No mesmo dia em que o Grêmio venceu o Curitiba, fora de casa, pelo Brasileirão 2008, reunimo-nos para um ensaio atípico, de certa forma. Afinal, depois de algumas jams (na primeira das quais, tocamos uns acordes A-G-F e depois F-E-F-E-F-G por um bom tempo, até o Marcelo compor uma letra e encaixar os versos a respeito de um sério problema que acomete alguns homens, notadamente a partir de determinada idade), fizemos uma pá de covers. Umas letras impressas com as notações de acordes, e tocamos Wander Wildner ("(...) alegre o tempo inteiro"), Cascavelletes "(...) céu de blues"), Camisa de Venus ("(...) discos de Bob Dylan (...)", além daquela mais conhecida do Creedence ("I wanna know..." bibibi) e finalmente tocamos uma cover das antigas da Osmar ("Let it Be" dos Beatles) com a letra magnificamente adaptada e avacalhada para o português (na versão que ficou para gravação, me atrapalhei um pouco no dedilhado e "me empolguei" além da conta em certos acordes, além de ter errado todos os acordes do refrão, pois meu ouvido não estava confiando na cifra - que, depois, foi confirmada pelo Alemão: "é uma descida" - dá próxima eu sigo o que está na cifra, e aí não vai ter erro). Além disso, fizemos as melhores versões até o momento para "Smoke on the Water" (bem diferente do original, inclusive no consagrado riff) e "Fear of the Dark" (diferentemente da que consta da versão original, a interpretação da letra causa efetivamente "fear of the dark"). Acho que esses covers têm que ser assim mesmo, uma releitura completamente diferente da original. Vamos ver se não rola versões para "Jump" e "Stairway to Heaven".
Ao final, o Alemão emprestou (a) "Steady Groovin´", de Charlie Hunter; (b) "Deja Vu" de Fareed Haque; e (c) "The Promise", do grande John McLaughlin. Dos três, o único músico que conhecia e já estava familiarizado é do guitarrista da Mahavishnu Orchestra; nesse cd, de 1995, há registros das várias fases e influências de McLaughlin, como o "Guitar Trio" com Al Di Meola e Paco de Lucia (em "El Ciego", de 9min10s, muito legal, uma pauleira de violões), uma jam com Vinnie Colaiuta e Sting ("English Jam", de pouco mais de 1min - merecia mais tempo), uma homenagem virtuosa a Thelonius Monk (em "Thelonius Melodius", acompanhado pelo excepcional Dennis Chambers), uma música muito ruim com acompanhamento eletrônico e datado ("No Return"), uma muito boa de 14min no estilo Miles Davis anos 80 ("Jazz Jungle", com Michael Brecker no sax tenor, e Dennis Chambers com uma levada muito bala na batera), uma no estilo Shakti ("The Wish"). Não conheço nenhum dos músicos que tocam no cd de Charlie Hunter, e apenas conhecia este pelo nome (mais um ex-aluno famoso de Joe Satriani). No créditos das músicas desse cd de 2005 (que parece uma coletânea, pois tem músicas de 1996 até 2001) aparece ao lado do seu nome "8-string guitar", e na enciclopédia virtual verifiquei que se trata de uma guitarra customizada, na qual ele pode tocar simultaneamente as linhas de baixo e guitarra (e, com o auxílio de um simulador de Leslie, o cara produz uns sons tipo do órgão Hammond). Bem, por si só isso já é notável e indicativo de que o cara é um baita virtuoso, mas as composições não impressionaram, sobretudo nos latinismos. Mas é bastante provável que com mais tempo para ouvir, realmente fique com parecer mais favorável, ainda mais que achei um site com shows inteiros disponibilizados para download pelo próprio artista. Por fim, o cd de Fareed Haque de 1997 é uma regravação do disco de mesmo nome de Crosby, Stills, Nash & Young, originalmente gravado em 1970. É uma audição bem agradável.
Duas músicas foram agregadas lá no myspace.
4 comentários:
É sempre uma boa surpresa ler sobre o resultado dos ensaios nas palavras do Guilherme ( notadamente surpreendente para quem estava presente).
E hoje tem mais...
Tu já devolveu esse CD do Haque? Eu queria baixar, mas não achei! Se ainda tiver com ele e tiver como extrair em mp3, agradeço!
Já devolvi, mas vou ver o que dá pra fazer.
SE NÃO FOR POSSÍVEL GRAVAR DO ORIGINAL, OSMAR BAND GRAVA!!!
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