saraiva (e esse ano veio uma, na época da semana ou mês do rock).
Algumas coisas já sabia, como as participações de Alan Parsons, Clare Torry e Dick Parry, os truques de estúdio (gravação dos relógios, das falas de pessoas que respondiam às perguntas formuladas por Roger Waters e impressas em cartões, entre outras), bem como sobre a temática das músicas e do disco, e a inspiração de alguma(s) música(s) em Syd Barrett; o que sempre espero em livros como esse é informações a respeito dos métodos de composição, e histórias do tipo "esse riff criei quando estava em casa ouvindo uma música no rádio", ou "essa melodia veio à cabeça quando estava dirigindo para casa de um amigo".
Diferentemente de outros livros de música, e dos livros de música que costumo gostar de ler, a leitura deste não é das mais fluidas. Afinal, o livro é sobre um disco específico, mas o autor sentiu a necessidade de dedicar aproximadamente 80 páginas para explicar as fases da banda até chegar em "Dark Side", e se uma introdução é recomendável, de outro lado achei exagerada e comprida, sobretudo pela ênfase em Syd Barrett. Fico intrigado com essa inquietação a respeito de Barrett: apesar do cara ter sido o líder original e compositor principal, Barrett participou apenas do primeiro disco, sendo certo que a partir daí a banda lançou pelo menos três discos excepcionalmente bem sucedidos (pessoalmente, acho a fase sem Barrett muito melhor...). Entendo menos ainda a escolha de uma foto da época de Barret, sem Gilmour, para ilustrar a capa do livro. É possível dizer, então, que, no mínimo, o livro demora para engrenar.
As coisas ficam realmente compensadoras quando o autor trata da banda em estúdio, assim como o processo de refinamento das composições nas apresentações ao vivo. Não há muitos esclarecimentos a respeito de como as músicas foram nascendo, mas na primeira fase de gravações a banda tinha reunido material suficiente para o disco novo, que só precisava de amadurecimento - e para isso foi fundamental testar as músicas nos shows, além da valiosa colaboração de Alan Parsons no registro das performances em estúdio. Particularmente dignas de atenção são as partes que descrevem a execução da íntegra do disco, muito antes do seu lançamento, e a forma como evoluíram as faixas desde o estágio inicial (com acréscimos de novas partes, novos instrumentos - sabe-se que "On the Run" era apenas uma jam de guitarra, e que ganhou nova dimensão com a utilização do VCS3 - e novas participações - como cantoras de backing vocals). Outra parte muito boa é a que trata da contribuição de Clare Torry em "The Great Gig in the Sky"; realmente é difícil imaginar o que seria dessa música sem o memorável solo de vocal de Torry, e parece merecido que tenha ganho crédito autoral na faixa, mediante decisão judicial (no cd que eu tenho ainda não aparece essa co-autoria). Para mim foi muito esclarecedora também a questão da utilização do sintetizador VCS3. Ponto positivo na narrativa é a de contar a história desde o estágio inicial nos estúdios Abbey Road, com espaço para as turnês que entremearam as gravações, além da própria gravação de um outro disco ("Obscured by Clouds"), e assim é possível saber a quantas andavam as gravações quando se adicionou o VCS3, ou o saxofone de Dick Parry, ou o vocal de Clare Torry. Por fim, muito reveladora e bem explicada a produção da capa e encarte do disco, conduzida pela notável Hipgnosis e Storm Thorgeson.
Se não tivesse gasto tantas páginas com a fase inicial da banda, talvez o autor tivesse tido mais espaço para tratar da fase posterior ao lançamento do disco; seja como for, é interessante a observação a respeito do desconforto dos caras com o fato de que o público da banda aumentou muito, mas isso não significou necessariamente que se agregaram novos fãs, e assim passou a ser normal que, durante os shows, nas músicas calmas (tipo o início de "Echoes"), parte do público gritasse por "Money". Sabendo o tipo de temperamento de Waters, por exemplo, e o próprio comporamento pouco caloroso de todos os integrantes, fica fácil antecipar os desdobramentos que viriam, como a dificuldade inicial para criar músicas novas para "Wish You Were Here", e até o incidente durante a turnê de "Animals" que deu a Waters a idéia de erguer um muro na frente da banda durante a turnê de "The Wall".
Algumas coisas já sabia, como as participações de Alan Parsons, Clare Torry e Dick Parry, os truques de estúdio (gravação dos relógios, das falas de pessoas que respondiam às perguntas formuladas por Roger Waters e impressas em cartões, entre outras), bem como sobre a temática das músicas e do disco, e a inspiração de alguma(s) música(s) em Syd Barrett; o que sempre espero em livros como esse é informações a respeito dos métodos de composição, e histórias do tipo "esse riff criei quando estava em casa ouvindo uma música no rádio", ou "essa melodia veio à cabeça quando estava dirigindo para casa de um amigo".
Diferentemente de outros livros de música, e dos livros de música que costumo gostar de ler, a leitura deste não é das mais fluidas. Afinal, o livro é sobre um disco específico, mas o autor sentiu a necessidade de dedicar aproximadamente 80 páginas para explicar as fases da banda até chegar em "Dark Side", e se uma introdução é recomendável, de outro lado achei exagerada e comprida, sobretudo pela ênfase em Syd Barrett. Fico intrigado com essa inquietação a respeito de Barrett: apesar do cara ter sido o líder original e compositor principal, Barrett participou apenas do primeiro disco, sendo certo que a partir daí a banda lançou pelo menos três discos excepcionalmente bem sucedidos (pessoalmente, acho a fase sem Barrett muito melhor...). Entendo menos ainda a escolha de uma foto da época de Barret, sem Gilmour, para ilustrar a capa do livro. É possível dizer, então, que, no mínimo, o livro demora para engrenar.
As coisas ficam realmente compensadoras quando o autor trata da banda em estúdio, assim como o processo de refinamento das composições nas apresentações ao vivo. Não há muitos esclarecimentos a respeito de como as músicas foram nascendo, mas na primeira fase de gravações a banda tinha reunido material suficiente para o disco novo, que só precisava de amadurecimento - e para isso foi fundamental testar as músicas nos shows, além da valiosa colaboração de Alan Parsons no registro das performances em estúdio. Particularmente dignas de atenção são as partes que descrevem a execução da íntegra do disco, muito antes do seu lançamento, e a forma como evoluíram as faixas desde o estágio inicial (com acréscimos de novas partes, novos instrumentos - sabe-se que "On the Run" era apenas uma jam de guitarra, e que ganhou nova dimensão com a utilização do VCS3 - e novas participações - como cantoras de backing vocals). Outra parte muito boa é a que trata da contribuição de Clare Torry em "The Great Gig in the Sky"; realmente é difícil imaginar o que seria dessa música sem o memorável solo de vocal de Torry, e parece merecido que tenha ganho crédito autoral na faixa, mediante decisão judicial (no cd que eu tenho ainda não aparece essa co-autoria). Para mim foi muito esclarecedora também a questão da utilização do sintetizador VCS3. Ponto positivo na narrativa é a de contar a história desde o estágio inicial nos estúdios Abbey Road, com espaço para as turnês que entremearam as gravações, além da própria gravação de um outro disco ("Obscured by Clouds"), e assim é possível saber a quantas andavam as gravações quando se adicionou o VCS3, ou o saxofone de Dick Parry, ou o vocal de Clare Torry. Por fim, muito reveladora e bem explicada a produção da capa e encarte do disco, conduzida pela notável Hipgnosis e Storm Thorgeson.
Se não tivesse gasto tantas páginas com a fase inicial da banda, talvez o autor tivesse tido mais espaço para tratar da fase posterior ao lançamento do disco; seja como for, é interessante a observação a respeito do desconforto dos caras com o fato de que o público da banda aumentou muito, mas isso não significou necessariamente que se agregaram novos fãs, e assim passou a ser normal que, durante os shows, nas músicas calmas (tipo o início de "Echoes"), parte do público gritasse por "Money". Sabendo o tipo de temperamento de Waters, por exemplo, e o próprio comporamento pouco caloroso de todos os integrantes, fica fácil antecipar os desdobramentos que viriam, como a dificuldade inicial para criar músicas novas para "Wish You Were Here", e até o incidente durante a turnê de "Animals" que deu a Waters a idéia de erguer um muro na frente da banda durante a turnê de "The Wall".
sábado, 15 de novembro de 2008
Discos Essenciais - Mahavishnu Orchestra "The Inner Mounting Flame" (1971)
Há uns anos atrás tive a oportunidade, aqui, de expressar a profunda admiração que tenho pelo som das bandas de fusion, ou jazz fusion ou jazz rock dos anos 1970, aí incluídas, basicamente, Return to Forever, Weather Report e, especialmente, Mahavishnu Orchestra. Acho que o Bruce e eu tomamos conhecimento sobre essas bandas a partir das resenhas sobre discos do Dream Theater, e mais especificamente na época do lançamento dos discos do Liquid Tension Experiment (projeto de Mike Portnoy com Jonh Petrucci, , em 1998/1999, e naturalmente fomos buscar maiores informações sobre essas bandas com músicas instrumentais e instrumentistas virtuosos. O Bruce, então, adquiriu no balaio da Stoned uma coletânea da Mahavishnu Orchestra; escutei por alguns dias e fiquei muito impressionado com o som poderoso dos caras.
Com o auxílio do Audiogalaxy e do Soulseek consegui formar uma opinião sobre o melhor disco da banda: para mim é o primeiro, "The Inner Mounting Flame" (geralmente nas listas de discos mais influentes se fala no "Birds of Fire"), e durante uns 8 anos aguardei pelo lançamento desse disco na versão nacional (importado é caríssimo, e já sabia que há anos atrás tinha saído por aqui, então aguardava a reedição). Então, foi um belo momento quando há uns 2 meses encontrei esse disco na Cultura por preço bem tranqüilo.
"The Inner Mounting Flame", assim como "Birds of Fire", foi registrado pela primeira formação da Mahavishnu Orchestra, e sempre se ressalta que se trata de uma formação multinacional: John McLaughlin, guitarra, é inglês; Billy Cobham, bateria, é panamenho; Jerry Goodman, violino, é americano; Rick Laird, baixo, é irlandês; Jan Hammer, teclado, é tcheco. Curioso é que a primeira opção de McLaughlin para a posição de violino era Jean Luc Ponty, francês, mas este aparentemente teve problemas com visto de entrada nos Eua e teve que ceder lugar para Goodman.
Geralmente se diz que Mahavishnu Orchestra é mais demonstração de técnica e virtuosismo, ao passo que Weather Report tem mais melodia. Talvez essa possa ser uma constatação do tipo prima facie, e é só assim que se pode concordar com um palpite desses. Admito que me impressionaram muito faixas como "Awakening", "Meeting of the Spirits" e "Noonward Race", mas é evidente que a banda não é só de virtuosos quando se ouve faixas bonitas como "Dawn".
"Meeting of the Spirits" é um bom jeito de começar um disco dessa banda: a introdução é um dedilhado complicado e com efeito hipnótico, ao qual se segue um tema tocado simultaneamente na guitarra e no violino. É uma das minhas favoritas da banda, e tem uma versão muito boa tocada pelo primeiro guitar trio: McLaughlin, Paco de Lucia e Larry Coryell.
A segunda faixa, "Dawn" é belíssima, com uma bela linha de baixo, bem lenta, que faz a base para uma melodia bonita de guitarra e violino. Até o solo de guitarra, mesmo com várias notas em algumas partes, encaixa nesse clima. Em seguida a música evolui para um andamento mais faceiro, com solo de violino, e volta para a parte inicial lenta.
Em "The Noonward Race" volta o andamento mais frenético, e no começo há uma espécie de dueto entre guitarra e bateria (McLaughlin e Cobham). Segue-se, então, o solo de violino de Goodman (com um efeito tão diferente que parece outro instrumento), sob o qual Laird faz uma linha de baixo muito legal, e Cobham se destaca como sempre, com levadas que vão mudando a cada 4 ou 8 compassos. Ao final do solo de Goodman, todos se unem para uma virada (um riff), e então segue o solo de Hammer, mais uma virada, e o solo de McLaughlin.
Uma faixa só de violão com cordas de aço, violino e piano elétrico é o que é "A Lotus On Irish Streams". Tem partes muito bonitas, e mostra que McLaughlin manda bem até no violão.
Cobham faz a introdução para "Vital Transformation" e a banda o acompanha, como se todos estivessem tocando o mesmo riff. O baterista não demora para fazer o que mais admiro no cara, que é a variação das levadas. A música, no entanto, dá uma acalmada para uma melodia crescente e, após um momento de tensão, segue para o solo de guitarra. Aqui, como em todo o disco, é interessante ouvir a linha de bateria.
"The Dance of Maya" começa com um dedilhado na guitarra com wah-wah que evoca a imagem de uma pessoa caminhanado com incrível dificuldade, tropeçando e se arrastando. Isso se dá pelas mudanças de tempo durante os compassos. Esse dedilhado é base para um solo de violino, e a partir daí segue uma inesperada jam blues em com tempo quebrado - mais uma vez vale a pena ouvir o que Cobham está tocando (o cara tem uma facilidade absurda, pela fluidez, para tocar nessas situações).
A Mahavishnu Orchestra mais melodiosa aparece novamente em "You Know, You Know", que começa com volume bem baixo, com poucas notas e um solo de Hammer na manha. Aos poucos, McLaughlin impõe umas pontuações vigorosas. Há uma pequena melodia, que é tocada entes e depois do curto solo de bateria.
"Awakening" é uma impressionante demonstração de virtuosismo, que já começa arrebentando: todos os instrumentos tocam simultaneamente o mesmo número de notas à toda velocidade. Depois há uma base para cada instrumentista fazer o seu solo, e logo ao final do primeiro, de violino, percebi que os caras erram a execução pois perdem o tempo para voltar ao tema de abertura: Goodman toca primeiro, os outros hesitam, e voltam ao final; ao final do solo de Hammer, a coisa já fica melhor. Durante o solo de McLaughlin, bem enérgico, a base acompanha o entusiasmo e é muito legal, mas acho que em todos os casos os recursos ficariam melhor aproveitados se o tempo dos solos fosse o dobro, pois fica a impressão de que quando os caras estão se soltando no solo, o tempo acaba e têm que voltar ao riff inicial. A música é a mais curta do disco, e poderia tranquilamente ter o dobro do tempo.
"The Inner Mounting Flame" é um disco espetacular de jazz rock, ou fusion; aguardo o lançamento dos demais discos da banda em versão nacional.
Com o auxílio do Audiogalaxy e do Soulseek consegui formar uma opinião sobre o melhor disco da banda: para mim é o primeiro, "The Inner Mounting Flame" (geralmente nas listas de discos mais influentes se fala no "Birds of Fire"), e durante uns 8 anos aguardei pelo lançamento desse disco na versão nacional (importado é caríssimo, e já sabia que há anos atrás tinha saído por aqui, então aguardava a reedição). Então, foi um belo momento quando há uns 2 meses encontrei esse disco na Cultura por preço bem tranqüilo.
"The Inner Mounting Flame", assim como "Birds of Fire", foi registrado pela primeira formação da Mahavishnu Orchestra, e sempre se ressalta que se trata de uma formação multinacional: John McLaughlin, guitarra, é inglês; Billy Cobham, bateria, é panamenho; Jerry Goodman, violino, é americano; Rick Laird, baixo, é irlandês; Jan Hammer, teclado, é tcheco. Curioso é que a primeira opção de McLaughlin para a posição de violino era Jean Luc Ponty, francês, mas este aparentemente teve problemas com visto de entrada nos Eua e teve que ceder lugar para Goodman.
Geralmente se diz que Mahavishnu Orchestra é mais demonstração de técnica e virtuosismo, ao passo que Weather Report tem mais melodia. Talvez essa possa ser uma constatação do tipo prima facie, e é só assim que se pode concordar com um palpite desses. Admito que me impressionaram muito faixas como "Awakening", "Meeting of the Spirits" e "Noonward Race", mas é evidente que a banda não é só de virtuosos quando se ouve faixas bonitas como "Dawn".
"Meeting of the Spirits" é um bom jeito de começar um disco dessa banda: a introdução é um dedilhado complicado e com efeito hipnótico, ao qual se segue um tema tocado simultaneamente na guitarra e no violino. É uma das minhas favoritas da banda, e tem uma versão muito boa tocada pelo primeiro guitar trio: McLaughlin, Paco de Lucia e Larry Coryell.
A segunda faixa, "Dawn" é belíssima, com uma bela linha de baixo, bem lenta, que faz a base para uma melodia bonita de guitarra e violino. Até o solo de guitarra, mesmo com várias notas em algumas partes, encaixa nesse clima. Em seguida a música evolui para um andamento mais faceiro, com solo de violino, e volta para a parte inicial lenta.
Em "The Noonward Race" volta o andamento mais frenético, e no começo há uma espécie de dueto entre guitarra e bateria (McLaughlin e Cobham). Segue-se, então, o solo de violino de Goodman (com um efeito tão diferente que parece outro instrumento), sob o qual Laird faz uma linha de baixo muito legal, e Cobham se destaca como sempre, com levadas que vão mudando a cada 4 ou 8 compassos. Ao final do solo de Goodman, todos se unem para uma virada (um riff), e então segue o solo de Hammer, mais uma virada, e o solo de McLaughlin.
Uma faixa só de violão com cordas de aço, violino e piano elétrico é o que é "A Lotus On Irish Streams". Tem partes muito bonitas, e mostra que McLaughlin manda bem até no violão.
Cobham faz a introdução para "Vital Transformation" e a banda o acompanha, como se todos estivessem tocando o mesmo riff. O baterista não demora para fazer o que mais admiro no cara, que é a variação das levadas. A música, no entanto, dá uma acalmada para uma melodia crescente e, após um momento de tensão, segue para o solo de guitarra. Aqui, como em todo o disco, é interessante ouvir a linha de bateria.
"The Dance of Maya" começa com um dedilhado na guitarra com wah-wah que evoca a imagem de uma pessoa caminhanado com incrível dificuldade, tropeçando e se arrastando. Isso se dá pelas mudanças de tempo durante os compassos. Esse dedilhado é base para um solo de violino, e a partir daí segue uma inesperada jam blues em com tempo quebrado - mais uma vez vale a pena ouvir o que Cobham está tocando (o cara tem uma facilidade absurda, pela fluidez, para tocar nessas situações).
A Mahavishnu Orchestra mais melodiosa aparece novamente em "You Know, You Know", que começa com volume bem baixo, com poucas notas e um solo de Hammer na manha. Aos poucos, McLaughlin impõe umas pontuações vigorosas. Há uma pequena melodia, que é tocada entes e depois do curto solo de bateria.
"Awakening" é uma impressionante demonstração de virtuosismo, que já começa arrebentando: todos os instrumentos tocam simultaneamente o mesmo número de notas à toda velocidade. Depois há uma base para cada instrumentista fazer o seu solo, e logo ao final do primeiro, de violino, percebi que os caras erram a execução pois perdem o tempo para voltar ao tema de abertura: Goodman toca primeiro, os outros hesitam, e voltam ao final; ao final do solo de Hammer, a coisa já fica melhor. Durante o solo de McLaughlin, bem enérgico, a base acompanha o entusiasmo e é muito legal, mas acho que em todos os casos os recursos ficariam melhor aproveitados se o tempo dos solos fosse o dobro, pois fica a impressão de que quando os caras estão se soltando no solo, o tempo acaba e têm que voltar ao riff inicial. A música é a mais curta do disco, e poderia tranquilamente ter o dobro do tempo.
"The Inner Mounting Flame" é um disco espetacular de jazz rock, ou fusion; aguardo o lançamento dos demais discos da banda em versão nacional.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Discos essenciais – Judas Priest “Jugulator” (1997)
Lembro bem da época que se seguiu à saída de Rob Halford do Judas Priest (em 1992), pois a banda permaneceu inativa por um longo período. Cheguei até a considerar que o Judas havia encerrado suas atividades, e que Halford se sairia muito bem na tarefa de reerguer o Black Sabbath (nesse sentido, são bem conhecidos os shows que o cara conduziu no início dos anos 90 quando Dio se recusou a participar de algumas datas, o que alimentou os rumores de que Halford seria o novo vocalista do Sabbath. Eventualmente isso não frutificou, e Halford se dedicou apenas, no período, aos seus projetos solo e a sua banda Fight). Ainda não consegui apurar exatamente como nem quando, mas o fato é que 5 anos mais tarde foi anunciado o retorno do Judas Priest, e o vocalista seria Tim “Ripper” Owens, que fazia parte de uma banda cover do Judas Priest (essa história serviria para o filme “Rock Star”, cuja idéia inicial era mencionar expressamente o Judas Priest – e o nome do filme seria “Metal Gods”).
O disco de retorno, “Jugulator”, foi lançado em 1997, mas chegou na MadSound apenas em 1998, e acredito que tenha sido o primeiro a alugar o cd, no início do inverno daquele ano (a época era particularmente turbulenta). Botei o disco para rodar e imediatamente fiquei com uma impressão positiva. Eventualmente achei o disco na Siciliano do Iguatemi, juntamente com o cd tributo ao Judas Priest, e o preço era inacreditável, tipo R$ 8,90.
Absolutamente não entendo como um disco essencial como esse possa ser criticado. Bem, até entendo que alguém queira ouvir discos do Judas Priest com apenas Rob Halford nos vocais; entendo que essa questão fica superada quando se sabe que Black Sabbath com Ronnie James Dio (e mesmo Ian Gillan e Glenn Hughes) pode ser tão bom quanto o da fase com Ozzy Osbourne, que Deep Purple com David Coverdale e Glenn Hughes pode ser tão bom (e algumas vezes até melhor) quanto o da fase com Ian Gillan, e que Iron Maiden é definitivamente melhor com Bruce Dickinson do que com Paul DiAnno.
Mas “Jugulator”, por si só (ou seja, independentemente do vocalista), é um disco com composições muito fortes e boas. Definitivamente é um disco de guitarras e baterias agressivas, mas sem sair (muito) do heavy metal praticado pela banda, notadamente a partir de "Painkiller", aproximando-se com o que se denomina de thrash metal. É evidente que o som não é o mesmo do Priest dos anos 70 e 80; aqui os caras baixaram a afinação (no mínimo um tom abaixo - em um site diz-se que é C e C#, o que ainda falta conferir), e a batera de Scott Travis acompanha a pancadaria das guitarras. Simplesmente os caras seguiram o caminho aberto pelo “Painkiller” e foram além - e a meu juízo se deram muito bem.
Todas as faixas contêm vários riffs e partes de guitarra e bateria muito boas e marcantes (a introdução com guitarra limpa em quase metade das faixas é um pouco irritante, mas não compromete, pois geralmente o que vem a seguir é uma paulada). É um disco agressivo, não há dúvidas. E o vocal de “Ripper” Owens acompanha adequadamente todo esse clima. Particularmente, não divido preferências entre Halford e Owens (talvez tenha parecer ligeiramente mais favorável em relação ao segundo, apesar de que o primeiro é, indiscutivelmente, um verdadeiro mito no gênero): independentemente do vocalista, o legal é ouvir boas músicas de heavy metal, e em se tratando de Judas Priest, boas músicas de heavy metal são o que se ouve nesse “Jugulator”.
Destaques para as seguintes faixas:
(a) “Jugulator” – a faixa-título começa com uns sons mecanizados e de umas alavancadas nas cordas mais graves da guitarra soltas, simulando uma espécie de respiração de um monstro – o Jugulator. O truque é manjado, e a coisa fica boa mesmo quando entra a bateria à milhão, e depois uma sucessão de riffs arrasa-quarteirão. Antes de um dos inúmeros solos, “Ripper” Owens tem oportunidade para soltar um raro (nesse disco) e muito legal agudo na parte “now it´s time to jugulaaaaaaaaaaaaaaaaate”.
(b) “Blood Stained” – um recurso empregado em muitas faixas é a introdução com dedilhado tocado em guitarra limpa, ou, pelo menos, com o volume da guitarra mais baixo. Aqui se tem o primeiro exemplo, e depois da introdução vem outra sucessão de riffs bem pesados e acompanhados por bateria bem forte. Quanto aos vocais, há espaço para um bom refrão.
(c) “Bullet Train” - é o tipo de música que gosto, rápida e com vários riffs.
(d) “Dead Meat” – assim como as demais, conta com riffs excelentes e refrão matador.
(e) "Death Row" - essa faixa é muito boa e conta com o melhor refrão do disco. A interpretação de "Ripper" Owens é excelente em todas as faixas, mas se destaca aqui.
(f) "Burn in Hell" - outra com introdução clean e múltiplos riffs em seguida.
Disco que apresenta um Judas Priest ainda mais brutal nas guitarras, bateria e vocal, com excelentes resultados. Nada como ouvir bons riffs de guitarra com distorção, e "Jugulator" é uma aula do início ao fim.
O disco de retorno, “Jugulator”, foi lançado em 1997, mas chegou na MadSound apenas em 1998, e acredito que tenha sido o primeiro a alugar o cd, no início do inverno daquele ano (a época era particularmente turbulenta). Botei o disco para rodar e imediatamente fiquei com uma impressão positiva. Eventualmente achei o disco na Siciliano do Iguatemi, juntamente com o cd tributo ao Judas Priest, e o preço era inacreditável, tipo R$ 8,90.
Absolutamente não entendo como um disco essencial como esse possa ser criticado. Bem, até entendo que alguém queira ouvir discos do Judas Priest com apenas Rob Halford nos vocais; entendo que essa questão fica superada quando se sabe que Black Sabbath com Ronnie James Dio (e mesmo Ian Gillan e Glenn Hughes) pode ser tão bom quanto o da fase com Ozzy Osbourne, que Deep Purple com David Coverdale e Glenn Hughes pode ser tão bom (e algumas vezes até melhor) quanto o da fase com Ian Gillan, e que Iron Maiden é definitivamente melhor com Bruce Dickinson do que com Paul DiAnno.
Mas “Jugulator”, por si só (ou seja, independentemente do vocalista), é um disco com composições muito fortes e boas. Definitivamente é um disco de guitarras e baterias agressivas, mas sem sair (muito) do heavy metal praticado pela banda, notadamente a partir de "Painkiller", aproximando-se com o que se denomina de thrash metal. É evidente que o som não é o mesmo do Priest dos anos 70 e 80; aqui os caras baixaram a afinação (no mínimo um tom abaixo - em um site diz-se que é C e C#, o que ainda falta conferir), e a batera de Scott Travis acompanha a pancadaria das guitarras. Simplesmente os caras seguiram o caminho aberto pelo “Painkiller” e foram além - e a meu juízo se deram muito bem.
Todas as faixas contêm vários riffs e partes de guitarra e bateria muito boas e marcantes (a introdução com guitarra limpa em quase metade das faixas é um pouco irritante, mas não compromete, pois geralmente o que vem a seguir é uma paulada). É um disco agressivo, não há dúvidas. E o vocal de “Ripper” Owens acompanha adequadamente todo esse clima. Particularmente, não divido preferências entre Halford e Owens (talvez tenha parecer ligeiramente mais favorável em relação ao segundo, apesar de que o primeiro é, indiscutivelmente, um verdadeiro mito no gênero): independentemente do vocalista, o legal é ouvir boas músicas de heavy metal, e em se tratando de Judas Priest, boas músicas de heavy metal são o que se ouve nesse “Jugulator”.
Destaques para as seguintes faixas:
(a) “Jugulator” – a faixa-título começa com uns sons mecanizados e de umas alavancadas nas cordas mais graves da guitarra soltas, simulando uma espécie de respiração de um monstro – o Jugulator. O truque é manjado, e a coisa fica boa mesmo quando entra a bateria à milhão, e depois uma sucessão de riffs arrasa-quarteirão. Antes de um dos inúmeros solos, “Ripper” Owens tem oportunidade para soltar um raro (nesse disco) e muito legal agudo na parte “now it´s time to jugulaaaaaaaaaaaaaaaaate”.
(b) “Blood Stained” – um recurso empregado em muitas faixas é a introdução com dedilhado tocado em guitarra limpa, ou, pelo menos, com o volume da guitarra mais baixo. Aqui se tem o primeiro exemplo, e depois da introdução vem outra sucessão de riffs bem pesados e acompanhados por bateria bem forte. Quanto aos vocais, há espaço para um bom refrão.
(c) “Bullet Train” - é o tipo de música que gosto, rápida e com vários riffs.
(d) “Dead Meat” – assim como as demais, conta com riffs excelentes e refrão matador.
(e) "Death Row" - essa faixa é muito boa e conta com o melhor refrão do disco. A interpretação de "Ripper" Owens é excelente em todas as faixas, mas se destaca aqui.
(f) "Burn in Hell" - outra com introdução clean e múltiplos riffs em seguida.
Disco que apresenta um Judas Priest ainda mais brutal nas guitarras, bateria e vocal, com excelentes resultados. Nada como ouvir bons riffs de guitarra com distorção, e "Jugulator" é uma aula do início ao fim.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
CD – Judas Priest “Painkiller” (1990)
O Judas Priest é uma das minhas bandas favoritas, e vai se apresentar em Porto Alegre em 12.11.2008; nesta data ainda estarei indisponível, então não poderei vê-los pela terceira vez (a primeira foi em 2001 no Opinião, e a segunda em 2005 no Gigantinho).
Deve haver uma razão, que ainda não descobri, pela qual as principais bandas de heavy metal/hard rock gravaram, no início dos anos 1990, discos excelentes, alguns dos quais o melhor de suas respectivas discografias. “Black Álbum” foi em 1991, “Rust in Piece”, em 1990, “Dehumanizer”, em 1992, “Revenge”, em 1992, e “Painkiller” em 1990. Todos os discos dessa época são obras-primas do gênero. “Painkiller”, em especial, foi um disco marcante para o Judas Priest, que superou todos os trabalhos anteriores desde talvez “British Steel”, e serviu para dar novo fôlego a uma banda já muito influente. Afinal, Judas Priest já era conhecido por um estilo de hard rock/heavy metal com músicas mais rápidas, e riffs dinâmicos, e em “Painkiller” essas características se intensificaram ao ponto que se pode dizer que esse disco, por si só, independentemente da discografia anterior do Judas Priest, é influência para o speed metal, ou algo assim. Em apertada síntese, “Painkiller” trouxe levadas de bateria mais rápidas e agressivas (cortesia de Scott Travis, ex-Racer X - o cara é tão preciso no bumbo duplo que às vezes causa sonolência), bem diferente dos bateristas anteriores (Dave Holland, dentre outros, cuja batida era mais hard do que heavy), que acompanharam os igualmente rápidos e agressivos riffs de guitarra. Tipton e Downing fizeram bem o dever de casa e nesse disco apareceram em excelente forma nos solos virtuosos (notável a evolução dos caras – das rápidas pentatônicas típicas dos anos 70, os caras passaram a ser guitaristas do tipo shredder). No topo de tudo isso, Rob Halford com vocal agudo em quase todas as faixas.
Essas observações todas aparecem bem sintetizadas na faixa-título, que abre o disco. Uma introdução inacreditável, magnífica e memorável de bateria (por si só já nomeia Scott Travis como um dos lendários bateristas do estilo), um bom riff típico e eficiente com a utilização da 6.ª corda solta (E) como pedal note, palhetadas rápidas acompanhadas de bumbo duplo, vocal high-pitch quase o tempo todo, e solos destruidores dos dois guitarristas (tomam mais de 2min da faixa).
Além dessa, destaques para “Nightcrawler”: introdução "clean", riff com as mesmas notas da introdução, bem marcante e típico de heavy metal, vocal melódico nos versos, pre-chorus bacana e refrão assimilável. Não basta conhecer a fórmula, o conteúdo é que faz da música um clássico.
O título da faixa "Metal Meltdown" já antecipa o que será ouvido em seguida: um autêntico "rock pauleira", conduzido pelas guitarras e bateria, além do vocal performático: "Here comes the Metal Meltdown, run for your life". Convém não dar bola para as letras, pois nesses casos o que mais interessa é o som. Gosto bastante dessas faixas mais rápidas, e essa deu nome até para o disco duplo ao vivo registrado já na fase "Ripper" Owens. A introdução da faixa é um solo de guitarra de pura demonstração de virtuosismo, que muitos podem facilmente dizer que é dispensável, exibicionismo ou simplesmente chato e irritante, mas a verdade é que para a época isso provavelmente era importante e servia para mostrar que Glenn Tipton, especialmente, estava nas mesmas condições de fazer solos tipo shred em comparação com outros grandes guitarristas de bandas de heavy metal contemporâneas.
O single é a faixa mais diferente do disco: lenta, com riff e estrutura simples, e refrão bombástico, "A Touch of Evil" foi apresentada à banda pelo lendário produtor Chris Tsangarides. É uma boa música, e senão para outra coisa serve para dar uma diversificada num disco tão intenso, muito embora se trate de outro clássico da banda, e que funciona muito bem ao vivo.
É bom ouvir um disco no qual até as músicas obscuras são excelentes. "Hell Patrol" e "All Guns Blazing" são as melhores nesse sentido. A primeira tem um andamento um pouco mais lento, conta com um dueto legal de guitarras (geralmente não curto esses "teminhas"), e dá uma acalmada após "Painkiller"; a segunda, por sua vez, tem uma introdução com o vocal absurdamente high-pitch de Halford, e assim como a introdução de guitarra em "Metal Meltdown", nesse caso servia para mostrar que o vocalista poderia acabar com qualquer outro concorrente nas mesmas condições.
"Painkiller" é, então, heavy metal do início ao fim, e uma amostra boa do tipo de heavy metal que o Judas Priest é capaz de fazer na sua melhor forma.
Deve haver uma razão, que ainda não descobri, pela qual as principais bandas de heavy metal/hard rock gravaram, no início dos anos 1990, discos excelentes, alguns dos quais o melhor de suas respectivas discografias. “Black Álbum” foi em 1991, “Rust in Piece”, em 1990, “Dehumanizer”, em 1992, “Revenge”, em 1992, e “Painkiller” em 1990. Todos os discos dessa época são obras-primas do gênero. “Painkiller”, em especial, foi um disco marcante para o Judas Priest, que superou todos os trabalhos anteriores desde talvez “British Steel”, e serviu para dar novo fôlego a uma banda já muito influente. Afinal, Judas Priest já era conhecido por um estilo de hard rock/heavy metal com músicas mais rápidas, e riffs dinâmicos, e em “Painkiller” essas características se intensificaram ao ponto que se pode dizer que esse disco, por si só, independentemente da discografia anterior do Judas Priest, é influência para o speed metal, ou algo assim. Em apertada síntese, “Painkiller” trouxe levadas de bateria mais rápidas e agressivas (cortesia de Scott Travis, ex-Racer X - o cara é tão preciso no bumbo duplo que às vezes causa sonolência), bem diferente dos bateristas anteriores (Dave Holland, dentre outros, cuja batida era mais hard do que heavy), que acompanharam os igualmente rápidos e agressivos riffs de guitarra. Tipton e Downing fizeram bem o dever de casa e nesse disco apareceram em excelente forma nos solos virtuosos (notável a evolução dos caras – das rápidas pentatônicas típicas dos anos 70, os caras passaram a ser guitaristas do tipo shredder). No topo de tudo isso, Rob Halford com vocal agudo em quase todas as faixas.
Essas observações todas aparecem bem sintetizadas na faixa-título, que abre o disco. Uma introdução inacreditável, magnífica e memorável de bateria (por si só já nomeia Scott Travis como um dos lendários bateristas do estilo), um bom riff típico e eficiente com a utilização da 6.ª corda solta (E) como pedal note, palhetadas rápidas acompanhadas de bumbo duplo, vocal high-pitch quase o tempo todo, e solos destruidores dos dois guitarristas (tomam mais de 2min da faixa).
Além dessa, destaques para “Nightcrawler”: introdução "clean", riff com as mesmas notas da introdução, bem marcante e típico de heavy metal, vocal melódico nos versos, pre-chorus bacana e refrão assimilável. Não basta conhecer a fórmula, o conteúdo é que faz da música um clássico.
O título da faixa "Metal Meltdown" já antecipa o que será ouvido em seguida: um autêntico "rock pauleira", conduzido pelas guitarras e bateria, além do vocal performático: "Here comes the Metal Meltdown, run for your life". Convém não dar bola para as letras, pois nesses casos o que mais interessa é o som. Gosto bastante dessas faixas mais rápidas, e essa deu nome até para o disco duplo ao vivo registrado já na fase "Ripper" Owens. A introdução da faixa é um solo de guitarra de pura demonstração de virtuosismo, que muitos podem facilmente dizer que é dispensável, exibicionismo ou simplesmente chato e irritante, mas a verdade é que para a época isso provavelmente era importante e servia para mostrar que Glenn Tipton, especialmente, estava nas mesmas condições de fazer solos tipo shred em comparação com outros grandes guitarristas de bandas de heavy metal contemporâneas.
O single é a faixa mais diferente do disco: lenta, com riff e estrutura simples, e refrão bombástico, "A Touch of Evil" foi apresentada à banda pelo lendário produtor Chris Tsangarides. É uma boa música, e senão para outra coisa serve para dar uma diversificada num disco tão intenso, muito embora se trate de outro clássico da banda, e que funciona muito bem ao vivo.
É bom ouvir um disco no qual até as músicas obscuras são excelentes. "Hell Patrol" e "All Guns Blazing" são as melhores nesse sentido. A primeira tem um andamento um pouco mais lento, conta com um dueto legal de guitarras (geralmente não curto esses "teminhas"), e dá uma acalmada após "Painkiller"; a segunda, por sua vez, tem uma introdução com o vocal absurdamente high-pitch de Halford, e assim como a introdução de guitarra em "Metal Meltdown", nesse caso servia para mostrar que o vocalista poderia acabar com qualquer outro concorrente nas mesmas condições.
"Painkiller" é, então, heavy metal do início ao fim, e uma amostra boa do tipo de heavy metal que o Judas Priest é capaz de fazer na sua melhor forma.
sábado, 8 de novembro de 2008
Livro - "A América aos nossos pés"
Depois de ver a série de DVDs "NBA Dynasty" sobre os títulos do Chicago Bulls e do Los Angeles Lakers, senti falta de DVDs e livros que documentassem os momentos mais marcantes do Grêmio. Isso começou a ser resolvido com os DVDs e livro sobre a Batalha dos Aflitos, mas sempre achei uma omissão imperdoável a falta de registros sobre os títulos mais expressivos e significativos como os títulos do Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial. Quando vi para vender o livro do Eduardo "Peninha" Bueno e seu irmão sobre o título da Libertadores de 1983, que recém completou 25 anos, nem esperei pela Feira do Livro, pois o preço já era baixo, menos de vinte reais.
O livro tem formato de bolso e a cronologia da narrativa é a que considero a ideal, i. é, jogo-a-jogo. O estilo do autor é o de sempre, exagerado ao extremo, mas totalmente adequado para esse tipo de literatura. Tirantes alguns pontos de vista com os quais discordo totalmente, o livro é muito bom, pois além das resenhas sobre os jogos, há ainda algumas linhas (poucas é verdade) sobre os aspectos secundários (mas importantes) que acompanharam a conquista histórica, como a fraca campanha no Brasileirão 1983, e é legal ver como as coisas mais ou menos se repetem (p. ex., Valdir Espinosa e o Pres. Fábio Koff foram bastante criticados pela desclassificação do Brasileirão pela Ferroviária de Araraquara, por 3x1 em pleno Estádio Olímpico, na véspera do primeiro jogo contra o América de Cali).
Ponto alto do livro é a narrativa do memorável confronto (pois de jogo não se tratou) entre Grêmio e Estudiantes, em La Plata. Eu já tinha visto os gols e cenas sobre as expulsões, mas o cara sugeriu (e eu acatei) olhar os vídeos disponíveis no youtube, e, de fato, é impressionante, vale a pena conferir.
Outras revelações legais são a organização do time, por Koff e Espinosa, no início da temporada de 1983, e a contratação de Mazarópi para a 2.ª fase da competição.
Para o meu gosto, o livro deveria ter o dobro de páginas e tamanho regular, mas isso provavelmente encareceria o produto e inviabilizaria a comercialização (p. ex., fiquei interessado no livro de René Simões sobre a volta do Coritiba à Série A, mas custa R$ 60,00, e aí ficou difícil - é só para fã-náticos mesmo). Li em aproximadamente 2 horas.
Resta aguardar DVD´s sobre as históricas conquistas de 25 anos (inclusive com a íntegra dos jogos, como os da NBA), bem como livros (bem que o Espinosa podia escrever um).
O livro tem formato de bolso e a cronologia da narrativa é a que considero a ideal, i. é, jogo-a-jogo. O estilo do autor é o de sempre, exagerado ao extremo, mas totalmente adequado para esse tipo de literatura. Tirantes alguns pontos de vista com os quais discordo totalmente, o livro é muito bom, pois além das resenhas sobre os jogos, há ainda algumas linhas (poucas é verdade) sobre os aspectos secundários (mas importantes) que acompanharam a conquista histórica, como a fraca campanha no Brasileirão 1983, e é legal ver como as coisas mais ou menos se repetem (p. ex., Valdir Espinosa e o Pres. Fábio Koff foram bastante criticados pela desclassificação do Brasileirão pela Ferroviária de Araraquara, por 3x1 em pleno Estádio Olímpico, na véspera do primeiro jogo contra o América de Cali).
Ponto alto do livro é a narrativa do memorável confronto (pois de jogo não se tratou) entre Grêmio e Estudiantes, em La Plata. Eu já tinha visto os gols e cenas sobre as expulsões, mas o cara sugeriu (e eu acatei) olhar os vídeos disponíveis no youtube, e, de fato, é impressionante, vale a pena conferir.
Outras revelações legais são a organização do time, por Koff e Espinosa, no início da temporada de 1983, e a contratação de Mazarópi para a 2.ª fase da competição.
Para o meu gosto, o livro deveria ter o dobro de páginas e tamanho regular, mas isso provavelmente encareceria o produto e inviabilizaria a comercialização (p. ex., fiquei interessado no livro de René Simões sobre a volta do Coritiba à Série A, mas custa R$ 60,00, e aí ficou difícil - é só para fã-náticos mesmo). Li em aproximadamente 2 horas.
Resta aguardar DVD´s sobre as históricas conquistas de 25 anos (inclusive com a íntegra dos jogos, como os da NBA), bem como livros (bem que o Espinosa podia escrever um).
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