A ninguém escapou que lançar um disco com metade de covers representou um passo atrás na evolução da banda, considerando-se que o álbum anterior "A Hard Day´s Night" continha apenas composições próprias da banda (embora se possa conceder que não é fácil a tarefa de preencher discos com material novo a cada semestre). "Beatles for Sale" caracteriza-se, ainda, pelas letras autobiográficas de Lennon em "I´m a Loser", "No Reply" e "I Don´t Want to Spoil the Party". Indiscutivelmente as melhores são "Baby´s in Black" (com vocais harmonizados de Paul e John e bonita melodia) e "Eight Days a Week" (outra das instantaneamente identificáveis, com marca registrada e Iso 9001 de Lennon e McCartney, ficando aqui o destaque também para a linha de baixo de Paul, com várias notas e andamento "walking"). "Every Little Thing" é uma daquelas típicas obscuras e boas da discografia de uma banda, e conta com um refrão muito bom, acompanhado por uma melodia muito boa nos violões e no baixo. Seja como for, os Beatles voltariam em espetacular forma no disco seguinte, lançado em 1965.
2 comentários:
Seu comentário é pertinente, mas devemos lembrar que 1964 foi extremamente desgastante para os Beatles (com a explosão mundial da Beatlemania), e nada mais normal do que lançar um álbum com metade das músicas covers do que eles já tocavam há muito tempo (que artista hoje em dia lançaria dois LPs, um filme, e diversos compactos no mesmo ano ?).
Mas há verdadeiras pérolas nesse "LP": "What You're Doing", "Every Little Thing", "I'll Follow The Sun", e uma linda versão de "Words of Love" (com belo trabalho de guitarra de George Harrison). Conclusão: talvez um dos piores trabalhos dos Beatles, e ainda assim um belo disco !
Abraços,
É verdade, um disco que poderia ser considerado ruim dos Beatles seria o melhor da discografia de muitas bandas. Ou, em outras palavras, muitas bandas "venderiam a alma" para ter um disco como esse na sua discografia. Valeu pelos comentários oportunos. Grande abraço.
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