No início deste ano de 2008 consegui trocar umas tranqueiras (mal adquiridas) na Saraiva pelo “The Works” do Queen, que levei na convicção de que se tratava de um disco clássico da banda pelo set list: o disco abre com “Radio Ga-Ga”, e tem, ainda, “I Want to Break Free” e “Hammer to Fall”. Recentemente escutei o disco com mais atenção e conclui que tirantes estas e "Tear It Up" e talvez "It´s a Hard Life" e "Is this the World We Created?", as outras (três) músicas são fracas, e assim torna o disco irregular em comparação com o excelente "News of the World". Ocorre que "Radio Ga-Ga", "I Want to Break Free" e "Hammer to Fall" estão entre as melhores composições do Queen, então não é um disco que possa passar despercebido.
"Radio Ga-Ga" é uma rara excelente composição de Roger Taylor; a letra é muito boa, a respeito da nostalgia provocada pelo incremento tecnológico que poderia acarretar na substituição do rádio por outro equipamento modernoso (quase 25 anos depois, essa inquietação perde sentido quando se sabe que o rádio ainda é um forte meio de comunicação). A música tem um refrão marcante, e a bateria tem uma espécie de riff que nas apresentações ao vivo permite uma incrível interação com o público, que levanta as mãos para cima e bate palmas no ritmo da bateria (essa reação da platéia ocorreu em todas as execuções da música, desde o primeiro show). Lembro da minha mãe chamando a atenção para essa música durante o Rock in Rio de 1985.
O vídeo promocional de "I Want to Break Free" é muito conhecido, pois Freddie Mercury aparece vestido de mulher manejando um aspirador de pó. As versões ao vivo dessa faixa são muito melhores que a de estúdio, pois o acompanhamento da guitarra fica muito mais marcante. Assim como Taylor, John Deacon estava muito inspirado quando compôs essa música espetacular.
"Hammer to Fall" é um hard rock muito bom, sendo certo que o Queen sempre mandou muito bem nas músicas mais rocker com guitarra. Brian May foi o responsável por esta que abre com um riff com pausas, e é uma das poucas que exigiram um rhythm guitar durante o solo de May (solo esse muito legal).
Essas faixas são únicas no sentido de que as letras encaixam perfeitamente na parte rítmica, e são exemplo do talento dos caras para criar músicas muito originais tanto em relação ao próprio repertório, como em relação ao rock em geral (i. é, e a meu juízo, os cara não reciclaram material próprio ou alheio nesses casos). Talvez não seja por acaso que as coletâneas da banda fazem tanto sucesso (o primeiro "Greatest Hits" é um dos discos com vendagem mais expressiva).
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