A MadSound era uma locadora de cds, aberta em 1993 (encerrou as atividades em 2004 ou 2005), bem perto de onde eu morava, que contava com um belo acervo de cds de rock de todos os tipos. O cara fazia uma promoção do tipo “leva 5 cds ou mais e fica uma por uma semana”, e o preço da locação durante um bom tempo foi bem barato; então fazia pacotes semanais, e me permitia levar para casa muitos cds só para conhecer o som, baseado em critérios “objetivos” como capa ou nome da banda, ou até nome das músicas. Foi assim que descobri o Stratovarius, e da mesma forma, em 1998, o Impellitteri.
O cd disponível era um bootleg duplo ao vivo, e, aliado ao fato de que na capa havia o próprio Impellitteri com uma Fender Stratocaster , e no track-list tinha um cover de Deep Purple (“Highway Star”), era razoável supor que o material seria na linha Blackmore/Malmsteen. De fato, as músicas eram muito boas, o guitarrista excepcionamente técnico, e o vocal (o lendário Rob Rock) muito competente e carismático.
Nessa mesma época, depois de uma aula da faculdade, passei na já extinta Megaforce (que ficava numa galeria na Av. Independência, perto da Santa Casa e da Praça Dom Feliciano), onde encontrei dois cds do Impellitteri, com preços não exatamente acessíveis, mas bons em se tratando de importados: o primeiro, “Screaming Symphony”, que continha muitas músicas que conhecia daquele bootleg ao vivo, e “Eye of the Hurricane”, que era duplo (o cd original mais um EP com 5 músicas).
Pois o “Screaming Symphony” é um cd com pouco mais de meia-hora de música. São 9 faixas, e é incrível como todas elas (com exceção de uma instrumental) seguem basicamente o mesmo padrão riff de hard rock, verso, ponte, verso ou refrão, refrão, ponte para o solo, solo, ponte ou refrão, refrão, riff de hard rock. É bom enfatizar que esse riff é sempre o riff típico e matador de hard rock, na linha de “Burn” do Deep Purple e “Spotlight Kid” e “Kill the King” do Rainbow. E o refrão é invariavelmente forte e marcante. Essa fórmula é muito manjada, e concebida, até onde posso aferir, por bandas como Rainbow (Blackmore) e seguida por Yngwie Malmsteen, Helloween, Stratovarius, etc. Mesmo sabendo disso, é inegável que o Impellitteri acertou em cheio em todas as faixas: todas contêm belos riffs de hard rock, vocais muito bons de Rob Rock, e instrumental competente, sendo certo que a gravação é excelente (o timbre da guitarra Fender Stratocaster é pesado mas cristalino – ouvem-se todas as notas). Na época li, na internet, um depoimento do Rob Rock no qual descreveu o som do Impellitteri como uma mistura de Malmsteen com Dokken (o que me motivou a conhecer o Dokken, conforme já escrevi aqui).
A minha faixa favorita deste disco é “Rat Race”, que me parece ser o melhor exemplar da fórmula de hard rock seguida pelo Impellitteri. Acho que aqui se encontra o melhor riff do cara. Cheguei a aprender com o Diego os arpejos executados durante o refrão; Impellitteri é esperto – uma guitarra faz os acordes do refrão, e a outra guitarra faz os arpejos seguindo as respectivas notas dos acordes.
Chris Impellitteri é dono de uma técnica de tocar rápido na guitarra mais ou menos ao estilo Yngwie Malmsteen; conforme o Diego constatou, Impellitteri é mais preciso na execução das notas, como se tivesse um metrônomo ligado o tempo todo, de modo que se ouvem todas as quiláteras, diferentemente do Malmsteen, cuja execução das notas rápidas é mais livre e tal (isso fica mais fácil de ver nas tablaturas/partituras dos solos dos caras). O melhor exemplo da técnica do guitarrista americano é na faixa instrumental “17th Century Chicken Picking”, que é isso mesmo, 4 minutos de palhetadas.
Esse “Screaming Symphony” é exclusivamente para quem gosta de um bom hard rock com riffs de guitarra típicos, solos virtuosos, e vocais agudos e dramáticos, e não se importa com um disco inteiro de músicas rigorosamente iguais (e boas).
Um comentário:
esse disco é animal!!!
depois olha meu blog, alem da collectors claro... www.classicoseachados.blogspot.com
abraço
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