quarta-feira, 28 de outubro de 2009
The Beatles remastered - "Magical Mystery Tour" (1967)
É comum que grandes artistas lancem coletâneas, ou discos ao vivo, ou álbuns com sobras de estúdio. No caso dos Beatles, poucos dias após soltarem “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band”, o quarteto já registrava novas composições. Seis delas foram reunidas para um grande EP, lançado para coincidir com o Natal de 1967 e servir de trilha sonora para o filme homônimo exibido pela TV britânica. Nos EUA, a gravadora entendeu inaceitável o formato e resolveu lançar o LP com o acréscimo de músicas compostas anteriormente e lançadas em formato single. Esse é o formato que prevaleceu, e assim “Magical Mystery Tour” é considerado um álbum dos Beatles. A versão que tenho em casa é a única não adquirida na Cultura/Saraiva, pois veio de Londres em viagem recente do meu pai (valor em euro está no adesivo colado na capa do CD). O encarte, cheio de fotos, dá conta da fase psicodélica da banda. É forçoso admitir que, apesar de algumas músicas clássicas, o disco não é dos mais fortes da discografia do quarteto. A faixa-título inicia os trabalhos e contém várias mudanças de andamento, e no final há uma sugestão de uma jam que poderia ser muito interessante. “The Fool on the Hill”, de McCartney, é a quarta de um quarteto de músicas belíssimas que identifico em alguns discos; as outras são “Nowhere Man”, “If I Fell” e “And I Love Her”. O que há de comum, em todas, é a excepcional melodia dos vocais, marcante e memorável. “Flying” é um instrumental dispensável, com extensa utilização do Mellotron. “Blue Jay Way” é daquelas que nos fazem dar razão a George Martin e McCartney, que não costumavam abrir muito espaço para composições de Harrison (evidentemente que o guitarrista era competente para fazer clássicos tão bons quanto Lennon & McCartney, mas aqui não é o caso). “Your Mother Should Know” é outra das boas de Paul, e “I Am the Walrus” parece ser bastante popular e é cheia de histórias (convém ouvir e prestar atenção na utilização, conforme a Wikipédia, de todos os acordes maiores ou com sétima – A, B, C, D, E, F, e G -; além disso, Lennon tomou notícia de que algumas letras dos Beatles serviam para aulas escolares, então o cara resolveu criar os versos mais confusos e incoerentes possíveis). É fácil perceber que o modo de cantar de Lennon influenciou grandemente as bandas de brit pop dos anos 1990. “Hello, Goodbye” é das composições faceiras de McCartney, e me faz lembrar seu trabalho solo desenvolvido nas décadas seguintes. Das quatro últimas faixas do disco, três são muito conhecidas: “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane” foram lançadas como single juntamente com o disco “Sgt. Peppers”. A primeira tem uma base muito boa e sinistra, contrastando com os vocais melodiosos (“straw-berry-fi-elds-fo-re-ver”). A segunda tem versos saborosos. “All You Need is Love” é universalmente conhecida pelo refrão, ao qual todos atribuem mensagem pacifista típica de Lennon. Mas a música é fraca, particularmente, embora admita que a estrutura da faixa é complexa, com múltiplos andamentos diversos do tradicional 4/4 (conforme a Wikipédia, é a única faixa, ao lado de “Money” do Pink Floyd composta em andamento 7/4 a alcançar o top 20 nos EUA). “Baby You´re a Rich Man” não é clássica e também é fraca, com refrão repetindo o título da música.
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