segunda-feira, 24 de novembro de 2008

CD - Rainbow "Rising" (1976)

Quem acompanha mesmo que parte da extensa discografia do Deep Purple imperiosamente toma contato com muitas das bandas derivadas, conduzidas pelos integrantes das diversas formações, que compõem uma espécie de family tree; uma das bandas mais importantes que nasceram nesse período foi o Rainbow, e a história do nascimento dessa banda é bem conhecida: após a saída de Ian Gillan e Roger Glover do Deep Purple, que por sua vez ocorreu após o lançamento do disco "Who do we think we are", de 1973, a banda se desincumbiu com êxito da tarefa de encontrar substitutos, os lendários David Coverdale (à época sem atividade musical profissional) e Glenn Hughes (baixo e vocal do Trapeze). Com essa formação, chamada Mark III, o Deep Purple gravou dois discos: o essencial "Burn", e o excelente "Stormbringer", ambos em 1974. Ocorre que os novatos trouxeram ingredientes até então inéditos ao som do Purple, e isso ficou mais evidente em "Stormbringer", com músicas com levada funky como "You Can´t Do It Right". Aparentemente esse novo som empolgou Jon Lord e, principalmente, Ian Paice, então Ritchie Blackmore, guitarrista e principal compositor, decidiu abandonar o grupo e formar outra banda para fazer o seu puro hard rock, sem concessões para outros estilos (essa convicção do guitarrista fica bem evidente no vídeo "Heavy Metal Pioneers": "I don´t like funky thing, funky blues"). Blackmore já conhecia (mediante turnês e shows de abertura) os caras da banda Elf, e os chamou para formar o Ritchie Blackmore´s Rainbow. O primeiro disco foi gravado em seguida, contém as clássicas "Man on the Silver Mountain" e "Catch the Rainbow", mas não é dos meus favoritos.

Em 1976 foi lançado, então, "Rising", já com Blackmore e Ronnie James Dio acompanhados pelo lendário Cozy Powell e os competentes Tony Carey e Jimmy Bain. Esse é um disco muito especial, registrado por uma banda muito talentosa e criativa, capitaneados por Blackmore e Dio na melhor forma. Há quem diga que todas as faixas são clássicas, e não é exagero dizer que esse disco é melhor do que boa parte dos lançados pelo Deep Purple. As faixas principais são: "Starstruck", que é minha favorita, pelo riff inicial não muito comum sobre a pentatônica, a levada totalmente típica de Blackmore nos versos, e acima de tudo a letra e vocal de Dio; "Stargazer", favorita de um monte de gente, que conta com uma monumental introdução de bateria de Powell, ritmo cadenciado, escala menor melódica, solo no estilo Blackmore quando quer utilizar essas escalas mais incomuns no rock, e letra e interpretação insuperáveis de Dio; "Tarot Woman" é uma bela faixa obscura, com introdução de Mini-Moog (ou outro similar), andamento mais rápido, interpretação de Dio muito legal. Outro clássico é a faixa de encerramento, "A Light in the Black", com mais de 8min, e andamento acelerado. "Run With the Wolf" lembra o Purple, e é o tipo de música que Blackmore compõe com facilidade e acaba se repetindo (é da mesma linha de "LA Connection" do disco seguinte, "Long Live Rock´n´Roll"). A mais fraca é "Do You Close Your Eyes"... fico embaraçado com o refrão "Do you close your eyes (3x) when you´re makin´ love"... fica a sensação de que os caras podiam ter se puxado um pouco mais.

Não lembro ao certo de quando ou como havia feito o back-up; há um ou dois anos atrás vi na Saraiva do Praia de Belas por 19 pila, mas resolvi não comprar; tempo depois, já decidido, não encontrei mais. Restou-me aguardar, então, para encontrar o disco com o preço bom na Saraiva do recém-inaugurado BarraShoppingSul.

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